A cidade russa 'reduto'bet7k netobrasileiros que está sendo atacada pela Ucrânia: 'Sensaçãobet7k netoperigo':bet7k neto

A Ucrânia afirma que controla cercabet7k neto1.000 km² da Rússia e 74 cidades e vilarejos. Já a Rússia diz que tem impedido forças ucranianasbet7k netoavançar ainda mais na região e tem deslocado tropas.

O jovembet7k neto25 anos não é o único brasileirobet7k netoKursk. A cidade pouco conhecidabet7k netocercabet7k neto500 mil habitantes é uma espéciebet7k neto"reduto"bet7k netobrasileiros na Rússia — especialmente,bet7k netoestudantesbet7k netomedicina.

"Um pedacinhobet7k netoBrasil no país europeu", dizbet7k netoseu site a Aliança Russa, empresa responsável por levar a grande maioria dos estudantes para a cidade e "representante das principais universidades russas no Brasil desde 2005".

Segundo informou o Ministério das Relações Exteriores, a comunidade brasileira na Rússia é "relativamente pequena", distribuída principalmente entre as grandes metrópolesbet7k netoMoscou e São Petersburgo. No último relatório do Itamaraty, com dadosbet7k neto2022, eram estimados cercabet7k neto900 brasileiros no país.

Em 2024, "em Kursk, há cercabet7k neto30 estudantes brasileiros, a maioria matriculada na Universidade Federalbet7k netoKursk, no cursobet7k netomedicina", dissebet7k netonota o Itamaraty.

Segundo Lucas, que mantém relações com toda a comunidade brasileira local, o número é maior. "São cercabet7k neto50 estudantes aqui. Mas, no momento, como estamosbet7k netoférias, só tem 15 na cidade", diz. No passado, esse número já foi muito maior,bet7k netoacordo com o brasileiro: "Cercabet7k neto500".

Reportagem recente da Folhabet7k netoS. Paulo sobre o Exame Nacionalbet7k netoRevalidaçãobet7k netoDiplomas Médicos mostrou que, sóbet7k neto2024, 164 profissionais formados na Rússia se submeteram ao teste. A principal instituição, segundo estudantes, é justamente a Universidade Médica Estatalbet7k netoKursk.

A BBC News Brasil tentou contato com a Aliança Russa, responsável por levar os brasileiros ao país, para obter dados e saber se estão dando algum suporte aos estudantes, mas não obteve resposta. Estudantes dizem também não ter conseguido contato.

'Sensaçãobet7k netoperigo'

Enquanto conversava com Lucas nesta quarta-feira (14/8), a reportagem ouviu a sirene tocando e um recado no alto falante dentro do quarto dele, na hospedagem da universidade. O pedido, segundo o estudante, era para se afastar da janela.

"O anúnciobet7k netoperigobet7k netomíssil toca numa caixinhabet7k netosom para emergências o tempo todo, ouvimos barulhosbet7k netoexplosão, notíciasbet7k netoprédios residenciais sendo atingidos por destroçosbet7k netomísseis, pessoas gravemente feridas. É tipo o sombet7k netoSilent Hill [filmebet7k netoterrorbet7k netoque toca uma sirene]", diz o estudante.

"A gente que é brasileiro não tem ideia [o que é uma guerra], a gente só sabebet7k netoouvir nas aulasbet7k netohistória."

Para Lucas, apesar dos alertas e dos barulhos, a vida na cidade segue com certa normalidade. "A sirene toca, mas as pessoas seguem fazendo suas coisas. Ninguém fica desesperado."

A internet, porém, tem apresentado instabilidade.

"A gente sabe que o exército russo é bombet7k netointerceptar os mísseis, mas o medo é que os estilhaços atinjam os prédios", conta.

"Então causa uma preocupação porque pode ser que caia algo na nossa cabeça e não tenha para onde correr. É uma sensaçãobet7k netoperigo físico", descreve Lucas. O jovem diz que,bet7k netocrisesbet7k netoansiedade, precisa ligar aos pais no Brasil.

O brasileiro diz que escolheu ir à Rússia porque, desde criança, admirava a cultura do país — e também pelos valores mais baratos do que uma universidade particularbet7k netomedicina no Brasil. Ele paga cercabet7k netoR$ 17 mil por semestre, com a hospedagem.

Lucas pretende concluir seu cursobet7k neto6 anosbet7k netomedicinabet7k netoKursk, mas diz que agora a "vontade ébet7k netoir para um lugarbet7k netoque eu me sinta mais seguro".

"Não tenho dinheiro pra sair da cidade, para pagar acomodaçãobet7k netooutra cidade e ir para o Brasil é inviável, porque além da passagem ser cara, as aulas poderão voltar no futuro próximo e eu teria que descontinuar o curso", explica.

O estudante diz esperar um plano do Itamaraty para os brasileirosbet7k netoKursk, como a acomodaçãobet7k netooutra cidade.

A Embaixadabet7k netoMoscou teria se reunido com dois estudantes que saírambet7k netoKursk e apresentaram as demandas dos moradores da região. Eles teriam ouvido que há uma necessidadebet7k netoliberaçãobet7k netoverba a partirbet7k netoBrasília, mas que há um planobet7k netoevacuação caso necessário.

Fonte do Itamaraty disse que a instituição está atenta aos desdobramentos na regiãobet7k netoKursk e "pronta para agir".

O Itamaraty também informoubet7k netonota que "desde fevereirobet7k neto2022, com o início do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, tem prestado regularmente apoio à comunidade brasileira residentebet7k netoKursk". "Em diversas ocasiões, diplomatas, inclusive o próprio Embaixador, foram a Kursk para encontrar e dar apoio e orientação aos estudantes residentes naquela cidade", complementa a nota.

Cidade símbolo da Segunda Guerra

A cidade e o oblast (tipobet7k netoEstado na Rússia)bet7k netoKursk são um dos símbolos do orgulho russo.

Foi nessa região que a então União Soviética venceu a maior batalhabet7k netotanques da história, contra o exército nazista alemão na Segunda Guerra Mundial,bet7k neto1943.

O conflito é considerado um "pontobet7k netovirada" na história da guerra, quando o exército vermelho frustrou um enorme contra-ataque nazista, depois que as tropasbet7k netoAdolf Hitler sofreram uma derrota colossalbet7k netoStalingrado (hoje Volgogrado) no invernobet7k neto1942-43.

A cidade também tem monumentosbet7k netoimportância federal, como a Catedral Znamensky, e é considerada um dos centros culturais e religiosos da Rússia

Localizada perto da fronteira com a Ucrânia, Kursk também é uma cidade bastante cosmopolita, segundo estudantes, justamente pela atratividadebet7k netosuas instituiçõesbet7k netoensino.

“A cidadebet7k netosi é muito internacional, com muita gente do Uzbequistão, Azerbeijão e, principalmente, da Índia", diz Lucas.

O estudante conta que se sente "em casa" nessa cidade "pequena com arbet7k netocidade grande, onde me sinto seguro".

*O nome foi trocado a pedido do entrevistado, por questõesbet7k netosegurança