O papel dos cartéis mexicanos na ondasite de roletaviolência que levou à mortesite de roletacandidato à Presidência no Equador:site de roleta

"Aqui pagamos com a vida pela democracia."

Cinco anos atrás, as palavras que Fernando Villavicencio gritousite de roletaum microfonesite de roletaum comíciosite de roletacampanha, momentos antessite de roletamorrersite de roletauma saraivadasite de roletabalas, poderiam ser consideradas um exagero, um floreio retórico.

Mas, na quarta-feira (9/8), eles se mostraram muito proféticos. Villavicencio, candidato às próximas eleições presidenciais, foi baleado ao deixar o comício na capital, Quito.

Seu assassinato não é um incidente isolado.

Um prefeito baleado enquanto inspecionava obras públicas, corpos penduradossite de roletapontes, líderessite de roletagangues publicando vídeos nos quais ameaçam matar políticos a menos que cumpram suas ordens - uma sequência aparentemente interminávelsite de roletaviolência dominou as manchetessite de roletaum país anteriormente conhecido porsite de roletasegurança .

Em 2018, a taxasite de roletahomicídios foisite de roleta5,8 por 100 mil habitantes. A maioriasite de roletasua população, apontou uma pesquisa da Gallup, sentia-se segura para andar sozinha à noite.

Em 2022, a taxasite de roletahomicídios havia mais que quadruplicado, e a percepçãosite de roletasegurança, despencado, junto com a confiança na políciasite de roletamantê-los seguros.

É seguro supor que, se uma pesquisa fosse realizada agora, a porcentagem dos que se sentem seguros seria ainda menor.

Como o Equador, um país que até recentemente era considerado um oásis seguro para turistas e moradores locais, se tornou uma nação onde políticos eleitos democraticamente são mortos a tiros?

A resposta são as ganguessite de roletacriminosos — e a geografia.

Rota da cocaína

O Equador está espremido entre a Colômbia e o Peru, os dois maiores produtoressite de roletacocaína do mundo.

A produçãosite de roletacocaína atingiu recentemente um recorde,site de roletaacordo com o Relatório Global das Nações Unidas sobre Cocaína 2023.

A Colômbia e o Peru, onde se cultiva a folhasite de roletacoca — matéria-prima para a fabricação da cocaína — estão no centro desse comércio ilegal que se estende por grandes partes do mundo.

Enquanto a produção aumenta, também aumentam as apreensões da droga feitas pela políciasite de roletavários países.

A Colômbia,site de roletaparticular, passou décadas tentando conter o fluxosite de roletacocaína, esite de roletapolícia recebeu treinamento e apoio dos Estados Unidos.

Mas, assim como as forças policiais reuniram recursos para interromper o fluxosite de roletacocaína, as gangues que fazem o tráfico também se tornaram mais internacionais.

Após a desmobilização do grupo rebelde Farc na Colômbia — outrora um dos principais atores do comérciosite de roletacocaína — surgiram novos participantes que forjaram alianças muito além das fronteiras da Colômbia.

Cartéissite de roletadrogas mexicanos e grupos criminosos dos Bálcãs ganharam espaço na América do Sul.

Esses grupos estavam interessadossite de roletaexplorar novas formassite de roletatransportar a cocaína produzida na Colômbia para seus compradores na Europa e nos Estados Unidos.

Como áreas anteriormente sem lei na Colômbia ficaram sob controle das forças do Estado após o acordosite de roletapaz assinado entre o governo do país e os rebeldes das Farcsite de roleta2016, a necessidadesite de roletanovas rotas tornou-se mais premente.

Esses grupos criminosos transnacionais cada vez mais viam o Equador como um país atraente para o trânsitosite de roletaseus carregamentossite de roletadrogas.

Sua fronteira porosa com a Colômbia,site de roletaboa infraestrutura e seus grandes portos na costa do Pacífico — como Guayaquil — tornaram o Equador geograficamente conveniente para essas gangues.

As forçassite de roletasegurança do Equador também tinham pouca experiênciasite de roletalidar com cartéis poderosos, o que significa que não estavam preparadas para o influxosite de roletacriminosos fortemente armados.

