'Irmã que conheci aos 35 anos se tornou barrigaaposta basquete bet365aluguelaposta basquete bet365minhas filhas':aposta basquete bet365
Mark McDonald, um engenheiro mecânico que moraaposta basquete bet365Portland, nos Estados Unidos, sempre soube que havia sido adotado — e se sentia confortável com isso.
Ele levava uma vida feliz comaposta basquete bet365família adotiva.
Mas dentro dele havia uma sensação constanteaposta basquete bet365desconexão com seu entorno, como se não tivesse raízes.
"Sou muito visual. Quando você é adotado, você nunca vê ninguém que se pareça com você. Não vê seu rosto refletido nos demais", disse eleaposta basquete bet365entrevista concedida ao programaaposta basquete bet365rádio Outlook, da BBC,aposta basquete bet3652022.
Mesmo assim, nunca havia pensadoaposta basquete bet365procuraraposta basquete bet365família biológica, até se casar com Tina, que conheceu na universidade enquanto fazia um cursoaposta basquete bet365pós-graduação.
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Fim do Matérias recomendadas
Logo após o casamento, o casal descobriu que não poderia ter filhos, um dos maiores sonhosaposta basquete bet365Mark.
"Quando soube que não poderíamos ter filhos, comecei a pensar na minha família. Nãoaposta basquete bet365formaaposta basquete bet365arrependimento. Mas queria saber sobre minha mãe biológica, que era muito jovem quando nasci. Ela tinha apenas 16 anos, o que torna [a adoção] completamente compreensível", afirmou.
"Sinto que sou uma boa pessoa, e queria passar meus genes adiante, que este pequeno ramo da humanidade não acabasse. Pensei que se tivesse irmãos biológicos, ou algo parecido, isso resolveria minha criseaposta basquete bet365desconexão."
Ao procuraraposta basquete bet365família biológica, ele descobriu algo inesperado. Seus pais ainda estavam juntos, e haviam se casado. Além disso, ele tinha dois irmãos e uma irmã mais nova, filhos do mesmo pai e da mesma mãe.
Eaposta basquete bet365irmã, Rachel Elliot, ofereceria a ele, no mesmo anoaposta basquete bet365que se conheceram, um dos maiores presentes daaposta basquete bet365vida: emprestar seu ventre para que ele e Tina pudessem se tornar pais.
A busca
Quando Mark — nascidoaposta basquete bet365Toronto, no Canadá — decidiu encontrar seus pais biológicos, ele precisou superar diversos obstáculos e processos burocráticos.
"A busca teve que ser feita por eles [o governo] para proteger a privacidadeaposta basquete bet365ambas as partes. Mas como normalmente acontece nos assuntos governamentais, devido à faltaaposta basquete bet365pessoal, nos disseram que poderia demoraraposta basquete bet365cinco a sete anos", relembra.
No entanto, três anos depois,aposta basquete bet3652007, Mark recebeu um telefonema do departamentoaposta basquete bet365serviço social. Na hora, ele pensou que poderia ser um erro, mas não. Eles haviam encontradoaposta basquete bet365família biológicaaposta basquete bet365um tempo muito menor do que o esperado.
A notícia veio acompanhadaaposta basquete bet365informações difíceisaposta basquete bet365processar — sobretudo o fatoaposta basquete bet365que seus pais permaneceram juntos e formaram uma família.
"Não me permiti pensar que poderia ter uma família dentro do que chamamosaposta basquete bet365'normalidade' da qual eu era um membro biológico", explica.
O que ele sentiu também havia sido vivenciado,aposta basquete bet365alguma forma, poraposta basquete bet365irmã Rachel, mas anos antes,aposta basquete bet3651999, e a milharesaposta basquete bet365quilômetrosaposta basquete bet365distância, na cidadeaposta basquete bet365Raleigh, na Carolina do Norte, no leste do país.
Mark não sabia, mas desde entãoaposta basquete bet365família biológica estava aguardando ansiosamente por ele.
Rachel tinha 23 anos e estava grávida da segunda filha quandoaposta basquete bet365mãe a convidou para ir a um restaurante para contar que ela tinha um irmão mais velho.
