'Dançar com Madonna me manteve vivo': a históriagloboesporte flamengobailarino descoberto por cantora e que lidou com HIV durante famosa turnê:globoesporte flamengo

Salim sorrindo atrásgloboesporte flamengoMadonna, que canta com figurinogloboesporte flamengoMarie Antoinette; eles estão com os corpos próximos

Crédito, Kypros/Getty Images

Legenda da foto, Madonna e Salim Gauwloos dançam a música Vogue durante apresentaçãogloboesporte flamengo1990, no prêmio MTV Video Music Awards

*Este texto é baseadogloboesporte flamengouma reportagemgloboesporte flamengorádio que foi ao ar no programa "Outlook" da BBCgloboesporte flamengo2018. Alguns trechos foram atualizados. Você pode ouvir o programa original aqui (em inglês).

Em 1990, o bailarino belga Salim Gauwloos estava vivendo, no palco, o seu auge profissional ao acompanhar Madonna na famosa turnê Blond Ambition.

Longe dos holofotes, Gauwloos estava enfrentando o momento mais difícilgloboesporte flamengosua vida: o diagnóstico, revelado no finalgloboesporte flamengo1987,globoesporte flamengoque havia sido infectado pelo vírus HIV, e o prazogloboesporte flamengocinco anosgloboesporte flamengovida que os médicos tinham estimado.

Aquela turnê mundialgloboesporte flamengoMadonna — que aliás, não veio para o Brasil — foi marcada não só pelo sucesso, mas também por atitudes ousadas para a época, como dançarinos usando figurinos religiosos e várias referências ao sexo, como a simulaçãogloboesporte flamengouma masturbação durante a apresentação da música Like a virgin.

Não fazia tanto tempo que o vírus do HIV tinha sido identificado,globoesporte flamengo1983, e Madonna com frequência se pronunciava sobre a importância da prevenção e se colocava contra a discriminaçãogloboesporte flamengopessoas infectadas.

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Brasil se derra a Espanha nas prximas horas: veja horrios e onde assitir

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A Seleção Brasileira globoesporte flamengo Futebol chegou a Madrid globoesporte flamengo {k0} busca da sua segunda vitória consecutiva globoesporte flamengo {k0} jogos amistosos. Após vencer a Inglaterra na semana passada, agora a Seleção fará sua estreia com o treinador Dorival Júnior diante da Espanha nesta terça-feira, às 17h30, no Estádio Santiago Bernabéu.

O último jogo entre Brasil e Espanha aconteceu há três anos, na Copa do Mundo globoesporte flamengo 2024, quando a Canarinha saiu vitoriosa por 1-0, gol globoesporte flamengo substituição globoesporte flamengo Gabriel Jesus. Em seis jogos oficiais, o Brasil registra quatro vitórias e dois empates.

No mais recente jogo contra a Inglaterra, o Brasil mostrou uma sólida atuação e garantiu a vitória por 1-0 sobre o time globoesporte flamengo Gareth Southgate no estádio globoesporte flamengo Wembley. O jovem atacante Endrick, globoesporte flamengo 17 anos, marcou o seu primeiro gol com a camisa da Seleção, prometendo ainda mais para a torcida brasileira neste jogo.

O amistoso entre Brasil e Espanha será transmitido na TV Globo e também podrá ser seguido pelo Globoplay e SporTV. A partida promete ser um espectáculo globoesporte flamengo futebol inesquecível e servirá como um teste para ambas as equipes no caminho rumo à próxima Copa do Mundo.

Convocados para os próximos jogos da Seleção:

  • Beraldo (PSG)
  • Bremer (Juventus) - no lugar globoesporte flamengo Gabriel Magalhães (Arsenal, cortado)
  • Fabrício -

Próximos jogos da Seleção Brasileira:

PARTIDA JOGO DATA
Espanha x Brasil Amistoso 26 globoesporte flamengo março globoesporte flamengo 2024
México x Brasil Amistoso 8 globoesporte flamengo junho globoesporte flamengo 2024
EUA x Brasil Amistoso 12 globoesporte flamengo junho globoesporte flamengo 2024

Especulações sobre o time que enfrentará a Espanha:

A formação globoesporte flamengo Dorival Júnior para este jogo ainda é um mistério, mas se especula que o treinador cho x no galá dentro do elenco estrelado por Neymar, Vinícius Júnior, Richarlison e Joelinton para garantir a vitória sobre a talentosa Espanha.
Reencontro da vitória globoesporte flamengo 2024 ou revanche espanhola? A Seleção Brasileira globoesporte flamengo Futebol irá a Madrid decidir partida amistosa no Bernabéu durante a terça-feira às 17h30. Não perca o evento ao vivo globoesporte flamengo {k0} TV Globo ou globoesporte flamengo {k0} sua plataforma on line Globoplay.

