Por que cidadeleon apostasSão Paulo se tornou exemplo no combate ao HIV:leon apostas

Grande laço nas cores preto, vermelho e branco estendidoleon apostasprédio

Crédito, Getty Images

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Laço exibido no prédio da prefeituraleon apostasSão Paulo (SP) simboliza a conscientização contra o HIV

A capital paulista registrou 2.351 novos casosleon apostasHIVleon apostas2021, segundo o mais recente Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

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Foram quase 1,5 mil a menos do queleon apostas2016, quando houve 3.761 novos registros — uma reduçãoleon apostas37,5%.

A taxa é bem mais expressiva do que a do Estadoleon apostasSão Paulo no mesmo período, que foileon apostas20,5%,leon apostasacordo com levantamento do governo federal.

Também é mais do que o triplo da redução registrada no Brasil como um todo, que teve 11,7% novos casos a menos.

Com menos casos registrados, a capital paulista também teve uma queda na taxaleon apostasmortalidade devido ao HIV.

Entre 2016 e 2021, o índice passouleon apostas6,3 óbitos por 100 mil habitantes para 4,3, por 100 mil, uma diminuiçãoleon apostas31,7 %.

Uma maior rapidez no diagnóstico e no início do tratamento, novos medicamentos e o acesso amplo e gratuito às terapiasleon apostasprevenção são apontados por especialistas como os motivos que tornaram São Paulo um exemplo no país no combate ao HIV.

Gráficoleon apostasbarras mostra registrosleon apostasnovas infecções na cidade por ano,leon apostas2012 a 2021, com menor valorleon apostas2021
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Os jovensleon apostas19 a 24 anos, no entanto, ainda são a parcela da população mais vulnerável à contaminação pela doença.

“Além dos jovens terem a vida sexual mais ativa, esse público se considera invulnerável, acham que nada vai atingi-los, é uma característica dos jovens”, diz Álvaro Furtado Costa, infectologista do Hospital das Clínicasleon apostasSão Paulo.

Houve 4.167 novos casos entre esse público na cidadeleon apostasSão Paulo entre 2016 e 2021. Foi a faixa etárialeon apostasque foi registrado o maior númeroleon apostasinfecções.

"Nem todos os jovens têm espaço para conversar sobre sexo e sexualidadeleon apostasforma aberta ou autonomia para obter insumosleon apostasprevenção. Isto coloca esta populaçãoleon apostassituaçãoleon apostasmaior vulnerabilidade", diz Adriano Queiroz, coordenadorleon apostasprevenção da Coordenadorialeon apostasIST/Aids da SMS.

A boa notícia é que a reduçãoleon apostasnovos casos neste público entre 2016 e 2021,leon apostas44,3%, foi ainda mais forte do que na populaçãoleon apostasgeral.

Esta foi a faixa etária com a segunda maior queda, atrás apenas da faixa entre 15 a 19 anos, na qual as notificações caíram 55,7%.

Costa avalia ainda que a pandemia pode ter contribuído duplamente para a queda das notificações.

"Nesse período, as pessoas ficaram maisleon apostascasa, reduzindo o contágio, e também procuraram menos os serviçosleon apostassaúde. Então, pode ser que há casos que ainda não foram notificados.”

'Não é porque tenho HIV que transmito o vírus'

Adriano Queiroz diz que a cidadeleon apostasSão Paulo conseguiu avanços importantes no diagnóstico e tratamento contra o HIV.

Ele explica que,leon apostas2016, uma pessoa diagnosticada com HIV levavaleon apostastornoleon apostas180 dias para iniciar a terapia antirretroviral. Hoje, começaleon apostastrês dias.

“Levamos esse atendimento para mais perto da população,leon apostasestaçõesleon apostasmetrôs, ônibus,leon apostashorários estendidos e também aos sábados e domingos. Hoje, é possível fazer um teste rápido nesses locais, e o resultado saileon apostas20 minutos”, diz Queiroz.

“Caso o resultado seja positivo, a pessoa já é encaminhada para os serviçosleon apostassaúde para tratamento.”

Costa acrescenta que outro fator relevante para a queda registrada foram os novos medicamentos, com menos efeitos colaterais.

“Com tratamentos mais eficazes e menos burocráticos, os pacientes tendem a abandonar menos o tratamento, contribuindo para a redução na transmissibilidade desse paciente”, diz o infectologista.

As medicações podem ser retiradasleon apostasgraça na rede municipalleon apostassaúde. É pedida apenas uma receita médica.

Pessoas com HIV que fazem o tratamento corretamente e têm uma carga viral indetectável há maisleon apostasseis meses, sem outras infecções sexualmente transmissíveis, não transmitem o vírus, segundo especialistas.

É o caso do personal trainer Diego Alberti Moi,leon apostas40 anos, que descobriu a infecçãoleon apostasoutubroleon apostas2019.

Na época, ele estavaleon apostasum relacionamento estável há dois anos e não sabia que estava vulnerável ao vírus, masleon apostasnamorada era soropositiva. Diego só descobriu a doença ao ser internado.

