Pessoas bebem menos álcool hoje porque opçõesresultadolotofacillazer ficaram mais diversas e acessíveis, diz historiador:resultadolotofacil
AutorresultadolotofacilAlehouses and Good Fellowship in Early Modern England ("Cervejarias e Companheirismo na Inglaterra Moderna",resultadolotofaciltradução livre) e editorresultadolotofacilBiographies of Drink: A Case Study Approach to our Historical Relationship with Alcohol ("Biografias do Beber: uma AbordagemresultadolotofacilEstudosresultadolotofacilCasos sobre Nossa Relação Histórica com o Álcool"), Hailwood destacaresultadolotofacilentrevista à BBC News Brasil os fatores que podem estar por trás da recente queda do consumoresultadolotofacilbebidas alcoólicas, uma tendência que é observadaresultadolotofacildiversos estudos.
Equipes | Vencedores | Perdas perdas
perdas |
1984 São
Francisco 49ers | 15
15 | 1
1 |
Chicago 1985
Chicago Ursos | 15
15 | 1
1 |
Minnesota 1998
Minnesota Vikings | 15
15 | 1
1 |
Pittsburgh 2004
Pittsburgh Steelers | 15
15 | 1
1 |
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Um levantamento realizado pelo CentroresultadolotofacilPesquisaresultadolotofacilPolíticas sobre Álcool da Universidade La Trobe, na Austrália, publicadoresultadolotofacil2020, por exemplo, mediu os hábitos etílicosresultadolotofaciladolescentesresultadolotofacil12 a 18 anosresultadolotofacil39 países da América do Norte, Europa e Oceania.
Em praticamente todos estes lugares, aliás, a vendaresultadolotofacilbebidas alcoólicas para essa faixa etária é ilegal, embora, na prática, esta seja a faseresultadolotofacilque a maioria das pessoas tenha acesso a esses produtos pela primeira vez, segundo este artigo, publicado no Jornal EuropeuresultadolotofacilSaúde Pública.
Em comparação com as taxasresultadolotofacilconsumoresultadolotofacilálcool observadas há 20 anos, a tendência atual éresultadolotofacilqueda na grande maioria dos locais pesquisados.
A diminuição supera os 50%resultadolotofacilpaíses como Noruega, Suécia e Lituânia, e ultrapassa os 80% na Islândia.
Já uma enquete realizada pela organização britânica Drinkaware mostrou que 26% dos jovensresultadolotofacil16 a 24 anos se consideram totalmente abstêmios.
Outra pesquisa, publicadaresultadolotofacil2023 pelo CentroresultadolotofacilInformações sobre Saúde e Álcool (Cisa), mostrou que 46% dos jovens brasileirosresultadolotofacil18 a 24 anos afirmam não beber nunca e 20% dizem fazer isso uma vez por mês ou menos.
Essa mudançaresultadolotofacilhábitos já foi percebida por muitas empresas do setor, que nos últimos anos passaram a anunciar e promover cervejas e outros produtos sem álcool.
Para Hailwood, a tendência está ligada a dois fenômenos.
"Em primeiro lugar, me parece que há uma preocupação maior com aspectosresultadolotofacilsaúde, e evidências científicas recentes sugerem que há pouquíssimos benefíciosresultadolotofacilconsumir álcool", diz o pesquisador.
"Segundo, vivemosresultadolotofaciluma eraresultadolotofacilque as alternativas ao álcool,resultadolotofacilrelação à busca por maneirasresultadolotofacilrelaxar, curtir e se entreter, ficaram muito mais diversas e acessíveis."
No passado, diz Hailwood, quem queria escapar da realidade e do trabalho duro não tinha a possibilidaderesultadolotofacilir para casa e ver televisão, jogar videogame ou assistir a vídeos na internet. "O lar era apenas o lugar para comer e dormir", explica o historiador.
Seguindo essa linharesultadolotofacilraciocínio, bares, tavernas e pubs eram basicamente os únicos locais onde alguém podia relaxar, socializar e se encontrar com outras pessoas.
"Agora, vivemos num mundo com uma gama maiorresultadolotofacilatividadesresultadolotofacillazer, então, as pessoas não precisam necessariamente beber para ter algum tiporesultadolotofacildiversão."
Costumesresultadolotofacilum passado nem tão distante assim
Dianteresultadolotofacilum fenômeno marcado pela redução no consumoresultadolotofacilbebidas alcoólicas, chama a atenção como certos hábitos eram considerados normais — e até bem-vindos — até há pouco tempo.
Um exemplo era o costumeresultadolotofacilindicar o consumoresultadolotofacilcerveja preta para mulheres que amamentavam como uma estratégia para aumentar a produçãoresultadolotofacilleite materno.
