A família que mora há maispreço das loterias da caixa100 anospreço das loterias da caixacasa agora espremida por prédiospreço das loterias da caixaSão Paulo:preço das loterias da caixa
- Thais Carrança
- Da BBC News Brasilpreço das loterias da caixaSão Paulo
preço das loterias da caixa Therezinha Eugênia Pinheiro Lima,preço das loterias da caixa90 anos, mora há 70 delespreço das loterias da caixaum sobrado na Vila Mariana, bairropreço das loterias da caixaclasse média no centro-sul da capital paulista.
Antes dela, o imóvel pertenceu aos avós paternospreço das loterias da caixaMaria Angélica e Adriana, as filhaspreço das loterias da caixadona Therezinha,preço das loterias da caixamodo que a casa guarda memórias da família há maispreço das loterias da caixaum século.
Nos últimos anos, no entanto, Therezinha e as filhas viram todos os antigos vizinhos irem embora, a maioria das casas do entorno serem demolidas e torrespreço das loterias da caixaapartamentos do tipo estúdio, com unidadespreço das loterias da caixa16 a 33 m², serem erguidas atrás, à direita e à esquerda do imóvel.
Agora, o sobrado é um ponto sem sol, espremido pelos prédios.
"Das janelas dos apartamentos, jogampreço das loterias da caixatudo. Já jogaram absorvente, bitucapreço das loterias da caixacigarro, embalagempreço das loterias da caixasabonete epreço das loterias da caixacomida, garrafas", conta Adriana, sobre o que já recolheupreço das loterias da caixaseu quintal.
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heraldo BeckER – Wikipedia httppt-wikimedia :
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Casos do tipo se multiplicampreço das loterias da caixaSão Paulo e urbanistas avaliam que devem se tornar ainda mais frequentes com a revisão do Plano Diretor Estratégico do município, aprovada na Câmarapreço das loterias da caixavereadores ao fimpreço das loterias da caixajunho (veja detalhes do projeto abaixo).
O relator da proposta, que expande os eixospreço das loterias da caixaverticalização na cidade, discorda dessa avaliação e diz que construir para o alto é a chancepreço das loterias da caixaSão Paulo ampliar a ocupação nos bairros centrais e cumprir a promessapreço das loterias da caixaampliar a habitação para baixa renda nas áreas mais bem servidaspreço das loterias da caixatransporte.
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Assédio imobiliário
"Com a gente, [a abordagem dos corretores] começoupreço das loterias da caixa2010, mas a gente nem acreditava. A gente ria, e pensava: 'Quem vai vender aqui? O seu Pássaro [um vizinhopreço das loterias da caixalonga data] vai vender? Imagina... Ninguém aqui vai vender'", lembra Maria Angélica,preço das loterias da caixa43 anos e nutricionista.
"E as abordagens nunca são feitaspreço das loterias da caixaforma amigável, é sempre na base da ameaça. Eles diziam: 'Se você não vender, vai ficar no meio dos prédios, não vai ter sol. Nós vamos construir o prédio do mesmo jeito e aí, lápreço das loterias da caixacima, vão jogarpreço das loterias da caixatudo'", conta Adriana,preço das loterias da caixa55 anos.
A corretora chegou a ficar meses com o carro parado na porta da casa, lembra a também nutricionista.
"Minha mãe não conseguia pôr a chave no portão, que ela [a corretora imobiliária] vinha: 'Oi, tudo bem? Posso entrar?'. Quando ouvia que não, a conversa mudavapreço das loterias da caixatom: 'Depois que a gente construir, você não vai vender essa casa nunca mais. Nunca ninguém vai querer essa casa, então acho melhor você vender'", diz Adriana, lembrando das conversas com a corretora.
As demolições das casas vizinhas começaram por voltapreço das loterias da caixa2015, contam as irmãs.
"Você só se dá conta do que está acontecendo quando chegam os carrospreço das loterias da caixamudança", diz Adriana.
"É uma coisa que dói na alma, porque ali era a casa do seu Pássaro, a outra era a casa do Malandrino, e eu brincava com os filhos dele. Mas a verdade é que a demolição,preço das loterias da caixatodo o processo, é a parte menos traumática", acrescenta a irmã mais velha.
As obras começaram por voltapreço das loterias da caixa2018, segundo as irmãs, e a família passou a conviver com o barulho ininterrupto das estacas, entregapreço das loterias da caixamaterialpreço das loterias da caixaconstrução na madrugada e o tráfegopreço das loterias da caixacaminhões, que por maispreço das loterias da caixauma vez destruiu a calçada da casa.
