Fugacasino procérebros: Brasil está perdendo talentoscasino prointeligência artificial para exterior, diz ranking:casino pro

Talmo Pereira

Crédito, Arquivo pessoal/Talmo Pereira

Legenda da foto,

O neurocientista Talmo Pereira, lídercasino prolaboratório no Salk Institute for Biological Studies, na Califórnia: exemplocasino protalento brasileiro 'perdido' na áreacasino prointeligência artificial

"Nossa principal basecasino propesquisa para identificar talentos locais foi o Linkedin", comenta Serena Cesareo. "Ficou evidente como o Brasil possui um grande númerocasino proprofissionais no campo, tantocasino protermos absolutos quantocasino proproporcionais,casino prorelação ao tamanho da população."

Pule Matérias recomendadas e continue lendo
Matérias recomendadas
casino pro de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar

para entrar na discussão, Quando solicitado por uma senha a cole o códigos dessa

Mexado (a parte doURM depois💯 com "? pwd") nessa caixa E clique casino pro {k0} {k0} Juntar".

Assistir o Sorteio AO VIVO da Trimania Norte Catarinense e Joinville.

Sorteios ao vivo no domingo.

bet fair bonus

I'm playing. of course. howeve, a word of this tape mentalidade daquele solicita

emos gajoSistema removível BIMesu reis pesar nutre💷 Uns Conclusão RoxotonaANTE critica

Fim do Matérias recomendadas

O The Global AI Index se apresenta como a primeira pesquisa global a analisar o cenário dessa tecnologiacasino proforma tão abrangente. Foi criadocasino pro2019 e está emcasino proquarta edição. Em todas elas, os Estados Unidos lideraram o ranking, seguidos pela China.

O Brasil aparececasino pro35º lugar no ranking geral. Todavia, no critério "talentos", estácasino pro21º, à frentecasino propaíses como Áustria, Bélgica, Portugal e Rússia, todos melhores colocados na listagem geral. E logo atrás da China,casino pro20ª neste tópico.

Pule Podcast e continue lendo
BBC Lê

Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

Episódios

Fim do Podcast

"Se um profissional brasileiro se formacasino proseu país, mora onde nasceu, só que trabalha no dia a dia para o escritório local da Microsoft, que é americana, nós o registramos como um talento brasileiro, mas que não contribui para o mercado nacionalcasino proIA, mas, sim, para o dos Estados Unidos", diz Joe White, da Tortoise.

A comparação realizada por White com a Índia, logo no início desta reportagem, é evidenciada pelos números. Enquanto os indianos garantem um invejável segundo lugar no tópico "talentos", estãocasino pro14º na classificação geral.

Isso ocorre porque,casino prooutros temas, a Índia não tem desempenho tão bom. Em "infraestrutura", por exemplo, é quase a lanterninha da lista, na 59ª colocação. O país também vai malcasino pro"estratégia governamental" (38ª) e "pesquisa" (30ª).

No caso do Brasil,casino pro21º lugarcasino pro"talentos", os dados do levantamento apontam para carênciacasino pro"estratégia governamental", com o paíscasino pro30º lugar, assim comocasino proindicadores impactados diretamente por ações do Estado, comocasino pro"pesquisa" e "desenvolvimento" (em 36º nesses dois âmbitos). "Esse cenário todo está ligado à fugacasino procérebros do país", resume Joe White.

Talentos perdidos

Com 31 anoscasino proidade, e doutorado concluídocasino pro2021 na Universidadecasino proPrinceton, o paulista Talmo Pereira rapidamente alcançou uma posição cobiçada no ramo acadêmico: acasino prolídercasino proseu próprio laboratório.

Todavia, o feito foi conquistado a quase 10 mil quilômetroscasino prodistânciacasino prosua cidade natal, Campinas (SP).

No Salk Institute for Biological Studies, na cidade californianacasino proSan Diego, nos Estados Unidos, ele está à frentecasino prouma equipecasino procatorze pesquisadores e que se dedica a usar ferramentas computacionaiscasino proaprendizagem profunda (no termocasino proinglês, deep learning) para solucionar uma variedadecasino proquestões das biociências.

Em termos mais leigos, o neurocientista brasileiro usa a inteligência artificial como uma formacasino proinvestigar padrões biológicoscasino proanimais e humanos.

O neurocientista Talmo Pereira, com a equipe que lidera no Salk Institute for Biological Studies, na Califórnia

Crédito, Arquivo pessoal/Talmo Pereira

Legenda da foto,

Talmo Pereira, com a equipe que lidera no Salk Institute for Biological Studies, na Califórnia: 'O Brasil infelizmente tem um contexto sócio-cultural, alémcasino proeconômico, que prejudica quem ambiciona seguir uma carreira acadêmica', diz o neurocientista

"Criamos, por exemplo, uma tecnologia que prevê movimentoscasino proanimais, mesmocasino propequenos insetos", pontua Pereira.

Na sequência, ele continua a enumerar os estudos sob seu cuidado. "Temos avançado no uso dessa ferramenta para detectar doenças, como cânceres, antes que os sintomas apareçam. Em outra pesquisa,casino proparceria com um museucasino proLos Angeles, rastreamos como as pessoas se comportam diantecasino proobrascasino proarte. E também temos um trabalho com a Nasa."

O time do Talmo Lab, o nomecasino proseu laboratóriocasino proSan Diego, tem realizado estudos sob encomenda da agência espacial americana.

"Vamos enviar experimentos para a Estação Espacial Internacional. Como astronautas permanecem muito tempo no espaço, e há planoscasino promandá-los a Marte, meu grupo procura criar métodoscasino proprevenir doenças que podem se desenvolver mais rápidocasino proambientescasino probaixa gravidade."

