O drama dos brigadistas na mais grave crisebetesporte pagaincêndiosbetesporte paga14 anos: 'Nossa vida não vale nada':betesporte paga
Uellinton era considerado um profissional experiente. Ele atuava na área desde 2014. Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o chamoubetesporte paga"herói" e disse quebetesporte pagamorte causou "grande tristeza e indignação".
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Fim do Matérias recomendadas
A 1,5 mil quilômetrosbetesporte pagadistância dali,betesporte pagaPorto Velho (RO), um chefebetesporte pagabrigada do Centro Nacionalbetesporte pagaPrevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Eliab Caldeira,betesporte paga41 anos, refletiabetesporte pagatombetesporte pagaindignação sobre os incêndios que assolam o Brasil.
"(Nossa) vida não vale nada, né? Para a pessoa que coloca fogo e que muitas vezes está abrindo uma pastagem, derrubando a floresta para colocar pasto... Essa pessoa não se importa com ninguém", diz Eliab à BBC News Brasil.
As circunstâncias exatas da mortebetesporte pagaSantos ainda não foram totalmente esclarecidas. Não se sabe o que ou quem deu origem ao incêndio que o matou.
Sua morte lançou luz, no entanto, sobre a dimensão humanabetesporte pagaum quadro preocupante: o Brasil vive a maior ondabetesporte pagaincêndios florestaisbetesporte paga14 anos.
Dados do Institutobetesporte pagaPesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, até domingo (15/9), o país tinha registrado 184.363 focosbetesporte pagaincêndio, um aumentobetesporte paga104%betesporte pagarelação ao ano passado e o maior número desde 2010.
O governo federal atribuiu os números à combinaçãobetesporte pagaseca extrema que o país atravessa com a ação criminosabetesporte pagagrileiros e fazendeiros que estariam utilizando o fogo para abrir pastagensbetesporte pagaáreasbetesporte pagafloresta ou já ocupadas pela agropecuária.
Como resultadobetesporte pagatanto fogo, uma grande parte do território nacional passou a conviver com espessas nuvensbetesporte pagafumaça tóxica carregadasbetesporte pagafuligem.
Cidades como São Paulo (SP) e Porto Velho passaram a ser apontadas como as que tinham a pior qualidade do ar,betesporte pagaacordo com serviços que monitoram esse indicador.
Apesarbetesporte pagaa crise ter ganhado mais visibilidade após chegar a Estados como São Paulo, é no interior do Brasil que a situação é mais dramática.
É onde se encontra a maior parte dos responsáveis pelo combate direto ao fogo: os brigadistas.
Ao todo, o Brasil conta com 3.299 brigadistas federais vinculados ao Instituto Brasileirobetesporte pagaMeio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto Chico Mendesbetesporte pagaConservação da Biodiversidade (ICMBio).
O número é o maior já contabilizado, mas ainda assim parece insuficiente para conter a crise.
Na última semana, a BBC News Brasil entrevistou homens e mulheres que fazem parte dessas equipes e que contaram como estão enfrentando o que, para muitos, é a pior temporadabetesporte pagaincêndios que já viveram.
Os brigadistas relataram jornadasbetesporte pagamaisbetesporte pagadez horasbetesporte pagatrabalho, labaredas com até 20 metrosbetesporte pagaaltura, ventosbetesporte pagaaté 60km/hora, temperaturas que podem chegar a 1.000 °C, medo da morte e tristeza com o que classificam como "ambição" e faltabetesporte pagaempatia daqueles que ateiam fogo à natureza sem se importar com as vidas daqueles que tentarão combater a tragédia.
Fogo na aldeia
Kanã Waurá,betesporte pagaanos 20, é uma brigadista indígena das etnias Kayapó e Waurá.
Ela vive na Terra Indígena Capoto-Jarina,betesporte pagaMato Grosso, a mesma onde Santos morreubetesporte pagaação.
Como o caso ainda está sob investigação, ela disse à BBC News Brasil preferir não se manifestar sobre o assunto.
Ela é chefebetesporte pagabrigada há um ano. Alémbetesporte pagaliderarbetesporte pagaequipe, ela também auxilia na linhabetesporte pagafrente do combate aos focosbetesporte pagaincêndio que atingembetesporte pagaterra.
Apesar da pouca experiência, ela diz confiar nos relatos dos anciãos sobre o fatobetesporte pagaque, neste ano, algo está diferente.
"A situação é extrema. Estamos na pior temporadabetesporte pagafogo", diz Kanã.
"Os mais velhos nos dizem que eles nunca viram tanto fogo assim no nosso território. Eles estão preocupados assim como a gente."
Um dos fatores apontados por cientistas e brigadistas para explicar a voracidade da do fogo neste ano é a estiagem severa.