Junto a isso, vieram os abalos na estrutura do imóvel, que sofreu com rachaduras e infiltrações, segundo as irmãs, nunca devidamente compensadas pela construtora.
"Eles não se responsabilizam por nada e, quando você reclama,preço das loterias da caixanovo, você escuta assim: 'Está vendo? Por que você não vendeu?'", conta Adriana.
Questionada sobre os problemas apontados pela família durante as obras, a incorporadora Vitacon, responsável por dois dos prédios vizinhos à casa, informou que "apura os referidos relatos e está à disposição para possíveis esclarecimentos".
Conforme o Código Civil, quando uma construção provoca estragospreço das loterias da caixaum imóvel vizinho, cabe ao responsável pela obra arcar com os custospreço das loterias da caixareparo, desde que comprovado o vínculopreço das loterias da caixacausa e efeito.
Novos vizinhos
Os transtornos, no entanto, não terminaram com as obras. Depois vieram os novos vizinhos, principalmente estudantes universitários, ou pessoaspreço das loterias da caixapassagem, que alugam os pequenos apartamentos vendidos "para investimento", com ganhos por meiopreço das loterias da caixaserviços como o Airbnb,preço das loterias da caixaaluguel por temporada. Barulho e lixo jogado pela janela tornaram-se problemas frequentes.
Com relação ao barulho, o principal problema são as festas que, realizadas nos apartamentos minúsculos, tomam as varandas, com conversa e música alta até a madrugada, contam as irmãs.
Reclamar é difícil, diz Adriana, pois alguns dos novos prédios não têm porteiro, apenas portaria eletrônica com um profissional que ficapreço das loterias da caixaoutro lugar e diz que não pode fazer nada sem saber o número exato do apartamento que está incomodando. A polícia também, quando chamada, muitas vezes não faz nada, afirmam as vizinhas.
Outro problema frequente são os carros que param na frente da casa, bloqueando o carro da família.
Com dona Therezinha aos seus 90 anos, as irmãs se preocupam se isso um dia ocorrerpreço das loterias da caixaalguma situaçãopreço das loterias da caixaemergência. "Você reclama e ninguém está nem aí, chama a CET [Companhiapreço das loterias da caixaEngenhariapreço das loterias da caixaTráfego] e nada acontece", diz Adriana, expressandopreço das loterias da caixasensaçãopreço das loterias da caixaimpotência.
Apesarpreço das loterias da caixatodos os novos problemas, a família não pensapreço das loterias da caixavender a casa.
'Não é resistir'
Segundo as irmãs, a decisão da famíliapreço das loterias da caixaficar não é nenhum movimentopreço das loterias da caixaresistência.
"Não é resistir. Quando se fala dessa forma, dá a impressão que eles fazem uma proposta muito boa e que a pessoa está resistindo diantepreço das loterias da caixauma oferta irrecusável. Mas não é isso, a proposta é uma porcaria. Com o que eles ofereceram, não poderíamos comprar uma casapreço das loterias da caixapadrão similarpreço das loterias da caixalugar nenhum", diz Maria Angélica.
"E não é que a gente não quispreço das loterias da caixaforma alguma. Tivemos uma conversa com a mamãe, explicamos a ela o que poderia acontecer, como a casa ia ficar", lembra Adriana. "Foi uma opção dela, ela até se emocionou um dia, dizendo: 'Eu não quero sair da minha casa'. E nós respeitamos essa decisão."
Cercados
A cercapreço das loterias da caixa7 km da casapreço das loterias da caixaTherezinha, no bairropreço das loterias da caixaPinheiros, zona oestepreço das loterias da caixaSão Paulo, os sóciospreço das loterias da caixaum negóciopreço das loterias da caixaarquitetura e decoraçãopreço das loterias da caixainteriores, Roberto Cimino e Nelson Amorim, vivem história similar, mas a encaram como uma jornadapreço das loterias da caixafidelidade a seus princípios.
A casa e escritório dos dois na Rua Francisco Leitão é a últimapreço das loterias da caixapé,preço das loterias da caixaum conjuntopreço das loterias da caixaquatro casinhas geminadas, demolidas para dar lugar a um empreendimento imobiliário.
Além das três casinhas geminadas, outros quatro sobrados do entorno também vieram abaixo, deixando a última casa restante cercada pelo canteiropreço das loterias da caixaobras.
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Roberto e Nelson moraram e trabalharam na casa da Francisco Leitão desde 2012 e, ao contrário da família da Vila Mariana, veem a escolhapreço das loterias da caixanão vender como um atopreço das loterias da caixaresistência.
