3 generais, um almirante, assessores: os aliadoslotofacil2610Bolsonaro alvos da operação da PF que investiga tentativalotofacil2610golpe:lotofacil2610

Bolsonaro ao lago do general Heleno

Crédito, Presidência da República

O objetivo do grupo, segundo comunicado da PF, seria tentar garantir a "manutenção do então presidente da República (Jair Bolsonaro) no poder".

Ao menos duas fontes confirmam à BBC News Brasil que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) éalvo da operação Tempus Veritatis e que foi expedido um pedido para que entregue seu passaporte às autoridades.

Em um post na rede social X (antigo Twitter), o assessorlotofacil2610Bolsonaro Fabio Wajngarten afirmou que o ex-presidente cumprirá as ordens da PFlotofacil2610entregar o passaporte elotofacil2610não manter contato com os demais investigados.

Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandrelotofacil2610Moraes, nos Estados do Amazonas, Riolotofacil2610Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

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Fim do Matérias recomendadas

Pelo menos nove aliados e ex-ministroslotofacil2610Bolsonaro também são alvo da PF na investigação.

Os militares general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinetelotofacil2610Segurança Institucional (GSI), e General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, alémlotofacil2610Valdemar da Costa Neto (presidente do PL), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) — todos aliados próximoslotofacil2610Bolsonaro — foram alvoslotofacil2610mandadoslotofacil2610busca e apreensão, segundo fontes da PF ouvidas pela BBC.

Saiba mais a seguir quem são os principais.

General Braga Netto

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BBC Lê

Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

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Militar da reserva e político filiado ao PL, o generallotofacil2610Exército Walter Souza Braga Netto foi um dos mais importantes nomes do governo Bolsonaro.

Primeiro, assumiu o comando da Casa Civillotofacil2610fevereirolotofacil26102020. Depois,lotofacil2610abrillotofacil26102021, passou a comandar o Ministério da Defesa, quando Bolsonaro trocou toda a cúpula das Forças Armadaslotofacil2610buscalotofacil2610um maior alinhamento dos militares com seu governo.

As trocas teriam ocorrido porque Bolsonaro estaria insatisfeito com a postura do então comandante do Exército, Edson Pujol,lotofacil2610manter os militares distantes da política.

A confiançalotofacil2610Bolsonaro o levou a ser candidato a vice-presidente emlotofacil2610chapalotofacil26102022, quando ambos foram derrotados por Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo reportagemlotofacil2610outubro do jornal O Globo, Braga Netto é investigado pela Polícia Federal como possível elo entre o Bolsonaro e integrantes dos acampamentos montadoslotofacil2610frente aos quartéis do Exército que pediam intervenção militar após a vitória do petista.

Essa investigação, diz ainda o jornal, foi baseada na delação premiadalotofacil2610Mauro Cid, ex-ajudantelotofacil2610ordenslotofacil2610Bolsonaro.

Uma fala públicalotofacil2610Braga Netto gerou repercussão pouco após a derrota nas eleições. Quando Bolsonaro estava recluso, o general conversou com apoiadores do presidente após visitá-lo no Palácio da Alvorada, no dia 18lotofacil2610novembro.

Na ocasião, disse: "Presidente está bem, está recebendo gente. Vocês não percam a fé, tá bom?! É só o que eu posso falar agora".

Essa fala foi disseminada entre bolsonaristas radicais e interpretada na época como uma mensagem para não desmobilizarem os acampamentoslotofacil2610frente aos quartéis.

Anteslotofacil2610integrar o governo Bolsonaro, Braga Netto se projetou ao comandar a intervenção federal na segurança pública do Riolotofacil2610Janeiro no governolotofacil2610Michel Temer.

Também foi coordenador gerallotofacil2610Defesa dos Jogos Olímpicos e Paralímpicoslotofacil26102016.

Braga Netto ao ladolotofacil2610Bolsonaro

Crédito, Presidência da República

Legenda da foto,

Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Braga Netto é um dos alvos da operação

General Augusto Heleno

O general Augusto Heleno foi ministro-chefe do Gabinetelotofacil2610Segurança Institucional (GSI) durante todo o governo Bolsonaro.

Conheceu o ex-presidente ainda na décadalotofacil261070, quando foi seu instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras.

Foi apoiadorlotofacil2610primeira hora das intenções presidenciaislotofacil2610Bolsonaro. Antes mesmo do começo da disputa eleitorallotofacil26102018, comandou reuniões do grupolotofacil2610formuladores do programalotofacil2610governo do então candidato do PSL.

