Ela chamou a PM para salvar seu filho, mas os policiais o mataram: 'Acertaram o coração dele':vaidebet patrocinio

Antônia Regina segura foto do filho e usa camisetavaidebet patrociniohomenagem a Denner com a frase "Justiça pelo meu filho Denner"

Crédito, Felipe Souza/ BBC News Brasil

Legenda da foto, Antônia Regina acionou resgate para conter o filho que sofria um surtovaidebet patrocinioesquizofrenia, mas rapaz foi morto por policiais militares que participavam da ação

“Ele [Denner] só deu as costas porque ele confiava demais na polícia. As pessoas que meu filho mais confiava, que eram os que salvavam a vida dele, mataram ele”, diz Regina,vaidebet patrocinioentrevista à BBC News Brasil.

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Ela conta que o filho era um admirador da Polícia Militar, pois durante as crises anteriores ele havia sido bem atendido pelos PMs na cidade vizinhavaidebet patrocinioSão Bernardo do Campo. Desta vez, ele estava próximo à casavaidebet patrocinioum familiar, onde os policiais não o conheciam.

A Defensoria Pública, que representa a família do rapaz, diz que houve ação inadequada e uso excessivo da força. É mais um caso que alimenta a pressão sobre o governo Tarcísiovaidebet patrocinioFreitas (Republicanos), que vem sendo criticado pelo aumento da letalidade e das abordagens violentas da polícia paulista no último ano.

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O comando da corporação afastou os agentes envolvidos na mortevaidebet patrocinioDenner dos trabalhosvaidebet patrociniorua até que as investigações sejam concluídas (leia mais abaixo).

A BBC News Brasil teve acesso ao inquérito policial aberto para apurar as circunstâncias da mortevaidebet patrocinioDenner. No documento, há a transcriçãovaidebet patrociniodiálogos gravados pelas câmeras corporais que estavam anexadas ao uniforme dos PMs que participaram da ocorrência. As imagens não foram incluídas até a publicação desta reportagem.

Em uma das gravações transcritas, um policial diz: "Ele não está com faca", e outro responde: "Não? Você não viu, lá no portão?". Um terceiro policial complementa: "Está com medovaidebet patrociniouma derrubada, policial?".

No jargão, a palavra "derrubada" significa a mortevaidebet patrocinioum criminoso.

Para os advogados da família, os diálogos mostram que os policiais sabiam dos cuidados que deveriam tomar na ocorrência, mas, mesmo assim, não os respeitaram.

Se os policiaisvaidebet patrociniofato viram Denner com uma faca, os representantesvaidebet patrociniosua família questionam por qual motivo eles permitiram a aproximação dos profissionaisvaidebet patrociniosaúde.

No inquérito, os advogados da Defensoria também querem saber por que os policiais não acompanharam os profissionais do Samu quando perceberam que eles insistiram na aproximação.

Em outro momento das transcrições, um policial que estavavaidebet patrociniocontato com o comandante por telefone, antesvaidebet patrocinioDenner ser morto, questiona se os policiais portavam uma taser - armavaidebet patrociniochoque não-letal capazvaidebet patrocinioparalisar uma pessoa e que pode ser acionada a até 7 metros do alvo.

Um dos agentes responde que sim, que tinha taser. Na sequência, ainda antes dos tiros, um policial afirma: "Sabe quevaidebet patrocinioocorrência com faca não tem taser, né?"

A Defensoria questiona se esses diálogos entre os policiais indicam que houve uma orientação para que não fossem usadas armas não-letais na ocorrência.

Denner foi atingido por quatro tiros: no pescoço, tórax, braço e costas. Um dos disparos dos policiais também atingiu o motorista da ambulância do Samu. Por conta do ferimento, o socorrista precisou passar por uma cirurgia.

'Acertaram o coração do meu filho'

“Quando olhei para os dois [policiais] assassinos, eles estavam rindo. Rindo como se meu filho fosse um pedaçovaidebet patrociniocarne qualquer”, diz a mãevaidebet patrocinioDenner.

No inquérito, há ainda uma conversa entre os policiais transcrita que acontece no momentovaidebet patrocinioque Denner já havia sido atingido pelos tiros. No local, pessoas que acompanhavam a ocorrência questionavam a atuação da PM e reforçaram que Denner tinha problemas psiquiátricos.

"Problema para louco é isso aí", diz um dos policiais, segundo transcrição.

Para a Defensoria, a maneira como o agente falou sobre Denner demonstra desrespeito e faltavaidebet patrocinioempatia com a situação da vítima.

Procurada, a Secretaria da Segurança Públicavaidebet patrocinioSão Paulo informou à BBC News Brasil que o afastamento dos policiais envolvidos no caso será mantido até a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM), aberto pela própria PM para apurar as circunstâncias da ocorrência.

A transferência para o setor mais burocrático da corporação já é considerada pelos policiais como uma espécievaidebet patrociniopunição informal.