"Nós transformamos esse imóvel, fizemos uma bela reforma nele e ficou extremamente aconchegante", conta Roberto. "Então ficamos esse período todo, até que chegou essa condiçãopreço das loterias da caixaexploração imobiliária. Eles já estavam cercando há muitos anos esse local, foram conseguindo a comprapreço das loterias da caixaum epreço das loterias da caixaoutro, até que chegou a nossa vez."
Para os decoradores, uma sériepreço das loterias da caixafatores pesaram na escolhapreço das loterias da caixanão vender: o apego que tinham pelo local, o fatopreço das loterias da caixaquepreço das loterias da caixaum dos lados da casa será construída uma área verde e, como no caso da famíliapreço das loterias da caixaTherezinha, o valor considerado muito baixo para a compra do imóvel.
"Eles oferecerampreço das loterias da caixatroca do que era nosso escritório, nossa base, o que oferecem no mercado: apartamentospreço das loterias da caixa30, 28, 18, 14 m². Na contramão do que nós, como profissionais, com a visão que temos do ser humano habitar um espaço físico, acreditamos", diz Roberto.
Abalo estrutural e nova demolição
Decididos a não vender, os dois permaneceram na casa durante o processopreço das loterias da caixademolição dos vizinhos e construção e posterior demolição do estandepreço das loterias da caixavendas. A situação se complicou, porém, na etapapreço das loterias da caixacorte do terreno para construção das garagens subterrâneas e da fundação.
"Nossa casa, por ser dos anos 1940, não tem estrutura convencionalpreço das loterias da caixaconcreto com alvenaria, ela é pura alvenaria, se suportapreço das loterias da caixaum tijolopreço das loterias da caixacima do outro. Então, mesmo com todos os cuidados corretospreço das loterias da caixaconstrução, a casa foi abalada", conta Roberto.
Diante do abalo estrutural, a dupla deixou o imóvel e foi morar temporariamente num sobradopreço das loterias da caixauma vila próxima à Livraria Travessapreço das loterias da caixaPinheiros.
"Ficamos ali um ano, até março ou abril deste ano, porque a vilinha também foi demolida", conta Nelson, num exemplo prático da velocidade do avanço imobiliáriopreço das loterias da caixaPinheiros e outros bairros tradicionaispreço das loterias da caixaSão Paulo.
Expulsos pela segunda vezpreço das loterias da caixameio à verticalização acelerada, os arquitetos moram e trabalham agora num apartamentopreço das loterias da caixaPinheiros. Após embates com a incorporadora You,Inc sobre compensações pela reforma da casa e pelo aluguel temporário, chegaram a um acordo que consideram satisfatório.
Procurada para comentar o caso, a You,Inc afirmoupreço das loterias da caixanota: "Referente à obra na Rua Francisco Leitão, a empresa sempre esteve à disposição do entorno, com objetivopreço das loterias da caixainibir transtornos aos moradores. As partes entrarampreço das loterias da caixaacordo e todas as providências estão sendo tomadas."
Mesmo após o acordo, Roberto e Nelson lamentam a mudança acelerada do bairro.
"É uma questãopreço das loterias da caixavisão humanista: como fazer moradias para seres humanos dessa forma? Destruindo outros, destruindo todo um entorno e seu modopreço das loterias da caixavida", questiona Roberto. "É claro que o progresso vai levar a uma movimentação daquele modopreço das loterias da caixaviver, mas isso deveria ser feito com mais cuidado. É assim que a gente encara. Por isso, nós resistimos."
Vila Mariana e Pinheiros lideram demoliçõespreço das loterias da caixaSP
Os casos da famíliapreço das loterias da caixaTherezinha e da dupla Roberto e Nelson não são isolados, estão acontecendopreço das loterias da caixadiversos bairrospreço das loterias da caixaSão Paulo,preço das loterias da caixameio ao avanço da verticalização.
Vila Mariana e Pinheiros são apenas os exemplos mais gritantes, liderando demolições no município, conforme dados da Secretaria Municipalpreço das loterias da caixaUrbanismo e Licenciamento da Prefeiturapreço das loterias da caixaSão Paulo.
Na Vila Mariana, o valor médio do metro quadrado épreço das loterias da caixaR$ 8.504preço das loterias da caixa2023, enquantopreço das loterias da caixaPinheiros épreço das loterias da caixaR$ 10.207, segundo levantamento da Loft — a títulopreço das loterias da caixacomparação, o metro quadrado vale R$ 16.839 na Vila Nova Conceição e R$ 5.046 no Sacomã, respectivamente, o bairro mais caro e o mais baratopreço das loterias da caixaSão Paulo, entre 57 analisados pela startuppreço das loterias da caixaimóveis.