Dados do Centro Nacionalbetesporte pagaMonitoramento e Alertasbetesporte pagaDesastres Naturais (Cemaden) apontam que pelo menos 59% do território brasileiro experimenta algum nívelbetesporte pagaseca.
A faltabetesporte pagachuva não impacta apenas na redução do volume dos riosbetesporte pagaregiões como a Amazônia, Cerrado ou Pantanal, que vêm registrando mínimas históricas.
Segundo brigadistas, a estiagem aumenta também a quantidadebetesporte pagamatéria seca pronta para pegar fogo.
"Tem muito material acumulado. É vegetação seca, capim e arbustos", diz Anielle Faccin, que é supervisorabetesporte pagaduas brigadas lotadas no Pará, o segundo Estado com o maior númerobetesporte pagaqueimadas no Brasil neste ano.
"Esses locais, geralmente, são próximos a aldeias que têm casasbetesporte pagaindígenas próximas. Isso é preocupante porque o fogo é muito rápido."
Kanã conta que a rotina dos brigadistas que atuam embetesporte pagaárea começava cedo com uma rodadabetesporte pagaexercícios físicos para manter o preparo do seu time.
Ela afirma, no entanto, que após a intensificação dos incêndios, essa etapa não vem sendo feita devido à urgência.
Pela manhã, ela conta, a brigada recebe informes das chefias localizadasbetesporte pagaoutras cidades da região oubetesporte pagaBrasília e também dos próprios moradores da terra indígena.
É com base nestas informações quebetesporte pagaequipe define qual vai ser o incêndio a ser combatido.
Kanã é uma das responsáveis por decidir para ondebetesporte pagaequipe irá. Eventualmente, ela também vai para a linhabetesporte pagafrente.
Foibetesporte pagauma destas incursões que ela passou por um dos seus momentos mais tensos.
Encurralados pelo fogo
Ela conta que acompanhou uma equipebetesporte pagabrigadistas para enfrentar um incêndio para impedir que ele ficasse maior e ameaçasse uma das aldeias.
Os brigadistas caminhavambetesporte pagalinha para tentar cercar o fogo e evitar que ele se alastrasse. Uma dupla foi na frente, outra parte da equipe ficou no meio, e Kanã foi atrás.
De repente, ela conta, o vento mudoubetesporte pagadireção, e o fogo passou avançar sobre os brigadistas.
"A ordem foi para baterbetesporte pagaretirada. Do meio para o final (da linha), a gente conseguiu. Só que tinha um grupo mais a frente, e eles ficarambetesporte pagasituaçãobetesporte pagaperigo", diz Kanã.
"O fogo tinha puladobetesporte pagadireção à linha deles e estava avançando."
Quase encurralados pelo fogo, a orientação para o grupo mudou.
"Em vezbetesporte pagarecuar, a ordem foi para que eles avançassembetesporte pagadireção a uma estrada. Foi tão perigoso que eles deixaram até os equipamentos para trás", conta Kanã.
A dupla conseguiu escapar do fogo. Após a situação ter sido controlada, a brigada voltou à área e constatou o que poderia ter acontecido.
"Estava tudo torrado", diz a brigadista.
Medo da morte, fumaça tóxica e segurobetesporte pagaR$ 20 mil
Não é fácil para os brigadistas falar sobre o medobetesporte pagamorrerbetesporte pagaação apesarbetesporte pagao risco ser evidente.
Questionados sobre o assunto, a maioria respondebetesporte pagaforma protocolar, reforçando o treinamento ao qual são submetidos e o fatobetesporte pagacolocarem a segurançabetesporte pagaprimeiro lugar.
"Tenho medobetesporte pagamorrer, mas luto pela vida quando estou no incêndio", diz o brigadista da comunidade quilombola kalunga Euclenes Batista,betesporte paga36 anos.
Há três meses, ele foi deslocado do Cerrado para atuar no Pantanal sul-matogrossense.
Ele diz que apela a Deus para sobreviver mais um diabetesporte pagameio às labaredas.
"Toda vez que eu vou para o combate, é joelho no chão. Peço a Deus proteção e que me levebetesporte pagapaz. O que acontece lá está na mão divina. A realidade é essa", descreve Batista.
"Não tem preparação. Cada fogo é um fogo, e fogo não gostabetesporte pagabrigadista. Pode ser um fogo manso, mas quando ele vê o brigadista, ele toca o terror."
O diretorbetesporte pagaproteção ambiental do Ibama, Jair Schmitt, resume os perigos da profissão.
"Os brigadistas que combatem incêndios florestais estão expostos a inalaçãobetesporte pagafumaça tóxica, acidentes com galhos e árvores, queimadura pelas chamas do incêndio, exaustão térmica e desidratação", diz Schmitt à BBC News Brasil.
