Mudanças climáticas foram 'principal' fator para seca recorde na Amazônia, diz estudo: o que isso significa para o futuro da floresta?:cassino 50 giros grátis
O novo estudo sobre os fatores que levaram à seca na Amazônia foi conduzido por treze cientistas do Reino Unido, Brasil, Dinamarca e Holanda.
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Fim do Matérias recomendadas
Eles analisaram dados históricoscassino 50 giros grátisprecipitação (chuva), a evapotranspiração da floresta na região ecassino 50 giros grátistemperaturacassino 50 giros grátistoda a Bacia Amazônica.
Os pesquisadores usaram dados meteorológicos e simulaçõescassino 50 giros grátiscomputador para comparar as condiçõescassino 50 giros grátissecacassino 50 giros grátisdois cenários: um com aquecimento causado pelo homem e outro sem.
Em mundo onde a atividade humana não tivesse aquecido o planetacassino 50 giros grátiscercacassino 50 giros grátis1,2ºC, não houvesse uma atividade agrícola tão intensa e no qual a faltacassino 50 giros grátischuvas e a elevada evaporação não contribuíssem para deixar o solo menos úmido, uma seca assim pode ter acontecido apenas uma vez a cada 1.500 anos, indica o estudo.
As mudanças climáticas tornaram uma seca desta gravidade cercacassino 50 giros grátis30 vezes mais provável, segundo os cientistas, e espera-se agora que ocorra uma a cada 50 anos nas condições atuais.
Procurado pela BBC News Brasil para comentar os resultados do estudo, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) ressaltoucassino 50 giros grátisnota à BBC News Brasil que o desmatamento na Amazônia caiu pela metade no ano passadocassino 50 giros grátiscomparação com 2022 e que o governo Lula assumiu o compromissocassino 50 giros grátiszerá-lo até 2030.
"O governo federal revisou a meta climática brasileira, corrigindo alterações da gestão anterior e retomando o compromisso assumidocassino 50 giros grátis2015 no Acordocassino 50 giros grátisPariscassino 50 giros grátisreduzir as emissõescassino 50 giros grátisgases causadores do efeito estufacassino 50 giros grátis48% até 2025 e 53% até 2030", disse a pasta.
O MMA afirmou ainda que está sendo elaborado um novo plano nacional para lidar com as mudanças climáticas e que o Brasil vai apresentarcassino 50 giros grátisnova meta climáticacassino 50 giros grátis2025, na cúpula do clima COP30,cassino 50 giros grátisBelém, no Pará.
"O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima alerta que a década 2021-2030 é a última janelacassino 50 giros grátisoportunidade para enfrentar a mudança do clima. Limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC na comparação com níveis pré-industriais é garantir um futuro mais seguro para a humanidade", disse a pasta.
"Alémcassino 50 giros grátisbuscar liderar pelo exemplo, o Brasil é um dos líderes da Missão 1,5°C, iniciativa que busca reforçar a cooperação internacional e o incentivo para que os países apresentem metas climáticas mais ambiciosas na COP30."
A secacassino 50 giros grátis2023 na Amazônia vinha chamando a atenção da comunidade científica mundial porcassino 50 giros grátisduração e severidade.
Embora as secas não sejam incomuns, o evento do ano passado foi considerado "excepcional", dizem os pesquisadores.
Ao longo do ano passado, cientistas não descartavam a influência das mudanças climáticas sobre a seca, mas vinham atribuindo a estiagem a dois fenômenos climáticos naturais.
O primeiro deles é o El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico. Esse fenômeno natural, que está ocorrendocassino 50 giros grátisforma intensa, dificulta a formaçãocassino 50 giros grátischuvas na Amazônia.
O El Niño teria, segundo os cientistas, afetado a estação chuvosa na Amazônia deste ano, que registrou índices pluviométricos abaixo da média. Com menos chuva, os rios entraram na estação seca com volume menor do que o normal.
O segundo fenômeno foi o aquecimento anormal das águas do Oceano Atlântico, que também reduz a quantidadecassino 50 giros grátischuva na região.