Não há nenhuma evidênciaresultadolotofacilque a prática funcione — pelo contrário, ela até faz mal, uma vez que o álcool pode passar para o bebê.
Outro exemplo: até a décadaresultadolotofacil1950, as cantinas das escolas francesas ofereciam vinho para crianças e adolescentes.
A prática ganhou maior controle a partirresultadolotofacil1956, embora a proibição sobre bebidas alcoólicas só abrangesse estudantes menoresresultadolotofacil14 anos.
Os vinhos só foram retirados completamente das instituiçõesresultadolotofacilensino da França nos anos 1980.
Hailwood acrescenta que, no Reino Unido, a prática do chamado "almoçoresultadolotofaciltrabalho" era muito comum até o início dos anos 2000.
"Basicamente as pessoas saíam do trabalho e íam para o pub, onde bebiam alguns coposresultadolotofacilcerveja. Alguns depois voltavam para seguir com as funções durante a tarde, enquanto outros encerravam o expediente ali mesmo", explica ele.
"Isso era um hábito muito comum e aceitável entre trabalhadoresresultadolotofacilvários ramos no Reino Unidoresultadolotofacil20 anos atrás. Hojeresultadolotofacildia, é algo raro, e as pessoas não consideram apropriado trabalhar sob o efeitoresultadolotofacilsubstâncias inebriantes."
Hailwood destaca que, durante muitos séculos, as bebidas alcoólicas como a cerveja eram encaradas como um alimento ou uma formaresultadolotofacilobter as calorias necessárias para trabalhar.
"Antes da chegada do café e do cháresultadolotofacilpartes do Hemisfério Norte e do Ocidente, as pessoas consumiam cervejas como uma formaresultadolotofacilencarar o dia,resultadolotofacilseguirresultadolotofacilfrente", diz ele.
"Muitos tomavam cerveja já no café da manhã e ficavam embriagados o tempo todo."
Para o professor, diante dessa perspectiva histórica, o álcool está hoje "muito mais restrito a certos lugares, momentos e contextos" do que esteve no passado.
Mas isso, claro, não significa que essa realidade não possa mudar no futuro.
"As próximas gerações podem adotar um estiloresultadolotofacilvida mais hedonista [que prioriza o prazer] do que as atuais e, com isso, retomar um consumo mais frequenteresultadolotofacilálcool", avalia Hailwood.
"Isso não me surpreenderia, visto que as bebidas alcoólicas passaram por diversos altos e baixos ao longo da história."
Muito além do social
Encarar o consumoresultadolotofacilálcool apenas como uma opçãoresultadolotofacillazer, entretenimento e socialização parece ser um fenômeno recente.
Ao longoresultadolotofacilmilênios e séculos, as bebidas tiveram diferentes funções nas sociedades — e ninguém sabe ao certo como essa história realmente começou.
Hailwood cita a chamada "hipótese do macaco bêbado".
"Quando algumas frutas apodrecem, elas naturalmente fermentam. Isso significa que o açúcar que há nelas se transformaresultadolotofacilálcool. Então, é possível que espécies anteriores aos seres humanos tenham consumido esse produto", explica o historiador.
"Há especulações sobre como esse contato com o álcool pode ter alterado a química cerebralresultadolotofacilnossos antepassados e até ajudado na evolução da espécie."
Alguns milênios depois, os primeiros registros mais confiáveisresultadolotofacilque humanos consumiam alguma formaresultadolotofacilbebida fermentada com efeitos intoxicantes vêm do Egito Antigo.
"Temos documentosresultadolotofacilque os egípcios faziam cervejaresultadolotofacillarga escala", diz o professor.
Hailwood observa que a históriaresultadolotofacilque as pessoas tomavam bebidas alcoólicas por uma questãoresultadolotofacilsegurança — já que os primeiros povoados e cidades não tinham saneamento básico e a água vivia contaminada — é um tanto exagerada.
"Muitos historiadores classificam essas informações como um mito, porque esses indivíduos ainda tomavam água, e o álcool nunca foi visto como uma alternativa segura a outros líquidos", diz Hailwood.
"As evidências nos mostram que o consumo diárioresultadolotofacilcervejas era algo preferidoresultadolotofacilmuitas comunidades por alguns motivos, como o fatoresultadolotofacilelas serem mais palatáveis, terem um efeito inebriante e oferecerem um aporte maiorresultadolotofacilcalorias e nutrientesresultadolotofacilcomparação com a água."
Vale lembrar que estamos falandoresultadolotofacilum contexto completamente diferente do atual.
No passado, os alimentos não estavam amplamente disponíveis, e muitas populações ficavam à mercê das condições climáticas ou da disponibilidaderesultadolotofacilcaça do local.
Com isso, qualquer oportunidaderesultadolotofacilgarantir um aporteresultadolotofacilcalorias e nutrientes era algo salutar para garantir a sobrevivência.
