De 'vira-lata' a aliança global no G20: biocombustível ganha força e deve gerar negócios para Brasil:br 888 casino

Da esq. para dir., a premiê italiana Georgia Meloni, o presidente norte-americano Joe Biden, o premiê indiano Narendra Modi e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva durante lançamentobr 888 casinoplano sobre biocomustíveis na cúpula do G20

Crédito, Reuters

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Da esq. para dir., a premiê italiana Georgia Meloni, o presidente americano Joe Biden, o premiê indiano Narendra Modi e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva durante lançamentobr 888 casinoplano sobre biocombustíveis na cúpula do G20

Críticas têm partido historicamente, sobretudo,br 888 casinopaíses europeus, que questionam quão sustentáveis os biocombustíveis sãobr 888 casinofato.

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Desmatamento para aberturabr 888 casinonovos camposbr 888 casinoplantação e a ocupaçãobr 888 casinoterras usadas para produçãobr 888 casinoalimentos são fatores apontados como problemas dessa produção.

Já os defensores da nova aliança dizem que ela visa, justamente, promover a produção sustentávelbr 888 casinobiocombustíveis, com o compartilhamentobr 888 casinoconhecimento e tecnologiabr 888 casinopaíses como o Brasil, e o usobr 888 casinoterrenos já desmatados.

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BBC Lê

Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

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Uma iniciativa brasileira que pode ser compartilhada, segundo fontes do Itamaraty, é o RenovaBio, programa criado pelo Ministériobr 888 casinoMinas e Energiabr 888 casino2016 que realiza a certificação da produçãobr 888 casinobiocombustíveisbr 888 casinoacordo com suas reduções na emissãobr 888 casinogases do efeito estufa, permitindo aos produtores comercializarem créditosbr 888 casinocarbono.

Na visão desses diplomatas, a resistência históricabr 888 casinopaíses europeus contra biocombustíveis,br 888 casinogeral justificada na preocupação com o desmatamento, está também relacionada ao interesse desses paísesbr 888 casinovender suas tecnologias, como os carros elétricos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimôniabr 888 casinolançamento ao lado do presidente americano, Joe Biden, e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mas não houve discursos devido à agenda corrida durante a cúpula.

“Hoje, a necessidade do momento é que todos os países trabalhem juntos na áreabr 888 casinomisturabr 888 casinocombustíveis. Nossa proposta é tomar uma iniciativabr 888 casinonível global para levar a misturabr 888 casinoetanol à gasolina a até 20%”, disse Modi,br 888 casinooutro momento da cúpula.

No Brasil, a gasolina já tem 27,5%br 888 casinoetanol embr 888 casinomistura, e o governo estuda aumentar esse percentual para 30%.

"Biocombustível não é 'verde'", diz faixabr 888 casinoprotesto ambientalbr 888 casinoLondres

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"Biocombustível não é 'verde'", diz faixabr 888 casinoprotesto ambientalbr 888 casinoLondres

Crescimento do mercado vai gerar negócios para o Brasil

A ideia da aliança é que biocombustíveis sejam mais usados globalmente, não só no transporte automotivo, mas tambémbr 888 casinoaviões e embarcações.

A Organização Internacional da Aviação Civil já adotou metas ambiciosasbr 888 casinoreduçãobr 888 casinoemissõesbr 888 casinocarbono que começam a valerbr 888 casino2027, enquanto o setor marítimo está finalizando o processo para isso.

Os biocombustíveis líquidos já são um quinto (cercabr 888 casino20%) do consumo energético dos transportes do Brasil, mas no mundo esse percentual ébr 888 casinoapenas 4%.

Segundo a Agência Internacionalbr 888 casinoEnergia, a produção global precisa triplicar até 2030 para que o mundo possa alcançar emissões líquidas zerobr 888 casinocarbono até 2050.

Um mercado mundial mais robusto pode render negócios ao Brasil, que é liderança na produçãobr 888 casinoetanol a partir da cana-de-açúcar e poderá exportar carros flex (movidos a gasolina e etanol) e tecnologia, exemplifica Plinio Nastari, presidente da Datagro Consultoria e integrante do Conselho Nacionalbr 888 casinoPolítica Energética.