O estudo, no entanto, diz que, apesar do El Niño, o principal responsável pela intensidade da seca na Amazônia no ano passado foi a ação humana.
"O El Niño reduziu a quantidadecassino 50 giros grátisprecipitação (chuva) na regiãocassino 50 giros grátisaproximadamente na mesma quantidade que as mudanças climáticas", diz um dos principais trechos do estudo.
"No entanto, a forte tendênciacassino 50 giros grátisseca foi quase inteiramente causada pelo aumento das temperaturas globais, portanto, a severidade da seca atualmente enfrentada écassino 50 giros grátisgrande parte impulsionada pelas mudanças climáticas."
Um dos retratos mais visíveis da seca na Amazônia no ano passado foi a marca atingida pelo rio Negrocassino 50 giros grátisManaus, capital do Amazonas.
Em outubro, o rio chegou àcassino 50 giros grátismenor marcacassino 50 giros grátis121 anos, quando os registros passaram a ser catalogados.
Neste ano, o rio chegou à marcacassino 50 giros grátis12,70 metros. O recorde anterior eracassino 50 giros grátis2010, quando o rio havia marcado 13,63 metros.
Alémcassino 50 giros grátisser uma barreira contra as mudanças climáticas, a Amazônia é uma rica fontecassino 50 giros grátisbiodiversidade, contendo cercacassino 50 giros grátis10% das espécies do mundo - com muitas outras ainda a serem descobertas.
A seca afetou os ecossistemas e impactou diretamente milhõescassino 50 giros grátispessoas que dependem dos rios para transporte, alimentação e renda, sendo os mais vulneráveis os mais atingidos.
Um dos efeitos foi a paralisação temporária do funcionamentocassino 50 giros grátishidrelétricas como Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, e a dificuldade no escoamentocassino 50 giros grátisbens produzidos no Polo Industrialcassino 50 giros grátisManaus por conta do baixo nível do rio Negro.
Em diversos pontos da floresta, a seca ganhou contornos dramáticos. Em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, mulheres indígenas tiveram que mudar rotinas secularescassino 50 giros grátistrabalho e mudarem o horáriocassino 50 giros grátisir para a roça por conta do calor excessivo e o temorcassino 50 giros grátissofrerem com insolação.
Em Tefé, também no Amazonas, centenascassino 50 giros grátisbotos morreramcassino 50 giros grátislagos da região com temperaturas que chegaram a maiscassino 50 giros grátis38 graus Celsius.
Cientistas ainda estudam as causas das mortes, mas afirmam que o principal fator por trás do fenômeno foi o aquecimento anormal das águas na região.
Barreiracassino 50 giros grátisproteção ameaçada
Ao mesmo tempocassino 50 giros grátisque aponta que as mudanças climáticas teriam sido o principal fator para a seca excepcionalcassino 50 giros grátis2023, o estudo também aponta a necessidadecassino 50 giros grátisreduzir as emissõescassino 50 giros grátisgases do efeito estufa.
No mundo, a principal fonte desses gases é a queimacassino 50 giros grátiscombustíveis fósseis. No Brasil, é o desmatamento.
"A não ser que o mundo pare rapidamente com a queimacassino 50 giros grátiscombustíveis fósseis e o desmatamento, esses eventos vão se tornar ainda mais comuns no futuro", diz um trecho do estudo.
"Se continuarmos queimando petróleo, gás e carvão, muitocassino 50 giros grátisbreve atingiremos 2°Ccassino 50 giros grátisaquecimento e veremos secas semelhantes na Amazônia a cada 13 anos", diz a Dra. Friederike Otto, professora sêniorcassino 50 giros grátisCiência do Clima no Imperial Collegecassino 50 giros grátisLondres e que participou do estudo.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e é vista como fundamental para reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
Apesarcassino 50 giros grátisconhecida pelacassino 50 giros grátisresiliência, cientistas que participaram do estudo alertam que secas como a do ano passado soam um alarme.