Acredita-se que os primeiros bares e tavernas são frutos da expansão do Império Romano.
"Conforme os romanos dominaram a Europa e outros continentes, esses estabelecimentos se espalharam por todos os cantos", contextualiza o historiador.
"Na Inglaterra, os primeiros pubs surgiram a partir das tavernas criadas pelos romanos. Esse papel social relacionado ao hábitoresultadolotofacilbeber nesses locais permaneceu desde então."
Mas, como citado anteriormente, os hábitos etílicos do passado cumpriam funções que iam além do lazer e da socialização.
Além da questão nutricional, as bebidasresultadolotofacilefeitos inebriantes foram (e continuam a ser) usadasresultadolotofacilalguns rituais religiosos — como é o caso do vinho no cristianismo, por exemplo.
"Produtos intoxicantes podem levar a experiências espirituais e estados alteradosresultadolotofacilconsciência. Xamãs sempre usaram certas substâncias para acessar pensamentos e ter ideias", cita o historiador.
Há também o aspecto medicinal do álcool. "Em boa parte dos séculos 16 e 17, os coquetéis eram a principal receita para lidar com as doenças", lembra Hailwood.
"Antes do século 18, o gim não era considerado uma bebida recreacional na Inglaterra. Assim como diversos outros drinques, ele era visto como um remédio. As pessoas até chamavam esses produtosresultadolotofacilaqua vitae, ou água da vida, porque eles eram fortes e davam um certo vigor a quem tomava."
De certa maneira, a produção das bebidas fermentadas e destiladas também era uma formaresultadolotofacilnão desperdiçar comida.
O trigo, a cevada, a uva, a batata e outros alimentos cultivados e colhidos passavam por técnicasresultadolotofacilfermentação e ganhavam uma vida mais longaresultadolotofaciluma épocaresultadolotofacilque não existiam geladeiras e congeladores.
Tensão constante com o álcool
Mas Hailwood chama a atenção para o fatoresultadolotofacilque a relação da humanidade com o álcool nunca foi linear — e alguns períodos ficaram marcados por ondas muito fortesresultadolotofacilmoralismo e proibicionismo.
O caso mais famoso talvez seja a Lei Seca que entrouresultadolotofacilvigor nos Estados Unidos no início do século 20. Há também diversas religiões que impedem seus seguidoresresultadolotofaciltomar cervejas e afins até hoje.
Mas o historiador lembraresultadolotofacilum episódio muito mais antigo e um tanto curioso que aconteceu na Inglaterra dos séculos 15 e 16.
"Nesse período, os pubs e as tavernas se tornavam cada vez mais populares, e as autoridades queriam encontrar maneirasresultadolotofacilcontrolar esse crescimento", contextualiza Hailwood.
Em um dos primeiros movimentos proibicionistas relacionados ao álcool, segundo o historiador, os legisladores ingleses da época criaram uma regraresultadolotofacilque só se poderia permanecerresultadolotofacilpubs por uma hora.
"Eles reconheceram que as pessoas tinham uma necessidaderesultadolotofacilconsumir cervejas como parte da rotina e da dieta, mas a nova lei impunha esse limiteresultadolotofaciluma hora porque esse era um tempo considerado suficiente para beber sem exagerar."
A lei, claro, não "pegou": como não existiam forças policiais para garantir o cumprimento dela, a responsabilidade caiu no colo dos fiscaisresultadolotofacilcada vilarejo.
Teoricamente, esses indivíduos precisavam passar pelos pubs para checar se havia gente que havia ultrapassado o tal limiteresultadolotofacil60 minutos.
"Na prática, esse fiscal era alguém que fazia parte da vizinhança, da comunidade. Se ele tentasse mandar alguém para casa, na maioria das vezes seria ignorado ou mandado procurar o que fazer", explica Hailwood.
O historiador chama a atenção para a dualidade que existe sobre o álcool. "Por um lado, as bebidas são parte integralresultadolotofacilmuitas culturas e sociedades, que buscam formasresultadolotofacilcontrolar o consumo delas", diz Hailwood.
"Por outro, esse mercado sempre foi uma fonte importanteresultadolotofacillucros e arrecadaçãoresultadolotofacilimpostos."
Essa tensão coloca governos e fontesresultadolotofacilregulamentaçãoresultadolotofaciluma situação parecida aresultadolotofacildonosresultadolotofacilbares e pubs.
"Muitas vezes, eles estão numa posiçãoresultadolotofacilprecisar vender a bebida, mas também têm a responsabilidaderesultadolotofacilcontrolar o consumo para evitar perturbações e problemas sociais", afirma Hailwood.
"É uma situação estranha, porque o mesmo agente que se beneficia daquela venda também precisa garantir que o consumo aconteçaresultadolotofacilforma moderada e adequada."