Rio Amazonas é o maior do mundo? Expedição para medir vai averiguar:365 cassino

imagem do rio Amazonas visto365 cassinocima

Crédito, Getty Images

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Equipe365 cassinobrasileiros está365 cassinoexpedição para medir toda a extensão do Amazonas

No entanto, uma série365 cassinopesquisas e estudos realizados nos últimos quinze anos por instituições como o IBGE (Instituto Brasileiro365 cassinoGeografia e Estatística), assim como por alguns exploradores norte-americanos, têm colocado365 cassinodúvida esses dados.

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Yuri Sanada365 cassinoum barco no Amazonas.

Crédito, Arquivo pessoal Yuri Sanada

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O documentarista e explorador brasileiro Yuri Sanada comandará a expedição que partirá dos Andes peruanos

Uma tarefa que poucos aceitaram

"Vamos a provar que o Amazonas nasce no rio Mantaro, no Peru", declarou à BBC Mundo Sanada, líder da expedição batizada365 cassino"Amazonas, do gelo ao mar".

Tradicionalmente, os rios Apurímac e Marañón, também no Peru, têm sido considerados os afluentes mais distantes do Amazonas. No entanto, uma pesquisa publicada365 cassino2014 pelo explorador norte-americano James Contos confirmou que o Mantaro também é um tributário.

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Localizado no centro do país andino, a cerca365 cassino4.000 metros acima do nível do mar, o Mantaro poderia acrescentar ao gigante sul-americano dezenas365 cassinoquilômetros365 cassinocomprimento, chegando a 6.800 quilômetros, o que tiraria o primeiro lugar no ranking365 cassinoseu rival africano.

"Embora já tenha sido comprovado que o Mantaro está conectado ao Amazonas, até agora ninguém fez uma medição completa365 cassinocampo desde os Andes até o oceano deste rio", afirmou Sanada, que esteve365 cassinomuitas partes do Amazonas, mas nunca o percorreu integralmente.

"A cúpula do monte Everest foi alcançada por cerca365 cassino4.500 pessoas, e 1.500 cruzaram o Atlântico a remo, mas apenas cerca365 cassinodez pessoas fizeram a jornada desde a nascente do rio até a365 cassinofoz", acrescentou para justificar a expedição, que estima ter uma duração365 cassinocerca365 cassinoseis meses.

Muitos dos estudos mais recentes sobre o comprimento do Amazonas têm se baseado365 cassinoimagens365 cassinosatélite e365 cassinopercursos parciais365 cassinoseu curso.

O rio peruano Mantaro ao passar pela cidade365 cassinoLa Oroya.

Crédito, Getty Images

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A expedição partirá do rio Mantaro, nos Andes peruanos, considerado o mais distante afluente do Amazonas

O problema365 cassinoencontrar o ponto 0

Sanada explicou que a missão começará nas montanhas peruanas, onde um grupo liderado por ele percorrerá o rio Mantaro365 cassinocanoas, enquanto outro grupo percorrerá o rio Apurímac a cavalo. Ambas as equipes se encontrarão mais tarde no rio Ene, também no Peru, e dali seguirão365 cassinobarco até o Amazonas.

Especialistas consultados pela BBC Mundo admitiram que nos últimos anos têm surgido dúvidas mais do que razoáveis sobre qual é o rio mais longo do planeta.

"A polêmica sobre qual é o primeiro afluente do Amazonas nos Andes peruanos e qual é o primeiro afluente do Nilo na África existe há algum tempo, e acredito que esse debate sempre persistirá", afirmou Antonio De Lisio, geógrafo da Universidade Central da Venezuela (UCV) e professor do Centro365 cassinoEstudos do Desenvolvimento dessa instituição acadêmica.

Por365 cassinovez, o geógrafo britânico Jeremy Anbleyth-Evans declarou que "o consenso internacional entre os especialistas e a literatura científica é que o Nilo é o mais longo, embora haja certamente dúvidas e um debate sobre isso".

"O problema está365 cassinolocalizar a nascente", explicou De Lisio.

Imagem do Rio Nilo

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Para a maioria dos cientistas, o rio Nilo, na África, ainda é o mais longo com seus mais365 cassino6.600 quilômetros365 cassinopercurso

O critério para definir a origem365 cassinoum rio não é uniforme.

"A principal discussão sobre qual dos dois rios é mais longo se baseia no debate sobre se o curso365 cassinoum rio deve ser medido ao longo dos afluentes mais volumosos ou daqueles que são efetivamente mais extensos", explicou David Haro Monteagudo, professor365 cassinoHidrologia e Gestão365 cassinoRecursos Hídricos da Universidade365 cassinoAberdeen, na Escócia.

"Há alguma discussão sobre se afluentes com represas são válidos ou não, embora eu ache que isso não faça muito sentido, já que o Nilo tem a represa365 cassinoAssuã bem no meio", acrescentou o professor.

Por365 cassinovez, De Lisio assegurou que o fato365 cassinoum afluente não contribuir com água permanentemente não impede que seja considerado uma das nascentes.

"O fato365 cassinoum rio ser sazonal não implica que não seja afluente", acrescentou.