Dúvidas Freqüentes:

Quais são os próximos jogos do Brasil?
  • 26 globoesporte flamengo março globoesporte flamengo 2024: Espanha x Brasil
  • 8 globoesporte flamengo junho globoesporte flamengo 2024: México x Brasil
  • 12 globoesporte flamengo junho globoesporte flamengo 2024

Fim do Matérias recomendadas

Na turnê Blond Ambition, Salim Gauwloos lembra que, na música Into the groove, era frequente que Madonna falasse da importânciagloboesporte flamengose usar camisinha.

Depois, soube-se que três dos sete bailarinos da turnê, incluindo o belga, tinham sido diagnosticados com infecção pelo HIV — mas ninguém, nem mesmo dentro da equipe, sabia disso na época.

Gauwloos revelou o diagnóstico anos depois, para o documentário Strike a pose,globoesporte flamengo2016.

Gabriel Trupin morreu por problemas decorrentes da Aidsgloboesporte flamengo1995; e Carlton Wilborn revelou o diagnóstico anos depoisgloboesporte flamengoum livro.

"Eu acho um pouco irônico porque era na música Into the groove que a Madonna falava sobre ter que colocar camisinha. E era Madonna, Gabriel, eu e Carlton que fazíamos esse número", contou Gauwloos à BBC.

"Qualquer coisa que ela dissesse sobre Aids, dentrogloboesporte flamengomim eu sentia: 'Ai, meu Deus,globoesporte flamengonovo não'. Mas provavelmente todos nós estávamos pensando isso", diz o bailarino sobre ele e os colegas.

Salim Gauwloos sorrindogloboesporte flamengofrente a painelgloboesporte flamengoevento

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Salim Gauwloosgloboesporte flamengo2016, no lançamento do filme Strike a pose
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Fim do Que História!

Gauwloos nasceugloboesporte flamengo1968 e tem ascendência belga por partegloboesporte flamengomãe e marroquina por partegloboesporte flamengopai. Ele estudou por anos balé clássico e,globoesporte flamengo1987, mudou-se para Nova York.

Naquele mesmo ano, começou a ter problema nos rins. Por não ter planogloboesporte flamengosaúde nos EUA, voltou à Bélgica para fazer exames.

"O médico disse: sinto muito, mas preciso te dizer que você é HIV positivo. Minha mãe estava do lado. Foi algo tão intenso, eu ainda fico emotivo sobre isso."

"Meu mundo inteiro caiu. Eu queria ser um dançarino famoso, tinha tantas coisas que eu queria fazer... E alémgloboesporte flamengotudo, aquela tinha sido minha primeira experiência sexual."

"Eu tinha 18 anos. Todo mundo estava morrendo, amigos meus, todo mundo estava caindo como moscas."

Já convivendo com a doença e com a perspectivagloboesporte flamengopoucos anosgloboesporte flamengovida, ele um dia viu no jornal um anúnciogloboesporte flamengoque Madonna convocava bailarinos "ferozes" e "reais" — e não "aspirantes".

"Uma das coisas mais legais foi que, normalmente, cantores normalmente vão aos testes perto da última etapa. Mas Madonna estava ali desde o começo", lembra Gauwloos.

"Eu não tive nenhum retornogloboesporte flamengoduas semanas, até que ela me ligougloboesporte flamengocasa."

"Ela me ligou pessoalmente. Ela disse: 'E aí, aqui é a Madonna. Você quer vir na turnê comigo?'. Eu respondi: 'Sim, com certeza'."

O bailarino não tinha permissão para trabalhar nos EUA, mas a cantora disse para ele não se preocupar, pois providenciaria os documentos.

Gauwloos trabalhou por dez meses com Madonna, viajando para países como Canadá, Japão e Espanha. O sucesso da turnê foi tanto que até os bailarinos tinham seus próprios fãs.

"Eles ficavam esperando do ladogloboesporte flamengofora do hotel, com cartazes com nossos nomes. Eu ainda não consigo acreditar nisso, especialmente como um bailarino. Quem tem esse tipogloboesporte flamengoreconhecimento como dançarino?", diz o belga, que até hoje trabalha como coreógrafo, professorgloboesporte flamengodança e bailarino.