Ela havia crescidoaposta basquete bet365um ambiente cristão, no qual o sexo fora do casamento era errado e a abstinência sexual tinha um significado importante. Por isso, ela ficou chocada com a história da mãe, mas também sentiu um lampejoaposta basquete bet365felicidade.
Ela não sabia como era a aparência físicaaposta basquete bet365Mark, tampouco como era seu caráter, mas diz que quando soube daaposta basquete bet365existência, "ela o amou", do mesmo jeito que amava seus outros dois irmãos.
"Eu estava no restaurante, e as lágrimas caíam no prato. Por um lado, eu era uma mulher grávida desnorteada com a experiência da minha mãe, e com o quão difícil é essa decisão [adoção]. Por outro lado, era uma pessoa que ama seus irmãos, e sente uma grande conexão com eles, e agora tinha mais um. Foi emocionante", diz ela.
Mas Rachel eaposta basquete bet365mãe não tinham permissão para entraraposta basquete bet365contato com Mark. As autoridades exigiam que ele desse o primeiro passo.
E, a contar deste dia, elas tiveram que esperar oito anos.
O encontro
Mark estava com 35 anos quando recebeu o telefonema do governo,aposta basquete bet365marçoaposta basquete bet3652007. Logoaposta basquete bet365seguida, ele entrouaposta basquete bet365contato comaposta basquete bet365mãe e irmãos biológicos. A rápida sucessãoaposta basquete bet365acontecimentos que se seguiram mudaria para sempre a vidaaposta basquete bet365toda a família.
Eles começaram a trocar e-mails, e a construir uma relaçãoaposta basquete bet365amizade.
Rachel ainda se lembra da primeira mensagem.
"Quase morriaposta basquete bet365tanta alegria."
Eles conversaram ao longoaposta basquete bet365semanas sobre hobbies, aspirações e histórias do dia a dia. Em maio do mesmo ano, decidiram se conhecer pessoalmente.
"Escrevi um e-mail para ele, e disse: 'Não quero que você use um chapéu engraçado ou uma flor porque sei que posso te achar no aeroporto, não precisoaposta basquete bet365ajuda com isso'", recorda Rachel.
Ela desembarcou então no aeroportoaposta basquete bet365Portland. As pessoas começaram a passar ao seu lado, e ela se perguntou se realmente seria capazaposta basquete bet365reconhecer o irmão, que só havia vistoaposta basquete bet365fotos.
"De repente,aposta basquete bet365um canto, vejo um cara altoaposta basquete bet365olhos azuis que parece querer vomitar", diz Rachel.
"Não conseguia ver a Tina, porque ela era muito baixinha. Mas eu vi o Mark, e logo pensei: 'É meu irmão'. Dei um abraço nele sem avisar, coloquei as duas mãosaposta basquete bet365seu rosto, e falei: 'Você é real'."
Não só eles eram parecidos fisicamente, pois eram filhos do mesmo pai e da mesma mãe, como haviam estabelecido uma forte conexão.
"Eles não tinham os mesmos interesses que eu, mas ao mesmo tempo eram muito parecidos comigo [seus irmãos]. O sensoaposta basquete bet365humor, as manias, a forma como processavam os pensamentos. Eu era capazaposta basquete bet365antecipar o que eles iam dizer ou fazeraposta basquete bet365diferentes situações", acrescenta o engenheiro.
Eles passaram um fimaposta basquete bet365semana juntos, no qual todos se sentiram à vontade, como se fossem velhos amigos — embora fossem, na verdade, basicamente estranhos.
Nos dias subsequentes, continuaram com as longas conversas por e-mail. Páginas e páginas que se tornaram cada vez mais pessoais, até que Mark contou que queria ter filhos, mas ele e a esposa não podiam.
Após ler o e-mail do irmão, Rachel teve um pensamento espontâneo que para muitos pode parecer estranho, e certamente precipitado: Por que ela, uma mulher jovem e saudável, não emprestava seu ventre ao casal para que eles pudessem ter os filhos biológicos que tanto sonhavam?
A proposta
A ideia ficou rondando na cabeçaaposta basquete bet365Rachel durante dias. Ela precisava discutir a proposta com o marido, Curtis, que é pastor. Mas tinha receioaposta basquete bet365expressá-la.