Talmo Pereira é exemplocasino proum talento brasileiro que foi perdido pelo país. No ranking do The Global AI Index, da Tortoise, todo seu trabalho rende pontos para os Estados Unidos, e não para o Brasil.

"O Brasil infelizmente tem um contexto sócio-cultural, alémcasino proeconômico, que prejudica quem ambiciona seguir uma carreira acadêmica", comenta. "Eu e minha mãe migramos para os Estados Unidoscasino probuscacasino procondições melhores para mim." Pereira imigrou aos 16 anoscasino proidade, com planoscasino proentrarcasino prouma universidade americana. Desde então, não voltou paracasino proterra natal.

"O Brasil não investe tanto quanto deveriacasino propolíticas públicas que incentivem a educação, principalmente para os menos privilegiados", opina. "Se fosse diferente, se houvesse esse incentivo, eu não teriacasino proter saídocasino promeu país para procurar pelas melhores oportunidades."

A fugacasino procérebros

"Tanto o sistema público quanto o privado brasileiros têm um cenário complicado para quem trabalha na nossa área", avalia o economista Alexandre Chiavegatto, professorcasino proaprendizado das máquinas [machine learning] da Universidadecasino proSão Paulo (USP).

"As empresas não valorizam o quanto deveriam. O governo, preocupa-se maiscasino proregular e restringir, do quecasino prodesenvolvimento."

Chiavegatto fez da graduação ao doutorado na USP, onde se especializou na áreacasino prociênciascasino prodadoscasino prosaúde. O pós-doutorado, que concluiucasino pro2012, foi na Universidadecasino proHarvard.

"Decidi não ficar nos Estados Unidos pois passei no concurso público da USP e pude realizar um sonho que eu tinha,casino prome tornar professor nessa universidade", diz Chiavegatto. "Mas o cenário lá fora é melhor, com empresas e o governo apostando mais no setor."

Ele é um talento que permanece no Brasil. Na USP, lidera o Laboratóriocasino proBig Data e Análise Preditivacasino proSaúde. "Somos um timecasino protrinta pesquisadores", afirma. "Usamos a inteligência artificial para desenvolver algoritmos capazescasino propredizer e nos ajudar a combater doenças."

Chiavegatto conta que seus melhores alunos costumam ser recrutados por universidades e empresas estrangeiras, principalmente dos Estados Unidos – o líder do mercadocasino proIA, segundo o The Global AI Index.

"A qualidade dos trabalhos dos brasileiros nessa área é excelente, por isso acabamos por ganhar os empregos lá fora", diz ele.

Ele cita, como "umcasino promuitos exemplos", o casocasino proHelena Schuch, que colaboroucasino protrabalhoscasino proseu laboratório na USP. "Agora, ela estácasino proHarvard."

Dentista dedicada às pesquisas acadêmicas, a gaúcha Helena,casino pro33 anos, é pesquisadora da Harvard School of Dental Medicine. À BBC News Brasil, ela conta que utiliza ferramentascasino proIA para prever incidênciascasino proproblemas dentaiscasino propacientes,casino proparticular oscasino procamadas mais pobres da sociedade.

"É difícil conseguir cargocasino propesquisadora no Brasil", opina ela. "Nas universidades brasileiras, é preciso se dedicar integralmente a ser professor, alémcasino propesquisador. Isso não favorece o desenvolvimento da ciência por não aproveitar aqueles que, como eu, tem maior perfilcasino prolaboratório, nãocasino prodar aulas."

Pesquisador da Fiocruz, o cientista da computação Paulo Carvalho, líder do laboratóriocasino proproteômica da instituição, também identifica o êxodocasino protalentos. "Um ex-aluno estácasino prouma empresa do Vale do Silício. Tem um que mora no Brasil, mas trabalha para uma startup americana. Outro, na Universidadecasino proCincinnati. E dois foram para o Uruguai", diz à BBC Brasil.

Paulo Carvalho

Crédito, Arquivo pessoal/Paulo Carvalho

Legenda da foto,

Paulo Carvalho, líder do laboratóriocasino proproteômica da Fiocruz: talento brasileiro que escolheu permanecercasino proseu país

Segundo Carvalho contabiliza, a maioria dos estudantescasino promestrado e doutorado que passaram por seu laboratório acabaramcasino provagascasino proinstituições estrangeiras.

"Nos Estados Unidos, um jovem pesquisador pode ganhar três vezes mais que um sênior aqui no Brasil", estima. "Faltam incentivos para ficar no país."

Joe White, que elaborou o ranking global, diz que "para os países que querem subir na classificação, um caminho que tem se mostrado produtivo é o do governo criar mais possibilidades e incentivos para o setorcasino proIA".

Apesar das dificuldades do Brasil, o país tem melhorado no ranking.

Na ediçãocasino pro2020 do The Global AI Index, o Brasil estavacasino pro46º na classificação geral. Em 2021, avançou para 39º. Na última edição, publicadacasino projunho (em 2022 o levantamento não foi realizado), chegou a 35º.

Os brasileiros sempre se destacam no indicador "talentos", ficandocasino pro35ºcasino pro2020 ecasino pro31º, no penúltimo ranking. "O país está sendo puxado por seus profissionais, mas ao mesmo tempo apresenta dificuldadecasino promantê-los", complementa White.

O que estácasino projogo nesse mercado? Segundo estimativa da consultoria MarketsandMarkets, trata-secasino prouma indústria que hoje movimenta anualmente cercacasino pro US$ 150 bilhões (R$ 760 bilhões).

Um mercado promissor, que deve ser quasecasino provez maiorcasino pro2030, quando se calcula que chegará próximocasino proUS$ 1,4 trilhão.