'Estou ansioso o mês inteiro com a Black Friday': como avalanchebet135ofertas afeta viciadosbet135compras:bet135
Para um comprador compulsivobet135tratamento como Paulo, isso deixa seu vício ainda mais aflorado. "Fico ansioso o mês inteiro", diz.
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"As lojas mandam ofertas e abordam (os clientes)bet135todas as formas. Até silenciei as notificaçõesbet135novos e-mails no celular. Só vou ao shopping acompanhadobet135alguém que sabe desse meu problema e pode me dar uma freada."
Ele conta que fazer compras, necessárias ou não, causa nele uma satisfação e sensaçãobet135bem-estar. Depois, vem a culpa por ter feito isso, o que o leva a comprar mais, para voltar a se sentir bem,bet135um ciclo difícilbet135interromper.
"Se compro um tênis porque achei bonito, depois preciso comprar uma roupa para combinar e vou sempre arrumando desculpa para gastar."
A psicóloga Tatiana Filomensky explica que cercabet1355% da população mundial apresenta alguma forma transtornobet135compra compulsiva.
A maioria dos que procuram ajuda são mulheres, segundo Filomensky, que coordena o Programa para Compradores Compulsivos do Hospital das Clínicasbet135São Paulo, afirma.
"O isolamento causado pela pandemia fez o númerobet135pessoas que nos procuram para esse tipobet135tratamento triplicar. Inclusive, disponibilizamos um canal para dar dicas e atender essas pessoas", diz.
Temporadasbet135descontos, como a Black Friday, e outras datas comemorativas podem estimular essas compras descontroladas.
"A Black Friday gera um impacto emocional. As pessoas são levadas a crer que têm permissão para comprar porque está barato", explica.
"Nosso cérebro quer ganhar uma vantagem, e aí vem a vontadebet135comprar."
As principais associações comerciais brasileiras projetam alta nas vendas deste ano. A Associação Brasileirabet135Comércio Eletrônico (Abcomm) é a mais confiante, com uma estimativabet135crescimentobet13517%bet135relação a 2022.
Já a Confederação Nacional do Comércio (CNC) espera um aumentobet1354,3% nas vendas. A estimativa da Neotrust é que as vendas sejam 12,6% maioresbet135relação ao ano anterior.
Paulo conta que há um ano e meio passou a colocarbet135uma lista o que tem vontadebet135comprarbet135vezbet135gastar por impulso.
Mas, na última semana, precisou pedir ajuda àbet135psicóloga. "Vi que um fone que estava R$ 50 mais barato e quis comprar. Foi um gatilho, mesmo tendo um igual e ainda novo", diz.
Mas ele não precisavabet135um fone novo, e a consulta emergencial com a terapeuta o ajudou a frearbet135compulsão.
"A Black Friday não é a causa, mas potencializa aquele desejobet135compra que está na pessoa", diz a psicóloga do Hospital das Clínicas.
A origem da compulsão por compras
O bancário conta que o víciobet135compras começou quando ele ainda era adolescente.
"Soubet135uma família religiosa e, com o tempo, passei a ser reprimido por ser gay", diz.
"Então, eu comprava roupa nova todas as semanas para impressionar as pessoas para receber um carinho que não recebia da minha família."
Paulo diz que já precisou comprar um guarda-roupa maior três vezes para acomodar o número cada vez maiorbet135peças.
Ele conta que tem maisbet13560 paresbet135tênis, muitos deles repetidos e alguns que nunca tirou da caixa para usar.
"Eu me apego às minhas coisas, não vendo e vou acumulando", diz.
Ele diz que, depois que passou a fazer terapia, "tudo mudou".
Paulo faz duas sessões por semana para lidar com seu vício e, nos momentos mais difíceis, liga para a psicóloga para pedirbet135opinião sobre uma compra.
"Ela recomenda olhar o que tenho hoje, avaliar se são produtos parecidos e entender se é necessário", conta.
Outra tática para aliviar o desejo por algum produto é fazer alguma atividade para se distrair, como sair para correr ou visitar um amigo.
