Maconha faz mal? Os efeitos da droga na cognição e na mente, segundo estudos:roleta de carros

Mãoroleta de carrosmulher segurando folharoleta de carrosmaconha

Crédito, Getty Images

  • Author, Barbara Jacquelyn Sahakian, Christelle Langley, Martine Skumlien e Tianye Jia
  • Role, The Conversation*

A cannabis é usada pelos seres humanos há milharesroleta de carrosanos — e é uma das drogas mais populares atualmente. Com efeitos como sensaçãoroleta de carrosalegria e relaxamento, também pode ser legalmente receitada ou usadaroleta de carrosvários países.

Mas como o uso desta droga afeta a mente?

Em três estudos recentes, publicados no The Journal of Psychopharmacology, no Neuropsychopharmacology e no International Journal of Neuropsychopharmacology, mostramos que ela pode influenciar vários processos cognitivos e psicológicos.

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime informou que,roleta de carros2018, aproximadamente 192 milhõesroleta de carrospessoasroleta de carrostodo o mundo com idades entre 15 e 64 anos usaram cannabis para fins recreativos.

Os adultos jovens são particularmente interessados, com 35% das pessoas entre 18 e 25 anos fazendo uso,roleta de carroscomparação com apenas 10% daquelas com maisroleta de carros26 anos.

Isso indica que os principais usuários são adolescentes e adultos jovens, cujos cérebros ainda estãoroleta de carrosdesenvolvimento.

Eles podem, portanto, ser particularmente vulneráveis ​​aos efeitos do usoroleta de carroscannabis no cérebro no longo prazo.

O tetrahidrocanabinol (THC) é o principal composto psicoativo da cannabis. Ele atua no "sistema endocanabinoide" do cérebro, que são receptores que respondem aos componentes químicos da cannabis.

Os receptoresroleta de carroscannabis são densamente povoados nas áreas pré-frontais e límbicas do cérebro, envolvidas na recompensa e na motivação. Eles regulam a sinalização das substâncias químicas cerebrais dopamina, ácido gama-aminobutírico (GABA) e glutamato.

Sabemos que a dopamina está envolvida na motivação, recompensa e aprendizado. O GABA e o glutamato desempenham um papel nos processos cognitivos, incluindo aprendizado e memória.

Efeitos cognitivos

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O usoroleta de carroscannabis pode afetar a cognição, especialmente naqueles com transtorno induzido por cannabis — caracterizado pelo desejo persistenteroleta de carrosusar a droga e pela interrupçãoroleta de carrosatividades diárias, como trabalho ou estudo.

Estima-se que aproximadamente 10% dos usuáriosroleta de carroscannabis atendam aos critériosroleta de carrosdiagnóstico para este transtorno.

Em nossa pesquisa, testamos a cogniçãoroleta de carros39 pessoas com o transtorno (solicitadas a não usarem a droga no dia do teste) e comparamos com aroleta de carros20 pessoas que nunca ou raramente usavam cannabis.

Mostramos que os participantes com a condição apresentaram desempenho significativamente pior nos testesroleta de carrosmemória do CANTAB (Cambridge Neuropsychological Test Automated Battery, ou Bateria Automatizadaroleta de carrosTeste Neuropsicológicoroleta de carrosCambridge,roleta de carrostradução livre),roleta de carroscomparação com os indivíduos do gruporoleta de carroscontrole, que nunca ou muito raramente usavam cannabis.

Também afetou negativamente suas "funções executivas", que são processos mentais, incluindo o pensamento flexível.

Este efeito pareceu estar ligado à idaderoleta de carrosque as pessoas começaram a usar a droga — quanto mais jovens, mais prejudicadas eram suas funções executivas.

Deficiências cognitivas também foram observadasroleta de carrosusuários levesroleta de carroscannabis. Estes usuários tendem a tomar decisões mais arriscadas do que outros e apresentam mais problemas com planejamento.

Embora a maioria dos estudos tenha sido realizadaroleta de carroshomens, há evidênciasroleta de carrosdiferenças entre os sexos no que se refere aos efeitos do usoroleta de carroscannabis na cognição.

Mostramos que, enquanto a memória dos usuários do sexo masculinoroleta de carroscannabis era mais fraca para reconhecer visualmente as coisas, as usuárias mulheres apresentavam mais problemas relacionados a atenção e funções executivas.

Mão preparando baseadoroleta de carrosmaconha

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em 2018, cercaroleta de carros192 milhõesroleta de carrospessoas, entre 15 e 64 anos, usaram cannabis para fins recreativos

Estes efeitos atribuídos a cada sexo persistiram ao controlar a idade; QI; usoroleta de carrosálcool e nicotina; humor e sintomasroleta de carrosansiedade; estabilidade emocional; e comportamento impulsivo.

Recompensa, motivação e saúde mental

O usoroleta de carroscannabis também pode afetar como nos sentimos — influenciando ainda mais nosso pensamento.