Quase foi candidato a vice-presidente na chapalotofacil2610Bolsonaro, no lugarlotofacil2610Hamilton Mourão – o que só não aconteceu porque o então partidolotofacil2610Heleno, o PRP, não topou.

Alémlotofacil2610ser investigado por possível envolvimentolotofacil2610tentativalotofacil2610golpe, Heleno é alvo do inquérito que apura o suposto uso da Agência Brasileiralotofacil2610Inteligência (Abin) para fins políticos durante o governo Bolsonaro, já que se tratalotofacil2610um órgão subordinado ao GSI, então comandando pelo general.

Hoje na reserva, Heleno chegou a generallotofacil2610quatro estrelas, o topo da hierarquia do Exército.

Na força, ocupou cargoslotofacil2610grande visibilidade: foi o primeiro comandante militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (ou Minustah, conformelotofacil2610sigla)lotofacil26102004 a 2005 e liderou o Comando Militar da Amazônialotofacil26102007 a 2009.

Em 2011, ao encerrar a carreira no Exército, elogiou o golpe militarlotofacil26101964 ao se referir à memória do pai, que também serviu às Forças Armadas: "Lutastes,lotofacil26101964, contra a comunização do país e me ensinastes a identificar e repudiar os que se valem das liberdades democráticas para tentar impor um regime totalitáriolotofacil2610qualquer matiz".

Depoislotofacil2610ir para a reserva, se aproximoulotofacil2610funções ligadas à comunicação. Foi consultorlotofacil2610segurança e assuntos militares da TV Bandeirantes e dirigiu a Comunicação e a Educação Corporativa do Comitê Olímpico Brasileiro.

General Augusto Heleno

Crédito, Reuters

Legenda da foto,

General Heleno também é alvolotofacil2610inquérito sobre uso da Abin para fins políticos

General Paulo Sérgio Nogueira

O general Paulo Sérgio Nogueira foi ministro da Defesa no final do governo Bolsonaro, a partirlotofacil2610abrillotofacil26102022. Antes, foi comandante do Exército por cercalotofacil2610um ano.

Como ministro da Defesa, esteve à frente da interlocução das Forças Armadas com o Tribunal Superior Eleitoral. Apesar do envolvimento militarlotofacil2610questões eleitorais ser controverso, o diálogo foi aberto pela Cortelotofacil2610resposta às pressões do governo sobre a lisura do processo eleitoral.

Foi nesse contexto que Nogueira enviou um ofíciolotofacil2610junholotofacil26102022 com queixas ao TSElotofacil2610que sete propostas feitas pelas Forças Armadas não estariam sendo devidamente consideradas.

"Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE (Comissãolotofacil2610Transparência das Eleições)", dizia o ofício enviado ao TSE.

"Por fim, encerro afirmando que a todos nós não interessa concluir o pleito eleitoral sob a sombra da desconfiança dos eleitores. Eleições transparentes são questõeslotofacil2610soberania nacional elotofacil2610respeito aos eleitores", dizia ainda o documento.

Segundo reportagem do jornal O Globolotofacil2610julholotofacil26102022, o então ministro a Defesa compartilhou naquela ocasião, via WhatsApp, um artigo dizendo que a eventual vitórialotofacil2610Lula nas eleições "será o desastre e a ruína moral da nação elotofacil2610suas instituições".

Aindalotofacil2610acordo com o jornal, o artigo era assinado pelo general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, ex-comandante da Escolalotofacil2610Comando e Estado-Maior do Exército e diretorlotofacil2610geopolítica e conflitos do Instituto Sagres, entidade composta por militares da reserva.

General Paulo Sérgio Nogueira (em primeiro plano)

Crédito, Exército / Divulgação

Legenda da foto,

General Paulo Sérgio Nogueira foi comandante do Exército e ministro da Defesalotofacil2610Bolsonaro

Almirante Almir Garnier Santos

O Almirante Almir Garnier Santos foi comandante da Marinha no governo Bolsonaro.

Segundo reportagens do portal UOL e do jornal O Globolotofacil2610setembrolotofacil26102023, ele foi citado na delaçãolotofacil2610Mauro Cid como o único chefelotofacil2610uma Força a apoiar a intenção golpistalotofacil2610manter Bolsonaro no poder.

Garnier teria ditolotofacil2610reunião no Palácio da Alvorada quelotofacil2610tropa estava pronta para atender a um chamamentolotofacil2610Bolsonaro.