"Não falei nada porque tudo que eu fazia era ligar para o Mark, falar sobre o Mark, olhar meus e-mails e pensar no que meu irmão estava fazendo. Achei que estava dando atenção demais a toda essa questão familiar, e não queria, alémaposta basquete bet365tudo isso, dizer que tive a ideia da barrigaaposta basquete bet365aluguel."
Um dia,aposta basquete bet365uma reunião com amigos, surgiu o assuntoaposta basquete bet365que Mark e Tina não podiam ter filhos. E também a ideia da barrigaaposta basquete bet365aluguel. Para surpresaaposta basquete bet365Rachel, o marido não resistiu à propostaaposta basquete bet365reprodução assistida. Pelo contrário, ele considerou "um presente".
"Pensei: 'O quê?!' E disse: 'Vamos fazer isso'", recorda Rachel.
Em agosto, Rachel e o marido embarcaram para encontrar Mark e Tina. Bastante nervosa, ela pensou que poderia fazer a proposta ao irmão na última noiteaposta basquete bet365sua estadiaaposta basquete bet365Portland. Assim, eles teriam tempoaposta basquete bet365conversar, mas se a situação ficasse desconfortável, ela simplesmente voltaria para casa com o marido.
"Estava cienteaposta basquete bet365quão ridícula era a ideia. Achava que eles iam dizer não. Ou que se aceitassem, seria algum tempo depois. Mas estava disposta a enfrentar qualquer inconveniente", diz Rachel.
Mas ela estava errada. Durante o jantar,aposta basquete bet365meio a uma espécieaposta basquete bet365caos, enquanto um cachorro latia ao fundo, e a música estava a todo volume, Rachel deixou escaparaposta basquete bet365proposta.
Mark pediu um minuto, subiu as escadas, e voltou com uma pasta nas mãos.
Na pasta, estavam todos os documentos sobre a pesquisa que ele e Tina haviam feito sobre barrigaaposta basquete bet365aluguel. E mais: já haviam pensado na possibilidadeaposta basquete bet365pedir ajuda a Rachel, caso os laços familiares continuassem a se fortalecer.
"Achei que não pediríamos à Rachel tão cedo", diz Mark.
"Mas, sim, soubemosaposta basquete bet365cara que ela seria uma candidata ideal, devido àaposta basquete bet365idade, por ter tido gestações bem-sucedidas e ser uma pessoa saudável."
O presenteaposta basquete bet365Natal
A decisão estava tomada. Nas semanas seguintes, começaram procedimentos médicos complexos que envolviam palavras e conceitos que não eram comuns no dia a diaaposta basquete bet365Tina e Rachel: hormônios, óvulos, espermatozoides e agulhas enormes.
Tudo isso enquanto moravam a 3 mil quilômetrosaposta basquete bet365distância.
Uma semana antes do Natal, Rachel viajou para Portland, onde embriões (formados a partir dos espermatozoidesaposta basquete bet365Mark e dos óvulosaposta basquete bet365Tina) foram implantadosaposta basquete bet365seu útero.
Ela voltou para casa, e alguns dias depois, fez um exameaposta basquete bet365sangue para saber se estava grávida.
Na vésperaaposta basquete bet365Natal, o telefone tocou. Rachel atendeu a ligação enquanto tomava banho: ela estava grávida. Mais tarde, ela descobriria que estava esperando gêmeas.
"Foi uma felicidade enorme, mas com cautela", diz Mark, sobre a notícia.
As semanas seguintes foram difíceis, especialmente para Tina.
"Acho que o fatoaposta basquete bet365outra pessoa carregar seus filhos, mesmo sendo um grande presente e permitindo que você tenha uma família, é muito desafiador. Pensar que ela não conseguiu fazer isso ela mesma", contou eleaposta basquete bet365uma entrevista recente à BBC News Mundo, serviçoaposta basquete bet365notíciasaposta basquete bet365espanhol da BBC.
Eles também tiveram que lidar com o preconceito dos outros, uma vez que os procedimentosaposta basquete bet365reprodução assistida não são necessariamente aceitos por todos, e podem gerar polêmica. Além disso, as infraestruturas não estão necessariamente preparadas para as famílias que optam por utilizá-los.