Por exemplo, algumas pesquisas anteriores sugeriram que recompensa e motivação — junto aos circuitos cerebrais envolvidos nesses processos — podem ser afetadas quando usamos cannabis.

Isso pode atrapalhar nosso desempenho na escola ou no trabalho, uma vez que pode nos fazer sentir menos motivados a trabalhar duro e menos recompensados ​​quando nos saímos bem.

Em nosso estudo recente, usamos uma tarefaroleta de carrosimagem cerebral, na qual os participantes foram colocadosroleta de carrosum aparelhoroleta de carrosressonância magnética e viram quadrados laranjas ou azuis.

Os quadrados laranjas levariam a uma recompensa monetária, após um intervalo, se o participante desse uma resposta.

Esta configuração nos ajudou a investigar como o cérebro responde a recompensas. Nós nos concentramos particularmente no estriado ventral, que é uma região chave no sistemaroleta de carrosrecompensa do cérebro.

Descobrimos que os efeitos no sistemaroleta de carrosrecompensa no cérebro eram sutis, sem efeitos diretos da cannabis no estriado ventral.

No entanto, os participantes do nosso estudo eram usuários moderadosroleta de carroscannabis.

Os efeitos podem ser mais pronunciadosroleta de carrosusuáriosroleta de carroscannabis que fazem uso mais intenso e crônico, como observado no transtorno por usoroleta de carroscannabis.

Há também evidênciasroleta de carrosque a cannabis pode levar a problemas de saúde mental.

Mostramos que está relacionada a uma maior "anedonia" — incapacidaderoleta de carrossentir prazer —roleta de carrosadolescentes. Curiosamente, este efeito foi particularmente pronunciado durante os lockdowns da pandemiaroleta de carroscovid-19.

O usoroleta de carroscannabis durante a adolescência também foi relatado como um fatorroleta de carrosrisco para o desenvolvimentoroleta de carrosexperiências psicóticas, assim como esquizofrenia.

Um estudo mostrou que o usoroleta de carroscannabis aumenta moderadamente o riscoroleta de carrossintomas psicóticosroleta de carrosjovens, mas tem um efeito muito mais forte naqueles com predisposição para psicose (com pontuação altaroleta de carrosuma listaroleta de carrossintomasroleta de carrosideias paranoicas e psicoticismo).

Ao avaliar 2.437 adolescentes e adultos jovens (14-24 anos), os autores observaram um risco aumentadoroleta de carrosseis pontos percentuais —roleta de carros15% para 21% —roleta de carrossintomas psicóticosroleta de carrosusuáriosroleta de carroscannabis sem predisposição para psicose.

Mas houve um aumentoroleta de carros26 pontos no risco —roleta de carros25% para 51% —roleta de carrossintomas psicóticosroleta de carrosusuáriosroleta de carroscannabis com predisposição para psicose.

Não sabemos, na verdade, por que a cannabis está ligada a episódios psicóticos, mas hipóteses sugerem que a dopamina e o glutamato podem ser importantes na neurobiologia destas condições.

Outro estudo com 780 adolescentes sugeriu que a associação entre o usoroleta de carroscannabis e experiências psicóticas também estava ligada a uma região do cérebro chamada "uncus".

Encontra-se dentro do para-hipocampo (envolvido na memória) e no bulbo olfatório (envolvido no processamentoroleta de carroscheiros) e possui uma grande quantidaderoleta de carrosreceptores canabinoides. Também já foi associado com esquizofrenia e experiências psicóticas.

Os efeitos cognitivos e psicológicos do usoroleta de carroscannabis provavelmente dependem,roleta de carroscerta medida, da dosagem (frequência, duração e força), gênero, vulnerabilidades genéticas e idaderoleta de carrosinício.

Mas precisamos determinar se estes efeitos são temporários ou permanentes.

Um artigo resumindo vários estudos sugeriu que, no caso do uso leveroleta de carroscannabis, os efeitos podem diminuir após períodosroleta de carrosabstinência.

Mas mesmo que seja este o caso, vale a pena considerar os efeitos que o uso prolongadoroleta de carroscannabis pode terroleta de carrosnossas mentes — sobretudoroleta de carrosjovens cujos cérebros ainda estãoroleta de carrosdesenvolvimento.

*Barbara Jacquelyn Sahakian é professoraroleta de carrosneuropsicologia clínica da Universidaderoleta de carrosCambridge, no Reino Unido.

Christelle Langley é pesquisadora associadaroleta de carrospós-doutoradoroleta de carrosneurociência cognitiva na Universidaderoleta de carrosCambridge.

Martine Skumlien é estudanteroleta de carrosdoutoradoroleta de carrospsiquiatria na Universidaderoleta de carrosCambridge.

Tianye Jia é professorroleta de carrosneurociência da população da Universidade Fudan, na China.

Este artigo foi publicado originalmente no siteroleta de carrosnotícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

*Esta reportagem foi publicada originalmenteroleta de carros1/05/2022 e republicadaroleta de carros26/06/2024.