“Comecei a ter sintomas como coceira, alergia e queda no sistema imunológico, mas tomava um remédio e melhorava. Na época, estava muito focado no trabalho, vivendo um relacionamento abusivo e não busquei atendimento médico”, conta.

Diego posando para fotoleon apostassala, com feição entre o sério e o sorrindo

Crédito, Arquivo pessoal

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'Foi um choque, mas eu busquei me informar e focarleon apostascomo faria para viver bem com o vírus', lembra Diego Alberti Moileon apostasseu diagnóstico

Após ficar duas semanasleon apostascama, com febre alta e dificuldades para respirar, ele decidiu ir até uma emergência. Ele conta que ficou no hospital por 15 dias e perdeu cercaleon apostas25 quilos.

“Fiz diversos exames e, então, os médicos me deram o diagnóstico. Foi um choque, mas eu busquei me informar e focarleon apostascomo faria para viver bem com o vírus”, diz.

Desde o diagnóstico, Diego é acompanhado por um médico regularmente, toma a medicação indicada e mantém uma alimentação saudável aliada a atividades físicas. Há três anos, ele está intransmissível.

“Hoje, sou casado, tenho uma filhaleon apostastrês meses e levo uma vida normal. Faço todos os exames a cada seis meses e sou bem metódico com os cuidados com a saúde. Minha mulher e minha filha não têm o vírus”, diz.

“É preciso desmistificar o HIV, é possível conviver com o vírus e ter uma vida normal. Eu, por exemplo, tomo menos medicamentos que meu pai com diabete e pressão alta.”

Prevenção com PrEP e PEP

Essa tendêncialeon apostasqueda não era a realidade na cidadeleon apostasSão Paulo até meados da década passada.

Desde 2012, os casos vinham aumentando, mas,leon apostas2016, com a chegadaleon apostasnovos medicamentos que previnem a infecção pelo vírus, houve um pontoleon apostasvirada na epidemialeon apostasHIV na cidade.

As profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP), métodos preventivos que impedem a contaminação pelo HIV mesmo se houver contato com o vírus, têm contribuído para a redução nos númerosleon apostasnovos infectados pela doença.

A PrEP deve ser tomada regularmente para evitar o contágioleon apostassituaçõesleon apostasrisco.

A PEP deve ser iniciadaleon apostasno máximo 72 horas após a exposição, se possível nas primeiras horas, e o tratamento dura 28 dias.

As profilaxias não são um método novo. Foram aprovadasleon apostas2012 pela Organização Mundialleon apostasSaúde, mas eram inicialmente obtidas apenas na rede particular no Brasil.

Naquele ano, uma caixa do medicamento custavaleon apostastornoleon apostasR$ 2 mil. O valor foi caindo gradativamente e, hoje, pode ser encontrado nas farmácias por R$ 50.

Há cinco anos, também passou a ser oferecido gratuitamente pelo Sistema Únicoleon apostasSaúde e pode ser encontrada nas unidadesleon apostassaúde municipais.

Dennis fazendo selfie com feição séria

Crédito, Arquivo pessoal

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Dennis Sloboda compara a rotinaleon apostasuso do PrEP a um anticoncepcional

Atualmente, cercaleon apostas30 mil pessoas já fazem uso da PrEPleon apostasSão Paulo, segundo a SMS.

Álvaro Costa avalia que a oferta da PrEP na rede pública contribuiu para a grande reduçãoleon apostasnovos casos entre pessoas com 20 a 24 anos.

"É um público que está mais familiarizado com o uso da PrEP do que outras faixas etárias, comoleon apostas30 anos, por exemplo, e tem sido a faixa que busca esse medicamento”, diz o infectologista.

Adriano Queiroz acrescenta que estas profilaxiasleon apostasgeral têm se provado aliadas valiosas no controle do HIV na populaçãoleon apostasgeral.

“Acreditamos que, com elas, conseguiremos dar fim à transmissão horizontal do vírus”, diz Queiroz.

A transmissão horizontal é aquela que acontece devido ao contato entre uma pessoa infectada e uma que não tem o vírus. No caso do HIV, ela ocorre principalmente por meioleon apostasuma relação sexual.

Para facilitar o acesso a estes medicamentosleon apostasSão Paulo, a Prefeitura criou o SPrEP, um serviçoleon apostasconsultas médicas digitais.

Após o atendimento, o paciente recebe uma receita e pode retirar os medicamentosleon apostaspostosleon apostassaúde e outros locais.

O cabeleireiro e influenciador digital Dennis Sloboda,leon apostas32 anos, usa PrEP há cinco meses.

“Eu me informei sobre os prós e contras e vi que é muito eficaz e decidi usar. É uma forma seguraleon apostasprevenção”, diz.

Dennis conta que a profilaxia é muito semelhante ao usoleon apostasum anticoncepcional: basta um comprimido ao dia, todos os dias.

“Precisamos acabar com o preconceito e o tabu.”