"Lidar com isso fisicamente foi difícil. Os quartos não eram grandes o suficiente para tanta gente. Alguns técnicosaposta basquete bet365ultrassom nos apoiaram muito, achavam que o que havíamos feito era maravilhoso, mas outros ficaram claramente desconfortáveis", lembra Mark.
Rachel deu à luz as gêmeasaposta basquete bet365agosto do ano seguinte. Curtis, Mark e Tina conseguiram entrar na salaaposta basquete bet365parto após insistir com a equipe do hospital.
As famílias adotiva e biológicaaposta basquete bet365Mark se reuniram pela primeira vez na época do nascimento.
Mas com a chegada das gêmeas, também surgiram novos desafios.
A legislação, Tina e as adolescentes
Segundo a lei da Carolina do Norte, a mãe das meninas era Rachel, porque foi ela quem deu à luz. Além disso, Curtis, por ser seu marido, foi automaticamente considerado pai, o que também é estabelecido pela legislação do Estado.
Então eles tiveram que entrar com uma ação judicial contra o pastor, para que a paternidadeaposta basquete bet365Mark fosse reconhecida. E, mais tarde, Tina teve que adotar legalmente as gêmeas para que fossem consideradas suas filhas perante o Estado.
De acordo com eles, os advogados que os ajudaram tornaram o processo o mais simples possível, mas ainda assim foi desagradável. Hoje eles acreditam que o processo deve ser facilitado.
As meninas agora são adolescentesaposta basquete bet36515 anos. Elas tiveram uma infância feliz, na qual Mark e Tina dividiram igualmenteaposta basquete bet365criação.
"Nós dois trabalhávamosaposta basquete bet365tempo integral. Ela se envolvia muito nas atividades das meninas. Uma delas é nadadora, e Tina trabalhava como voluntária nas competições", conta Mark.
Há quatro anos, Tina foi diagnosticada com leucemia. Foi um choque para todos.
Ela começou o tratamento para a doença, mas depois desenvolveu um tumor no cérebro — e faleceu.
Rachel, poraposta basquete bet365vez, diz que sente um amor especial por estas duas meninas que carregou no ventre durante nove meses. Mas decidiu não se envolver na criação delas, se limitando ao papelaposta basquete bet365tia.
"Moro longe, do outro lado do país, e estava criando minhas próprias filhas. Também sentia a necessidadeaposta basquete bet365deixar Mark e Tina, que são os pais, cuidarem das gêmeas. Sou muito afetiva, mas à distância, sem exigir nada das meninas", explica.
Depoisaposta basquete bet365todo este processo, a relação familiar eaposta basquete bet365amizade entre Mark e Rachel continua forte.
Tanto é que eles decidiram registraraposta basquete bet365históriaaposta basquete bet365um livro intitulado Love & Genetics: A true story of adoption, surrogacy, and the meaning of family ("Amor e genética: uma história verdadeiraaposta basquete bet365adoção, barrigaaposta basquete bet365aluguel e o significado da família",aposta basquete bet365tradução livre).
Para eles, tudo o que vivenciaram inspira esperança, não sóaposta basquete bet365pessoas que não podem ter filhos e recorrem à reprodução assistida, mas também naquelas que fazem parteaposta basquete bet365famílias adotivas e têm o desejoaposta basquete bet365se relacionaraposta basquete bet365alguma forma com seus parentes biológicos.
Mas Rachel adverte que ser barrigaaposta basquete bet365aluguel não é uma decisão fácil — e deve ser tomada sob rigorosa supervisão médica.
Paraaposta basquete bet365família, dizem ambos, "foi um presente".
A sensaçãoaposta basquete bet365desconexãoaposta basquete bet365Mark "desapareceu", ele garante. As meninas "me deram o que estava faltando".
*Esta reportagem foi baseadaaposta basquete bet365um episódio do programaaposta basquete bet365rádio Outlook, da BBC — ouça aqui a íntegra (em inglês) —, e também conta com reportagemaposta basquete bet365Ronald Ávila-Claudio, da BBC News Mundo.