Ele aparece várias vezes no filme Na cama com Madonna,globoesporte flamengo1991, que acompanha a turnê. Em uma cena, a equipe — incluindo a "patroa" — está num restaurante e começa a brincargloboesporte flamengo"Verdade ou consequência".

Em um momento do jogo, um bailarino ordena como "consequência" que Gauwloos beijasse Gabriel Trupin. O beijo também ficou famoso.

"Eu já tinha uma queda pelo Gabriel, então para mim foi a oportunidade perfeita para beijá-lo", contou Gauwloos.

"Foi um beijogloboesporte flamengoverdade. Homens já tinham aparecido na tela se beijando, mas era algo mais encenado. Aquele foi um beijo real, bruto, emocional, passional."

"E teve um impacto tão grandegloboesporte flamengotantos jovens que se sentiam estranhos. Ele fez vários homossexuais saírem do armário,globoesporte flamengooutras palavras", brinca o bailarino, acrescentando ter recebido várias cartasgloboesporte flamengofãs dizendo quegloboesporte flamengotrajetória os ajudougloboesporte flamengosuas jornadas pessoais.

Seis dos sete bailarinos da turnê eram gays.

Madonna, uma outra mulher e dois homens enfileirados dançando no palco

Crédito, Koh Hasebe/Shinko Music/Getty Images

Legenda da foto, 'Era o único momento que eu realmente não tinha que me preocupar com nada', lembra Gauwloos sobre estar no palco com Madonna

Gauwloos conta que, mesmo com o diagnóstico, nos anos iniciais não sentiu efeitos significativos da infecção por HIV, inclusive durante a turnê.

"Eu estava perfeito. Eu estava com uma aparência incrível, estava saudável e o que realmente me manteve vivo era dançar naquele palco. Era o único momento que eu realmente não tinha que me preocupar com nada."

"Eu me sentia livre dançando com Madonna e com os outros bailarinos. Milharesgloboesporte flamengofãs gritavam por nós. Acho que isso me ajudou muito."

Ele conta que, além da mãe, ninguém sabia do seu diagnóstico.

"Minha técnicagloboesporte flamengosobrevivência era apenas ignorar [a doença]", lembra, acrescentando que não queria revelar seu diagnóstico no auge da turnê, pois isso "mudaria toda a energia" daquele momento.

Após dez meses, a turnê acabou e o belga conta que ficou "triste" por isso.

A rotinagloboesporte flamengopalco deu lugar a uma rotinagloboesporte flamengofestas e drogas. Entretanto, os flertes não passavam do beijo, pois o bailarino conta que tinha medogloboesporte flamengoinfectar outras pessoas.

Já sem os documentos para trabalho que Madonna tinha conseguido para a turnê, Gauwloos ficou sem documentaçãogloboesporte flamengoimigração nos EUA.

"Eu desistigloboesporte flamengotudo. Eu pensava: eu vou morrergloboesporte flamengoqualquer forma."

"Eu não tomava remédios porque tinha medogloboesporte flamengoque, se fosse para o hospital, poderiam chamar os funcionáriosgloboesporte flamengoimigração e eu seria deportado. Até que eu desmaiei e não tive escolha."

O bailarino ficou sozinho no hospital por três semanas até melhorar — e ninguém chamou os funcionários da imigração.

Ao redorgloboesporte flamengo2000, Gauwloos conheceu seu marido, Facundo Gabba, com quem está até hoje. O casamento egloboesporte flamengotrajetória profissional permitiram que eventualmente obtivesse a cidadania americana.

O bailarino conta que Gabba foi a primeira pessoa para quem contou sobre o HIV.

"Quando eu disse que precisava contar algo para ele, ele ficou muito nervoso. Achava que eu ia contar que já tinha um namorado", lembra Gauwloos.

"Foi tão bonito que, quando contei, ele disse: eu não ligo, eu te amo."

"Muitas pessoas com HIV pensam: 'Quem vai me amar com toda essa bagagem?'. E eu encontrei alguém que olha para além disso [da doença]".

Gauwloos conta que não tem mais contato com Madonna, mas se lembra com carinho do anogloboesporte flamengo1990.

Perguntado sobre como vê aquele jovem dançarino quando revê vídeos da turnê, o belga é "feroz" na resposta.

"Era um jovem bastante atraente", brinca. "Eu tenho orgulho daquilo."