Sob seu comando, a Marinha realizou um inédito desfilelotofacil2610tanques militares na Esplanada dos Ministérios no dia 10lotofacil2610agostolotofacil26102021, mesmo dialotofacil2610que a Câmara dos Deputados votaria a propostalotofacil2610alteração a Constituição para adoção do voto impresso – proposta controversa do presidente Bolsonaro que acabou rejeitada pelos parlamentares.

Valdemar da Costa Neto

Valdemar da Costa Neto é presidente do PL, partidolotofacil2610Bolsonaro.

Sob seu comando, a sigla ingressou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), junto com PP e Republicanos,lotofacil2610novembrolotofacil26102022, pedindo a invalidaçãolotofacil261059,18% dos votos do segundo turno das eleições presidenciais vencidas por Lula.

Pouco depoislotofacil2610a coligação ter movido essa ação, o presidente do TSE, Alexandrelotofacil2610Moraes, assinou um despacho determinando que o processo movido pelo partido abrangesse, também, os votos do primeiro turno, o que poderia afetar potencialmente os votos para o Congresso Nacional,lotofacil2610que o PL obteve forte bancada.

Após a recusa da coligação, Moares negou a ação que colocoulotofacil2610questão a confiabilidade das eleições e decidiu também multar os partidoslotofacil2610R$ 22,9 milhões por "litigâncialotofacil2610má-fé".

Segundo decisãolotofacil2610Moraes que autorizou a operação desta quinta-feira, a investigação da PF sustenta que houve instrumentalização do Partido Liberal "para financiar a estruturalotofacil2610apoio às narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas,lotofacil2610modo a legitimar as manifestações que ocorriamlotofacil2610frentes as instalações militares".

Ainda segundo a decisão, o ápice dessa estratégia teria "ocorrido no dia 22.11.2022, quando a Coligação PELO BEM DO BRASIL (formada à época pelo Partido Liberal, Republicanos e Progressistas), ingressou com ação judicial 'Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária' com pedido que, na prática, anularia os votos computados pelas urnas fabricadas anteslotofacil26102020".

Anteslotofacil2610se aliar a Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto foi condenado no processo do Mensalão, escândalolotofacil2610corrupção que marcou o primeiro governolotofacil2610Lula.

Valdemar da Costa Neto

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto,

Valdemar da Costa Neto pediu a invalidaçãolotofacil2610parte dos votos das eleiçõeslotofacil26102022

Filipe Martins

Ex-assessor para assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins foi preso na operação desta quinta-feira pela Polícia Federal,lotofacil2610decisão do ministro do STF Alexandrelotofacil2610Moraes.

Segundo as investigações, Martins teria apresentado ao então presidente uma minutalotofacil2610decreto para "executar um Golpelotofacil2610Estado" e realizar novas eleiçõeslotofacil2610novembrolotofacil26102022.

O suposto documento também decretava a prisãolotofacil2610diversas autoridades, entre as quais Alexandrelotofacil2610Moraes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Posteriormente, teriam sido realizadas alterações a pedidolotofacil2610Bolsonaro, permanecendo apenas a determinaçãolotofacil2610prisãolotofacil2610Moraes.

Figura próximalotofacil2610Jair Bolsonaro e seus filhos, Filipe Martins foi nomeado assessor especial da presidência para assuntos internacionais no iníciolotofacil26102019, após ter trabalhado com o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no governolotofacil2610transição.

Assim como Araújo, Martins era seguidorlotofacil2610Olavolotofacil2610Carvalho, ideólogo da direita radical falecidolotofacil26102022.

O ex-assessorlotofacil2610Bolsonaro também foi um dos principais responsáveis por atrelar a família do ex-presidente a Steve Bannon, que foi estrategista do ex-presidente americano Donald Trump.

Durantelotofacil2610passagem oficial pelo governo, Martins acumulou polêmicas. Em junholotofacil26102021, o ex-assessor foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por ter feito um gesto considerado alusivo a movimentos racistaslotofacil2610supremacia branca durante uma sessão no Senado no mesmo ano.

Ele estava atrás do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), com transmissão ao vivo pela TV Senado, quando fez o gesto com as mãos e foi flagrado pelas câmeras. Na época, Martins disse que estaria apenas ajustando seu terno e que o gesto não foi feito com nenhuma intenção política.

Ele foi absolvido da acusaçãolotofacil2610racismo na 1ª instância, maslotofacil2610novembro passado o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) derrubou a decisão anterior e ele voltou a ser investigado.

Filipe Martins também foi incluído no inquérito das Fake News, no STF, suspeitolotofacil2610participar do chamado "gabinete do ódio", grupo baseado no Planalto suspeitolotofacil2610difundir mentiras e ataques a adversários políticoslotofacil2610Bolsonaro.