A imagem dos equipamentos do timebetesporte pagaKanã torrados foi apenas um lembrete dos riscos da profissão. O pior, porém, estava por vir: a mortebetesporte pagaUelliton Santos.
Quando morreu, Uelliton, assim como a maioria dos seus colegas vinculados ao Ibama, trabalhava por um salário mínimo, adicionalbetesporte pagainsalubridade, auxílio transporte, auxílio pré-escolar para os que têm filhos(as) e um segurobetesporte pagavidabetesporte pagaR$ 20 mil. É a esse dinheiro quebetesporte pagafamília vai ter acesso após os trâmites burocráticos.
Segundo nota enviada pelo ICMBio à BBC News Brasil, o órgão está providenciando a contrataçãobetesporte pagasegurosbetesporte pagavida para seus brigadistas.
'Fogo extremo'
Entre os brigadistas, a mortebetesporte pagaUelliton Santos foi um alerta:betesporte pagaque medida as mudanças climáticas estão deixando o trabalho deles mais perigoso?
O brigadista Charles Pereira Pinto,betesporte paga39 anos, tem 14betesporte pagaexperiência. Ele é da comunidade quilombola kalunga que vive no municípiobetesporte pagaCavalcante, no Cerrado goiano. Segundo ele, não há dúvidas.
"A cada ano que passa, os combates vão ficando mais perigosos e requerem mais atenção", diz Charles à BBC News Brasil.
Ele afirmou que vem observando uma mudança no comportamento dos incêndios florestais no Brasil desde 2021. Ele atribui essa mudança ao agravamento da crise climática.
"Antes, a gente tinha um fogo mais tranquilo, com chamas menores", diz o brigadista.
"Com essas mudanças (climáticas), o tempo muito seco somado à degradação e à entradabetesporte pagavegetação exótica como o capim (para pasto) aumentou a quantidadebetesporte pagafogo e as chamas estão mais altas. Ficou mais difícil a gente ter uma resposta rápida."
Euclenes Batista, companheiro kalungabetesporte pagaPinto, é acostumado ao fogo. A região do municípiobetesporte pagaCavalcante, onde viveu a maior parte da vida, ficabetesporte pagapleno Cerrado.
No inverno, o verde dá lugar ao cinza, as árvores retorcidas do bioma perdem suas folhas, e o fogo vira, ao mesmo tempo, uma ameaça e um personagem comum na paisagem local.
Aos 24 anosbetesporte pagaidade, Euclenes virou brigadistabetesporte pagacombate a incêndio e,betesporte pagalá pra cá, já combateu o fogobetesporte pagapraticamente todas as regiões do Brasil.
Logo após ser deslocado para Mato Grosso do Sul, não demorou muito para ele perceber que, neste ano, as coisas seriam diferentes — para pior.
"Tá só pólvora. Qualquer vacilo, e o fogo se alastra", diz Euclenes à BBC News Brasil.
Ele está certo. O bioma registrou um saltobetesporte paga1.931% no númerobetesporte pagaqueimadas entre 2023 e 2024.
Experiente, Charles classifica as novas condições das queimadas como "fogo extremo".
Segundo ele, esse novo cenário é capazbetesporte pagagerar labaredas entre 5 e 20 metrosbetesporte pagaaltura, o equivalente a um prédiobetesporte pagaseis andares.
Para piorar, esse fogo pode sofrer influênciabetesporte pagarajadasbetesporte pagavento que, dependendo do relevo e das condições climáticas, podem avançar a 60 quilômetros por hora, criando um cenáriobetesporte pagainstabilidade e perigo para as equipesbetesporte pagacampo.
Longe dali,betesporte pagaNovo Progresso, no interior do Pará, Anielle Faccin diz ter a mesma percepção.
"Antes, o fogo não costumava avançar tanto, mas neste ano está impossível", diz Anielle.
"Até áreasbetesporte pagamata que antes ficavam úmidas durante a manhã, agora, estão secas. O fogo está indo muito mais rápido."
Pinto afirma que as mudanças climáticas desafiam até mesmo os brigadistas mais bem treinados.
"O cursobetesporte pagabrigadista do Brasil é um dos três melhores do mundo. A gente manda brigadistas para diversos países. Já fomos ao Canadá, agora estamos indo para a Bolívia. Mas a realidade é que o trabalho ficou mais perigoso", disse.
Anielle, que é responsável pela gestãobetesporte pagaduas brigadas, diz observar que as condições climáticas extremas estão exigindo muito mais dos seus comandados.
Segundo ela, a intensidade e a quantidade dos incêndios fazem com que as jornadasbetesporte pagacombate ao fogo sejam cada vez mais frequentes e, na maior parte das vezes, mais demoradas.