“O mundo vai produzir mais, vai precisarbr 888 casinoequipamentos. Qual é o maior produtor mundialbr 888 casinoequipamento para produçãobr 888 casinoetanol? É o Brasil”, disse à reportagem.

Nastari concorda que os biocombustíveis foram por muito tempos tratados como uma energia “vira-lata”. Ele ressalta que estão sendo desenvolvidos usos mais modernos dessa energia, comobr 888 casinoaplicaçãobr 888 casinocarros movidos a hidrogênio.

“Sendo um carregadorbr 888 casinohidrogênio, o etanol permite que você faça a distribuiçãobr 888 casinohidrogênio na formabr 888 casinoum combustível líquido,br 888 casinoforma prática, econômica e segura. E a transformação desse combustível líquido etanolbr 888 casinohidrogênio ocorre no ato do consumo”, explicou.

“O hidrogênio tem um conteúdobr 888 casinoenergia muito concentrado. Então, a eficiência da motorização a hidrogênio é muito alta. Vamos poder ter um carro que vai fazer 25 quilômetros por litrobr 888 casinoetanol, mas etanol na formabr 888 casinohidrogênio, não na formabr 888 casinocombustível. Enquanto os carros utilizando o etanol (convencional) hoje fazem oito, onze, quatorze quilômetros por litro, no caso dos híbridos”, afirma Nastari.

Veículo movido a biodieselbr 888 casinoNova York, EUA

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Veículo movido a biodieselbr 888 casinoNova York, EUA

Alternativa para o Sul Global

A tentativabr 888 casinoexpandir o mercado mundialbr 888 casinoetanol é uma agenda antiga do Itamaraty e do setor privado brasileiro, liderado pela Unica (União da Indústriabr 888 casinoCanabr 888 casinoAçúcar).

No seu segundo mandato presidencial, Lula chegou a assinar um acordo com o presidente americano George W. Bushbr 888 casino2007, com objetivobr 888 casinopromover os biocombustíveis no mundo, mas os avanços foram tímidos.

Naquele momento, Bush chegou a se referir a Lula como o “evangelizador do etanol”, devido à forte campanha do brasileirobr 888 casinofavor dessa opção energética.

Para o Itamaraty, a aliança firmada na Índia é uma iniciativa que se encaixa perfeitamente nos objetivos da política externa brasileirabr 888 casinopromover o desenvolvimento do Sul Global.

Isso porque a adoção dos biocombustíveis é considerada uma alternativa mais baratabr 888 casinoenergia sustentável para o transporte do que, por exemplo, a eletrificação da frota. Além disso, também é mais intensivabr 888 casinomãobr 888 casinoobra, podendo gerar mais emprego e renda.

Etanol, a aposta indiana com pitada brasileira

O Brasil é o segundo maior produtorbr 888 casinobiocombustíveis do mundo, atrás dos Estados Unidos.

Já a Índia se tornou recentemente o terceira maior, após o governo Modi apostar com mais força nessa opção energética, processo que contou com o apoio do governo e do setor privado brasileiros por meiobr 888 casinoacordosbr 888 casinocooperação.

Devido à velocidade do avanço, o país inclusive antecipoubr 888 casino2030 para 2025 a metabr 888 casinoadicionar 20%br 888 casinoetanol à gasolina, após atingir antecipadamente a metabr 888 casino10% do ano passado.

A Índia é um grande produtorbr 888 casinocanabr 888 casinoaçúcar (uma das matérias-primas do etanol) ao mesmo tempo que é o maior importadorbr 888 casinopetróleo do mundo. Por isso, a ampliação do usobr 888 casinobiocombustíveis passou a ser vista como um importante trunfo para a segurança energética do país e economiabr 888 casinodivisas.

“O que no fundo essa aliança global vai fazer é justamente construir um processobr 888 casinocooperação para que sejam acelerados os processosbr 888 casinoadoção da bioenergia como substituto a fontes energéticas fósseis", disse à reportagem o presidente da Única, Evandro Gussi.

“Essa ideia nascebr 888 casinoum exemplo concreto: o que os setores público e privado do Brasil têm feito com a Índia nesses últimos anos é compartilhar a nossa experiência na produçãobr 888 casinobioenergia, especificamentebr 888 casinoetanol”, reforçou.