Não demorou muito para que os sindicatos do crime transnacional se infiltrassem nas quadrilhas locais, que até então se dedicavam a crimes menores como a extorsão.

Alianças forjadas nas prisões

Muitas dessas novas alianças foram forjadas dentro das prisões do Equador, e foi atrás das grades que a ondasite de roletaviolência e brutalidade que desde então se espalhou para as cidades do Equador entrousite de roletaerupção.

Gangues ligadas a cartéis rivais no México se confrontaram nas prisões, mutilando-se com armas caseiras e exibindo as cabeças decapitadassite de roletaseus inimigos.

Centenassite de roletapresos foram mortossite de roletalutas nas prisões superlotadas do Equador nos últimos anos. Alguns dos incidentes mais graves aconteceram na prisãosite de roletaEl Litoral,site de roletaGuayaquil.

Os esforços para acabar com a violência transferindo prisioneiros para diferentes prisões parecem apenas ter espalhado o problema por todo o país.

No mês passado, 136 guardas foram mantidos como reféns por presidiários que organizaram motins simultâneossite de roletaprisõessite de roletatodo o país.

E, enquanto muitos dos líderes das gangues que surgiram no Equador estão atrás das grades, a violência que eles desencadearam não se limitou às prisões.

Por meiosite de roletacelulares contrabandeados para as prisões, eles comandam o crime do ladosite de roletafora e ordenam a morte daqueles que ficamsite de roletaseu caminho.

Fernando Villavicencio havia sido ameaçado uma semana antessite de roletamorrer por membrossite de roletaLos Choneros, uma gangue que leva o nome da cidadesite de roletaChone, no oeste do Equador.

Los Choneros têm ligações com o cartelsite de roletaSinaloa, cujo ex-líder, Joaquín "El Chapo" Guzmán, está preso nos Estados Unidos.

Estimulados pelo dinheiro canalizado para elessite de roletaseus novos aliados no exterior e seu podersite de roletafogo reforçado por armassite de roletaalta potência contrabandeadas dos Estados Unidos via México, essas gangues se tornaram um inimigo forte.

Poucos estão dispostos a enfrentá-los. Fernando Villavicencio foi um deles.

Mesmo depoissite de roletater sido alertado por Los Choneros para não desafiar a quadrilha ou sequer mencionar seu nome, Villavicencio manteve-se fiel ao slogansite de roletasua campanha: "É a hora dos bravos".

"Eles [as gangues] disseram que iriam me quebrar, mas não tenho medo deles", disse elesite de roletaum vídeo publicado na internet logo após ser ameaçado.

Villavicencio recebeu proteção policial, mas continuousite de roletacampanha. Momentos antessite de roletasua morte, ele apertava as mãos dos eleitores.

Pouco depoissite de roletaseu assassinato brutal, surgiu um vídeo mostrando homens mascarados admitindo a execuçãosite de roletaseu assassinato e ameaçando outro candidato presidencial.

Os homens mascarados dizem que não pertencem a Los Choneros, mas a uma gangue que se autodenomina Los Lobos (Os Lobos), que tem ligações com outra poderosa organização criminosa mexicana, o Cartelsite de roletaNova Geraçãosite de roletaJalisco.

Outro vídeo apareceu horas depois, no qual homens que diziam ser Los Lobos negavam ter participado do assassinato. "Não cobrimos o rosto (...) o vídeosite de roletaque homens mascarados com fuzissite de roletaassalto fingem ser membrossite de roletanossa organização é totalmente falso."

O gruposite de roletahomens no segundo vídeo disse que o primeiro vídeo foi enviado para "desestabilizar o país e culpar os Los Lobos por esta tragédia que está acontecendo".

Embora a polícia ainda não tenha dito quem acredita estar por trás do assassinatosite de roletaFernando Villavicencio, o fatosite de roletaum candidato presidencial poder ser morto enquanto estava sob proteção policialsite de roletaum evento público na capital deixará os equatorianos que não desfrutamsite de roletatais níveissite de roletaproteção temendo porsite de roletasegurança.