Alguns brigadistas relatam que algumas açõesbetesporte pagacombate ao fogo podem durar até dez horas.
"A exaustão mental realmente começa a atrapalhar depoisbetesporte pagaum determinado período", diz Anielle.
"Então, quanto mais tempo o brigadista passa no campo, mais exausto e estressado ele fica. Isso pode gerar problemas."
A supervisora diz que uma das estratégias adotadas para evitar que isso se torne um risco é o rodíziobetesporte pagabrigadistas e a retiradabetesporte pagaação daqueles com sinaisbetesporte pagaestafa ou exaustão.
"O brigadista que está cansado não consegue acompanhar o ritmo do grupo", diz Anielle.
'Quase todo incêndio no Brasil tem por trás a ação humana'
Na tarde do dia 29betesporte pagaagosto, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, concedeu uma entrevista à BBC News Brasil sobre a crise dos incêndios no país.
Horas antes, havia participado do velóriobetesporte pagaUelliton Santos, cujo corpo havia sido transportadobetesporte pagaMato Grosso para Brasília, ondebetesporte pagafamília vive.
Na entrevista, Agostinho atribuiu o aumento do fogo à ação humana.
"Quase todo incêndio no Brasil tem por trás a ação humana. Ou é um vandalismo, ou é sadismobetesporte pagapessoas que querem ver a floresta pegar fogo ou são pessoas que querem degradar a floresta para utilizar a área como na Amazônia e no Matopiba [região formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia]", disse Agostinho.
Dados coletados pelo Monitor do Fogo, produzido pelo Institutobetesporte pagaPesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e pelo MapBiomas, apontam nesta direção.
Segundo o estudo divulgado na semana passada,betesporte pagaagosto deste ano, uma áreabetesporte paga685 mil hectaresbetesporte pagafloresta nativa foi queimada na Amazônia.
Isso representa um aumentobetesporte paga132%betesporte pagarelação ao mesmo mês do ano passado. A áreabetesporte pagafloresta destruída pelo fogo foi equivalente a quatro vezes e meia a área da cidadebetesporte pagaSão Paulo.
Pensar sobre a engrenagem que vem fazendo o Brasil arder parece despertar um sentimentobetesporte pagadesalento e indignação nos brigadistas responsáveis por conter a tragédia.
"É muita ambição por parte das pessoas. Elas não se importam umas com as outras oubetesporte pagaestar queimando milharesbetesporte pagahectares. Além dos brigadistas, é toda a natureza que está indo embora", diz a supervisorabetesporte pagabrigada Anielle Faccin.
Kanã Waurá, da Terra Indígena Capoto/Jarina, se diz triste ao pensar sobre o que leva alguém a atear fogo à naturezabetesporte pagaum momento como este.
"Infelizmente, eles não estão preocupados o suficiente com a gente. É com muita tristeza que eu falo isso, mas é verdade", lamenta Kanã.
"Quem coloca fogo não pensa que alguém vai ter que ir lá combater. Não pensa no nosso cansaço, na desidrataçãobetesporte pagaquem está na linhabetesporte pagafrente."
O brigadista Charles Pinto lamenta a faltabetesporte pagapunição a quem usa o fogo para destruir a natureza.
"Acho que é uma questãobetesporte pagaimpunidade também. As leis ainda deixam a desejar", diz Charles.
Há duas semanas, a BBC News Brasil revelou que as investigações sobre o chamado "Dia do Fogo",betesporte paga2019, foram arquivadas sem que nenhum dos responsáveis por uma ondabetesporte pagaincêndios florestais no Pará fossem punidos.
A BBC News Brasil procurou o Ministério do Meio Ambiente, o Ibama e o ICMBio.
O MMA e o Ibama informaram à reportagem que a pasta aumentoubetesporte paga26% o númerobetesporte pagabrigadistas do órgão entre 2022 (último ano do governobetesporte pagaJair Bolsonaro) e 2024. Eles saírambetesporte paga1.788 para 2.255.
Somados aos brigadistas do ICMBio (1.044), o governo federal contratou neste ano 3.299 profissionais neste ano.
O MMA disse ainda que aumentoubetesporte paga5 para 14 o númerobetesporte pagaaeronaves contratadas para o combate aos incêndios.
À BBC News Brasil, o ICMBio, alémbetesporte pagaapontar que está "em tratativas internas" para garantir segurobetesporte pagavida aos seus brigadistas, informou que oferece uma "redebetesporte pagaqualidadebetesporte pagavida" com assistência social e psicológica.
Em seu primeiro ano no combate ao fogo, Kanã diz estar preocupada com o futuro dabetesporte pagaterra: "Tenho medo (do futuro). Até a floresta se reerguerbetesporte pagaum fogo, vai muito tempo".