Paulo diz que a culpa constante que ele sente causa outras compulsões, como comer doces além da conta. E ainda sente frustração por ter muitas roupas e não ter gastado com algo mais necessário.
"Agora, dei entradabet135um apartamento para usar esse dinheirobet135outra forma", diz.
"Preciso parar com esse complexobet135inferioridade que sempre tivebet135comprar coisas para impressionar outras pessoas", diz.
Como evitar compras desnecessárias na Black Friday
A psicóloga Tatiana Filomensky diz que,bet135datas como a Black Friday, pessoas são impactadas involuntariamente pelas promoções, mesmo que não busquem por elas.
"Nós seres humanos temos uma sensaçãobet135pertencimento. Se não fizermos algo que todos estão fazendo, nos sentimos excluídos", afirma a especialista.
"Então, fazemosbet135tudo para participar também. Isso cria um estímulo generalizado ao consumo."
A psicóloga afirmou que,bet135ocasiões assim, mesmo quem não é comprador compulsivo pode acabar adquirindo, por impulso, produtos ou serviços desnecessários.
Ela dá algumas dicas para quem quer fazer comprasbet135maneira mais consciente e evitar gastar mais do que deveria.
1. Faça uma lista do que você gostariabet135comprar
Filomensky explica que mapear os desejosbet135compras ajuda a "não se perder mentalmente"bet135meio a tantas ofertas.
Isso é especialmente válido nas lojas digitais, que costumam apresentar aos consumidores sugestõesbet135outros produtos além do que o levou até um site.
"Você clica para ver o fone que queria e é sugerido a comprar um celular, e isso leva ao descontrole".
2. Pensebet135quanto pode gastar
Antesbet135ir às compras, uma pessoa deve entender quais são suas possibilidades financeiras, diz a psicóloga.
É uma formabet135evitar que compras, por mais baratas que sejam, se tornem um problema futuro.
"A pessoa tem que pensar: 'Posso comprar? Quanto posso gastar? Se for pagar parcelado, serábet135quantas vezes? Isso vai afetar meu orçamento a longo prazo?'."
3. Evite as ciladas
Filomensky diz que, antesbet135fazer uma compra, é bom refletir para ter certezabet135que é uma boa opção.
"Sempre que for comprar algo, coloque no carrinho e se permita pensar", afirma.
É comum encontrarbet135sitesbet135compras cronômetros que indicam que a oferta vai expirar logo ou que muitas pessoas estão vendo o mesmo produto.
"Esses são estímulos para você comprar sem refletir. Fazer uma pausa antesbet135concluir a compra é essencial para evitar ser pressionado."
4. Peça ajuda a familiares e amigos
A psicóloga afirma que, principalmente nos casosbet135compradores compulsivos, o ideal é não fazer compras sozinho.
Ela afirma que muitas pessoas evitam fazer compras com pessoas próximas, porque sabem que provavelmente vão receber críticas.
"Divida com alguém próximo o que está comprando ou pesquisando na internet. Pergunte a opinião dela sobre essa compra também."
5. Limite o acesso às redes sociais
Filomensky recomenda que o ideal é se afastar das redes sociaisbet135períodos como os da Black Friday.
Limitar o usobet135aplicativos e desligar as notificações ajuda a evitar estímulos desnecessáriosbet135consumo.
"O Instagram é um dos piores lugares, porque há uma enxurradabet135conteúdos patrocinados e direcionados a você", diz a psicóloga.
"Isso leva a crer que você precisa daquilo, mesmo sem nunca ter visto antes."
6. Se não puder pagar, não compre
A especialista afirma que, ao sinalbet135que não vai conseguir arcar com a dívida, o ideal é não comprar.
Reduzir o limite do cartão ou tirar a possibilidadebet135entrar no cheque especial, por exemplo, é uma formabet135controlar a si mesmo nesses momentos.
Isso confere uma margembet135segurança para não comprar mais do que se pode pagar.
"As possibilidadesbet135consumo são infinitas, mas o dinheiro não", diz Filomensky.
"O mais importante é ter um ganhobet135consciência e não deixar a emoção tomar conta e usarbet135razão."