"Isso colocacassino 50 giros grátisxeque a capacidade da florestacassino 50 giros grátisse recuperar [...] se a gente considerar todas as pressões humanas na floresta como desmatamento e queimadas, acho que deveríamos ficar preocupados com a saúde da floresta", disse Regina Rodrigues, professoracassino 50 giros grátisOceanografia Física e Clima na Universidade Federalcassino 50 giros grátisSanta Catarina (UFSC) durante a apresentação do estudo na quarta-feira (24/1).
A atuação da Amazônia como uma proteção contra as mudanças climáticas acontece,cassino 50 giros grátisgrande parte, por seu papel como captadorcassino 50 giros grátiscarbono da atmosfera.
Em um estado saudável, a floresta absorve mais dióxidocassino 50 giros grátiscarbono (CO2) do que libera.
Esse processo limita o aumentocassino 50 giros grátisCO2 na atmosfera provenientecassino 50 giros grátisatividades humanas, mantendo a temperatura sob controle.
Mas há evidênciascassino 50 giros grátisque isso pode estar mudando, à medida que as árvores morrem devido à seca, incêndios florestais e desmatamento desenfreado para abrir espaço para a agricultura.
Há preocupaçãocassino 50 giros grátisque, se as mudanças climáticas e o desmatamento continuarem no ritmo atual, a Amazônia poderácassino 50 giros grátisbreve atingir um "pontocassino 50 giros grátisnão retorno".
Se esse ponto for ultrapassado, apontam estudos, isso poderia levar ao declínio rápido e irreversívelcassino 50 giros grátistoda a floresta tropical fazendo com que a rica floresta amazônica se transformecassino 50 giros grátisáreas savanizadas ou até mesmo desérticas.
Isso resultariacassino 50 giros grátisum aumento nas emissõescassino 50 giros grátisCO2 por um lado, e na perdacassino 50 giros grátisuma importante fontecassino 50 giros grátiscaptaçãocassino 50 giros grátiscarbono da atmosferacassino 50 giros grátisoutro.
Não há consenso científico sobre se a Amazônia já chegou ou não a esse pontocassino 50 giros grátisnão retorno.
O climatologista brasileiro Carlos Nobre foi o primeiro a apresentar esta teoriacassino 50 giros grátis2018. Ele é um dos autorescassino 50 giros grátisum estudo que afirma que, se a Amazônia for desmatadacassino 50 giros grátis25% e a temperatura global atingir 2 a 2,5 °C acima dos níveis pré-industriais, a floresta irá atingir o pontocassino 50 giros grátisnão retorno.
"Não acho que [o pontocassino 50 giros grátisnão retorno] seja o que estamos vendo [ainda], pelo menoscassino 50 giros grátistodas as partes, exceto na parte mais seca da floresta amazônica", diz Yadvinder Malhi, professorcassino 50 giros grátisCiência dos Ecossistemas na Universidadecassino 50 giros grátisOxford, que não estava envolvido no estudo do WWA.
Desmatamento baixa, mas alerta permanece
Apesar da última seca recorde na Amazôniacassino 50 giros grátis2023, houve alguns dados comemorados pelo governo brasileiro e por parte da comunidade científica.
A taxacassino 50 giros grátisdesmatamento na Amazônia brasileira caiu 50%cassino 50 giros grátis2023 na comparação com 2023,cassino 50 giros grátisacordo com o Instituto Nacionalcassino 50 giros grátisPesquisas Espaciais (Inpe).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu zerar o desmatamento ilegal até 2030. Apesar disso, os dados no segundo maior bioma do Brasil, o Cerrado, preocupam. Houve aumentocassino 50 giros grátis43%cassino 50 giros grátisrelação ao ano passado.
"A perda da Floresta Amazônica está longecassino 50 giros grátisser inevitável no curto prazo", desde que o fogo e o desmatamento possam ser controlados, disse Malhi à BBC News.
Os cientistas do WWA reiteraram durante a apresentação do estudo que o desmatamento na Amazônia é um fatorcassino 50 giros grátisrisco para a "saúde" da floresta.
Mas afirmaram que a principal medida a ser tomada para evitar secas recordes como a do ano passado é a redução drástica das emissõescassino 50 giros grátisgases do efeito estufa geradas como um todo.