"As forçasvaidebet patrociniosegurança não compactuam com desviosvaidebet patrocinioconduta e pune com rigor aqueles que infringem a lei ou violam as normas e procedimentosvaidebet patrociniosuas corporações", seguiu a Secretaria da Segurança Pública.

Questionada se os policiais deveriam ter usado técnicasvaidebet patrocinioimobilização, como tasers ou outra arma não-letal, a pasta informou que "todas as viaturasvaidebet patrocinioradiopatrulhamento possuem o equipamento AIN Taser".

Fotomontagem mostra facas apreendidas próximas do corpovaidebet patrocinioDenner após ele ser morto por policiais militares na cidadevaidebet patrocinioDiadema

Crédito, Reprodução

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No dia 9vaidebet patrociniodezembro, cercavaidebet patrocinioquatro meses depois da mortevaidebet patrocinioDenner, a PM paulista foi acionada para outro incidente envolvendo uma pessoavaidebet patrociniosurto esquizofrênico, desta vez na avenida Paulista. O desfecho foi distinto do que ocorreuvaidebet patrocinioDiadema.

Naquela tarde, uma mulher fez outra como refémvaidebet patrocinioum pontovaidebet patrocinioônibus na avenida, área turística no centrovaidebet patrocinioSão Paulo. Com um canivete muito próximo do pescoço da vítima, a sequestradora, que estavavaidebet patrociniosurto, ameaçava matá-la.

Os policiais militares se aproximaram gradualmente durante a negociação e usaram uma armavaidebet patrociniochoque para imobilizar a sequestradora. Assim que a arma foi disparada à distância por um policial, a agressora ficou paralisada instantaneamente.

Naquele momento, ao menos dez policiais se aproximaram para contê-la e libertar a vítima. Ninguém ficou ferido.

Para a mãevaidebet patrocinioDenner, essa deveria ter sido a abordagem usada pela polícia para conter o filho dela, a cercavaidebet patrocinio20 km dali.

“Dava para segurar ele, ter dado choque, usado sprayvaidebet patrociniopimenta ou,vaidebet patrocinioúltimo caso, ter dado um tiro na mão ou na perna dele. Porque eles tinham pontaria. Acertaram o coração do meu filho”, diz.

As imagens do inquérito ao qual a BBC teve acesso confirmam a versãovaidebet patrocinioRegina.

Nas fotos feitas pela Polícia Científica, é possível observar o furo causado por um disparo que acertou o lado esquerdo do tóraxvaidebet patrocinioDenner.

A bala, que saiu e uma das pistolas .40 usadas pelos PMs, atravessou a palavra "Família" – tatuadavaidebet patrocinioseu tórax e que representa o que Denner mais amava – e saiu pelas costas.

O ouvidor das políciasvaidebet patrocinioSão Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, afirma que a polícia agevaidebet patrociniomaneira diferente conforme a região onde é a ocorrência. Na visão dele,vaidebet patrocinioáreas mais nobres, como a avenida Paulista, os policiais são mais cautelosos e menos letais.

“A gente já se deparou com algumas orientações nesse sentido. Temos um modelovaidebet patrocinioatendimento da polícia na região central, nas regiões nobres, né, nos Jardins, e outro modelo na periferia”, afirma.

Para Silva, a atuação dos policiais na mortevaidebet patrocinioDenner foi desproporcional. Ele defende que os militares já sabiam que encontrariam uma pessoa irritada, sem controle sobre seus atos e que a atitude correta deveria ser a imobilização por meios não-letais.

Questionada sobre os pontos levantados pelo ouvidor, a SSP afirmou que os agentes estãovaidebet patrocinioconstante aprimoramento e que devem seguir Procedimentos Operacionais Padrão (POP).

"Os policiais, emvaidebet patrocinioformação, cursam disciplinasvaidebet patrocinioDireitos Humanos, que abordam temas como o combate ao racismo, à violênciavaidebet patrociniogênero e a outros crimesvaidebet patrociniointolerância, incluindo orientações sobre abordagem e atendimento a vítimas", afirma o órgão.

Procurada, a Prefeituravaidebet patrocinioDiadema informou que a equipe do Samu seguiu o protocolo do Ministério da Saúde para atendimentovaidebet patrociniopacientes psiquiátricos, que preconiza "que a equipe deve considerar a situação e a segurança da cena para iniciar o atendimento, estabelecendo vínculo verbal com o paciente”.

Em nota, a assessoria da prefeitura ainda informou que, após a mortevaidebet patrocinioDenner, “a Secretaria Municipal da Saúde realizou rodasvaidebet patrocinioconversas para suporte psicossocial com os funcionários e disponibilizou atendimento psicológico para os que sentissem necessidade”.

