'Lula terá que tomar cuidado, sem baixar a cabeça', diz especialista sobre troca no comando do Exército:tabela brasileirao 2024

tabela brasileirao 2024 A troca no comando do Exército ordenada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com apenas 20 diastabela brasileirao 2024governo pode ser um caminho para estabilizar as tensas relações com os militares, mas o petista terá que "tomar cuidado extraordinário, sem baixar a cabeça", diz o cientista social João Roberto Martins Filho, que estuda as Forças Armadas desde a décadatabela brasileirao 20241980.

Ele se refere ao fatotabela brasileirao 2024que o bolsonarismo "calou fundo" e permanece com bastante adesão não só no Exército como na Marinha e na Aeronáutica, nos mais variados escalões.

Para o professor sênior da Universidade Federaltabela brasileirao 2024São Carlos (UFSCar), é preciso cautela nas avaliaçõestabela brasileirao 2024que o novo comandante, o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, tem espírito democrático e sintonia total com Lula.

"Não podemos cair na armadilhatabela brasileirao 2024achar que o general Paiva é um dissidente [do alto comando do Exército], que é simpático ao governo petista, que é um democrata. Eu sugeriria que a gente esperasse um tempo para ver, mas acho difícil que ele seja qualquer uma dessas três coisas."

Na semana passada, dias antestabela brasileirao 2024sua nomeação, Paiva fez um discursotabela brasileirao 2024que classificoutabela brasileirao 2024"terremoto político" as invasõestabela brasileirao 2024Brasília que vandalizaram a sede dos Três Poderes e pregou respeito ao resultado da última eleição presidencial.

"Quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste", disse,tabela brasileirao 2024fala no Quartel-General Integrado (QGI),tabela brasileirao 2024São Paulo.

Também afirmou na ocasião que as Forças Armadas são "uma instituiçãotabela brasileirao 2024Estado. Apolítica, apartidária. Não interessa quem está no comando: a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar. É não ter corrente."

Martins Filho disse que o general falou "exatamente aquilo que é música para o ouvido do governo atual".

"Mas está muitotabela brasileirao 2024cima do fato para tirar essas conclusões, é preciso tomar um poucotabela brasileirao 2024cuidado."

O cientista social destaca que Paiva chefiava a Academia Militar das Agulhas Negras, instituição que gradua oficiaistabela brasileirao 2024carreira do Exército, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro lançoutabela brasileirao 2024candidatura a presidente durante um eventotabela brasileirao 2024formaturatabela brasileirao 2024aspirantestabela brasileirao 20242014.

Paiva também já foi chefetabela brasileirao 2024gabinete do general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército que costuma usar as redes sociais para insuflar movimentos antidemocráticos, inclusive com poststabela brasileirao 2024que colocou dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral após a derrotatabela brasileirao 2024Bolsonaro no segundo turno.

Jogotabela brasileirao 2024xadrez

No entanto, o professor sênior da UFSCar enxerga que há espaço para retomar a normalização institucional após confrontos com o general Júlio Césartabela brasileirao 2024Arruda, o comandante do Exército demitido por Lula.

Durante a transição, no que foi interpretado como um gestotabela brasileirao 2024distensãotabela brasileirao 2024relação às Forças Armadas para o começotabela brasileirao 2024governo, Lula indicou para chefiar a Defesa José Múcio, um nome bem visto pelos militares.

O ministro Múcio então escolheu Arruda para comandar o Exército usando o critériotabela brasileirao 2024antiguidade.

Mas quando forçastabela brasileirao 2024segurança foram até o acampamento bolsonaristatabela brasileirao 2024frente ao quartel-general do Exércitotabela brasileirao 2024Brasília, na noite dos distúrbios do dia 8tabela brasileirao 2024janeiro, o general disse ao ministro Flávio Dino (Justiça): "Você não vai prender as pessoas aqui". O relato foi dado por dois oficiais militares,tabela brasileirao 2024acordo com reportagem do jornal The Washington Post.

A gota d'água que culminou na saídatabela brasileirao 2024Arruda foitabela brasileirao 2024recusa, segundo o site Metrópoles,tabela brasileirao 2024exonerartabela brasileirao 2024um posto sensível do Exércitotabela brasileirao 2024Goiânia o tenente-coronel Mauro Cid — que foi ajudantetabela brasileirao 2024ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Múcio declaroutabela brasileirao 2024entrevista coletiva após o anúncio da demissãotabela brasileirao 2024Arruda que "as relações, principalmente no comando do Exército, sofreram uma fratura no níveltabela brasileirao 2024confiança" e que "precisávamos estancar isso logotabela brasileirao 2024início".

"Usando uma analogia com o xadrez, eu acho que o Lula avançou uma peça [com a troca no comando do Exército]", afirma Martins Filho.

"Todo mundo ficoutabela brasileirao 2024suspenso e com a demissão agora parece que o Lula vai normalizando as coisas. É como se ele falasse 'Eu sou o comandante [o Presidente da República é oficialmente o Comandante Supremo das Forças Armadas]: eu demito, eu nomeio'. E com certeza o alto comando [do Exército] já tinha dado sinaistabela brasileirao 2024que ele poderia fazer isso. Acho que o general Paiva consultou os colegas do alto comando e aceitou o cargo."

Ele diz que existe uma razoável coesão nos comandos militares desde a redemocratização e que não vê evidênciatabela brasileirao 2024divisões internas atualmente.

Na visãotabela brasileirao 2024Martins Filho, também não interessa ao Exército provocar uma nova crise com Lula e a tendência, nesse primeiro momento, étabela brasileirao 2024estabilizar a relação entre as duas partes.

"O 8tabela brasileirao 2024janeiro unificou o governo e fortaleceu Lula. Ele teve que cuidar da questão militar precocemente e até agora tem acertado."