No entanto, Haro também enfatizou que a origem não é a única questão controversa.

"No caso do Amazonas, por exemplo,365 cassinofoz é tão ampla e repleta365 cassinoilhas que também é difícil determinar onde ela termina antes365 cassinose transformar no oceano Atlântico", observou.

Uma mina ilegal na parte peruana da selva amazônica

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A expedição buscará não apenas provar que o Amazonas é o maior rio do mundo, mas também registrar os estragos causados ​​pelo homem

Mais do que provar uma teoria

No entanto, a expedição não apenas buscará medir o Amazonas, com o propósito365 cassinodeterminar seu comprimento real, mas também perseguirá outros objetivos.

"Essa disputa entre o Nilo e o Amazonas é interessante, mas o mais importante é o legado que vamos deixar para a população da Amazônia, não apenas do Brasil, mas também da Colômbia e do Peru", disse Sanada.

"Iremos documentar com câmeras profissionais a biodiversidade da área e os danos que vêm sofrendo por causa do homem, devido a mineiros ilegais, traficantes365 cassinodrogas e crime organizado que se instalaram lá... A ideia é fazer um documentário IMAX", afirmou Sanada.

Uma missão que o explorador admitiu ser arriscada e, por isso, eles estão365 cassinoconversações com líderes indígenas para garantir proteção durante365 cassinojornada.

"Não me preocupam as serpentes ou os jaguares, mas sim os seres humanos que estão lá", destacou.

Organizações criminosas transformaram a Amazônia365 cassinouma área muito mais perigosa do que naturalmente já era. Entre 2016 e 2021, 58 líderes e moradores indígenas foram assassinados na região selvática compartilhada pelo Brasil, Colômbia, Equador e Peru, conforme revelado por uma investigação realizada por 11 organizações ambientalistas.

Indígenas amazônicos caminhando pela selva.

Crédito, Getty Images

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Os excursionistas estão solicitando o apoio365 cassinovárias comunidades indígenas para atravessar a selva365 cassinoforma segura.

Até o momento365 cassino2023, quatro defensores dos povos indígenas foram assassinados somente no Brasil,365 cassinoacordo com um relatório da Comissão Interamericana365 cassinoDireitos Humanos (CIDH).

Além disso, não podemos esquecer que no ano passado o mundo ficou chocado com as notícias dos assassinatos do trabalhador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno Pereira, e do jornalista britânico Dom Phillips, que estavam produzindo um documentário sobre as ameaças que as comunidades amazônicas brasileiras enfrentam365 cassinofazendeiros e organizações criminosas.

Um terceiro objetivo da expedição será testar barcos elétricos totalmente desenvolvidos no Brasil, que não só têm um custo muito mais baixo do que os fabricados na Alemanha, mas também são mais resistentes e fáceis365 cassinoreparar do que os chineses.

"Um motor elétrico custa cerca365 cassinoUS$ 5.000, mas nosso motor custará 500 dólares", afirmou o explorador brasileiro.

Durante a expedição, serão utilizados três protótipos cuja construção está sendo finalizada pela Faculdade365 cassinoTecnologia365 cassinoSão Paulo.

Jeremy Anbleyth-Evans nos Andes peruanos.

Crédito, Arquivo pessoal Jeremy Anbleyth-Evans

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O geógrafo britânico Jeremy Anbleyth-Evans admite que há dúvidas sobre qual é o maior rio do mundo, mas adverte que a maioria dos especialistas tende a favorecer o Nilo.

Uma controvérsia que está longe365 cassinoser resolvida

Embora no Brasil se considere comprovado que o Amazonas é o rio mais longo, e mesmo sendo essa informação ensinada às crianças nas escolas, se a expedição confirmar essa afirmação, isso não necessariamente encerrará o debate365 cassinoâmbito internacional. Isso foi ressaltado pelos especialistas consultados pela BBC Mundo.

"Não acredito que simplesmente medir o Amazonas seja suficiente; também seria necessário medir o Nilo, porque os egípcios provavelmente continuarão a afirmar que o rio deles é mais longo e dirão que365 cassinonascente está além do que conhecemos hoje", afirmou De Lisio.

Essa opinião é compartilhada por Jesús Rocamora Esquiva, membro da Junta365 cassinoGoverno do Colégio Oficial365 cassinoEngenharia Geomática e Topografia da Espanha.

"No caso do Nilo, também há espaço para dúvidas (sobre365 cassinoorigem), uma vez que alguns especialistas argumentam que a rede hidrológica que alimenta o próprio lago Vitória,365 cassinoTansânia, deveria estar conectada ao rio Nilo, o que aumentaria seu comprimento total", explicou.

Independentemente do resultado da expedição, o lugar365 cassinodestaque que ambos os rios ocupam no mundo permanecerá inalterado.

Dessa forma, o Amazonas, que serve como pilar365 cassinouma das regiões mais biodiversas do planeta e é responsável por capturar um terço das emissões365 cassinocarbono globais, continuará sendo considerado o "pulmão do mundo".

Por outro lado, no caso do Nilo, ninguém questionará que ele foi o motor impulsionador365 cassinocivilizações como o antigo Egito dos faraós.

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