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Antônia Regina segura peçasvaidebet patrocinioartesanato feitasvaidebet patrociniomiçangas pelo filho Denner

Crédito, Felipe Souza/ BBC News Brasil

Legenda da foto, Antônia Regina segura peçasvaidebet patrocinioartesanato feitasvaidebet patrociniomiçangas pelo filho Denner dias antesvaidebet patrociniomorrer

O caso Denner ocorrevaidebet patrocinioum momentovaidebet patrocinioque a Polícia Militar paulista é constantemente questionada por excessos cometidos por policiaisvaidebet patrocinioserviço.

Alguns desses excessos foram reconhecidos pela própria corporação e até mesmo pelo governador Tarcísiovaidebet patrocinioFreitas. Entre os casos mais comentados nas últimas semanas, estão ovaidebet patrocinioum homem jogadovaidebet patrociniouma ponte, por um policial, durante uma abordagem, ovaidebet patrociniouma idosa agredida na cabeça por um PM e o assassinato a tirosvaidebet patrocinioum homem que furtava sabão líquidovaidebet patrocinioum supermercado.

Após os casos, Tarcísio, até então crítico do usovaidebet patrociniocâmeras corporais por policiais, passou a defendê-las. Disse que errou, mudouvaidebet patrocinioideia e agora deve ampliar o programa.

“Eu era uma pessoa completamente errada nessa questão. Eu tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que tive. Hoje estou plenamente convencidovaidebet patrocinioque é um instrumentovaidebet patrocinioproteção da sociedade e do policial. Vamos não só manter o programa, como também ampliá-lo”, disse Tarcísio.

Segundo levantamento da ONG Sou da Paz, o númerovaidebet patrociniohomicídios cometidos por agentesvaidebet patrocinioserviço ouvaidebet patrociniofolga aumentaram 59% até outubrovaidebet patrocinio2024, na comparação com o ano passado inteiro. Foram 647 mortes provocadas por policiais até o mês passado, contra 407 ocorrênciasvaidebet patrocinio2023.

Já o ouvidor das Polícias, Cláudio da Silva afirma que o órgão que comanda registrou um aumentovaidebet patrocinio40% no númerovaidebet patrociniodenúncias feitas por agressões cometidas por policiais.

O aumento é relativo aos dez primeiros mesesvaidebet patrocinio2024 ante o anovaidebet patrocinio2023 inteiro, por isso ele acredita que o crescimento no acumulado do ano poder ser ainda maior.

'Decidi transformar ódiovaidebet patrocinioajuda para mães'

Mulheres seguram cartazes pedindo fim da violência policial no dia 5vaidebet patrociniodezembro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Mãesvaidebet patrociniopessoas mortas pela PM paulista fazem protesto contra violência policial no centro da capital paulista

Quatro meses após o assassinatovaidebet patrocinioDenner, ainda há diligências a serem feitas antes da conclusão do inquérito policial, segundo a Defensoria. Os advogados da família do rapaz devem se reunir com o Ministério Público estadual no começovaidebet patrocinio2025 para discutir o caso.

Regina diz que chora quase todos os dias pela perda do filho e afirma que tem tomado tranquilizantes para se acalmar e conseguir dormir desde a morte do filho, que segundo ela tinha poucas crises e que só entravavaidebet patrociniosurto se esqueciavaidebet patrociniotomarvaidebet patrociniomedicação.

Ela afirma que passa o dia vendo fotos da infânciavaidebet patrocinioDenner e lamentando como um pedidovaidebet patrociniosocorro pode ter terminadovaidebet patrociniomorte.

Ela conta que ele, que era corintiano, passava as tardes da infância e adolescência jogando bola com os amigos.

"Ele só não foi um jogador profissional porque as escolinhas que eu colocava ele achavam ele baixinho, mas depois desenvolveu. Quando eu não conseguia pagar e dizia que tiraria ele, o dono deixava ele fazervaidebet patrociniograça, por conta da qualidade do Denner", lembra.

Ela conta que o filho não trabalhava quando foi morto, mas estavavaidebet patrociniouma boa fase. Ele havia se matriculado num curso técnicovaidebet patrocinioTI no Senai porque dizia que sonhavavaidebet patrocinioganhar mais dinheiro, se casar, construir uma família e cuidar melhor dela.

Regina tem a esperançavaidebet patrocinioque os policiais envolvidos no caso possam ser punidos e até expulsos da corporação. Diz que pretende usarvaidebet patrocinioprópria dor para abrir uma associação e ajudar outras mães que passam por situação semelhante.

“Eu decidi transformar todo o ódio daqueles assassinosvaidebet patrocinioajuda para mães enlutadas que não sabemvaidebet patrociniomuitos direitos que elas têm", afirma.

"Depois do assassinato do meu filho, ainda tem muito sofrimentovaidebet patrocinioDiadema. As mães estão se mantendo trancadasvaidebet patrociniocasa para ficar com os filhos, por medo da polícia, e isso não pode mais acontecer”, diz.