Somente nos últimos cinco anos,preço das loterias da caixa2018 a 2022, a Prefeitura concedeu 1.091 alvaráspreço das loterias da caixademolição na Vila Mariana e 1.063preço das loterias da caixaPinheiros, mais do que o dobropreço das loterias da caixaalvarás concedidos na região da subprefeiturapreço das loterias da caixaSanto Amaro (508), terceiro colocado da lista.
Por trás desse avanço das demolições — e, consequentemente, da construçãopreço das loterias da caixanovos edifícios — nos dois bairros, está o Plano Diretor Estratégico (PDE)preço das loterias da caixaSão Paulopreço das loterias da caixa2014, aprovado durante a gestão do então prefeito Fernando Haddad (PT), hoje ministro da Fazenda.
Nabil Bonduki, professor titularpreço das loterias da caixaplanejamento urbano na USP (Universidadepreço das loterias da caixaSão Paulo) e relator do Plano Diretorpreço das loterias da caixa2014, lembra que a intenção do plano foi estimular o adensamento populacionalpreço das loterias da caixatorno dos eixospreço das loterias da caixatransporte público.
Ou seja, aumentar a quantidadepreço das loterias da caixapessoas vivendo pertopreço das loterias da caixaestaçõespreço das loterias da caixametrô, trem e corredorespreço das loterias da caixaônibus, aproximando a moradia das áreas com maior ofertapreço das loterias da caixaempregos e diminuindo o tempopreço das loterias da caixadeslocamento urbano.
"Foram incluídas regras que estimulam apartamentospreço das loterias da caixamenor tamanho para ter maior adensamento perto das áreaspreço das loterias da caixatransporte coletivopreço das loterias da caixamassa, protegendo, por outro lado, os miolospreço das loterias da caixabairros", diz Bonduki,preço das loterias da caixaentrevista à BBC News Brasil.
Segundo o urbanista, o objetivo foi dar maior racionalidade ao processopreço das loterias da caixaverticalização, antes dispersa, alémpreço das loterias da caixainibir a expansão horizontal da cidade, com o avanço das periferias sobre áreas verdes,preço das loterias da caixaconsonância com as diretrizes para combate às mudanças climáticas.
Margareth Uemura, coordenadorapreço das loterias da caixaurbanismo do Instituto Pólis, avalia, no entanto, que o PDEpreço das loterias da caixa2014 falhou napreço das loterias da caixaintençãopreço das loterias da caixatrazer a populaçãopreço das loterias da caixamenor renda para morar perto dos eixospreço das loterias da caixatransporte. E que a verticalizaçãopreço das loterias da caixacurso não resulta necessariamentepreço das loterias da caixamaior adensamento.
"A ideia do Plano Diretor era ter apartamentos que abrigassem pessoaspreço das loterias da caixarendas diversas, mas principalmente incluir a populaçãopreço das loterias da caixamenor renda próximo aos eixospreço das loterias da caixatransporte", diz Uemura.
Mas, ao longo dos anos, alterações na lei — principalmente aquelas que permitiram maior númeropreço das loterias da caixavagaspreço das loterias da caixagaragem — fizeram com que esses apartamentos fossem destinados a uma populaçãopreço das loterias da caixarenda maior, que usa o carro e não o transporte público, e consome apartamentos maiores, afirma.
"Esses empreendimentos acabaram sendo feitos demolindo conjuntospreço das loterias da caixacasaspreço das loterias da caixamoradores que já estavam há anospreço das loterias da caixabairros consolidados", aponta a arquiteta e urbanista.
"Ou seja, você está substituindo uma população que morava ali há muito tempo, com seus comércios e serviços, por imóveis vendidos para uma renda mais alta e monofuncionais [isto é, apenas residenciais e nãopreço das loterias da caixauso misto]", acrescenta.
Questionada sobre os problemas na execução do PDEpreço das loterias da caixa2014, a Prefeiturapreço das loterias da caixaSão Paulo afirmoupreço das loterias da caixanota que "na capital, uma unidadepreço das loterias da caixahabitaçãopreço das loterias da caixainteresse social foi licenciada,preço das loterias da caixamédia, a cada três horas pela Prefeitura nas regiões mais bem servidaspreço das loterias da caixatransporte desde a aprovação do Plano Diretor".
Em números absolutos, foram 28,9 mil unidades licenciadas entre 2014 e 2021 e 130,9 mil unidadespreço das loterias da caixaZeis (Zonas Especiaispreço das loterias da caixaInteresse Social), informou a administração municipal.
Novo Plano Diretor
Bonduki e Uemura concordam na avaliaçãopreço das loterias da caixaque a revisão do Plano Diretor, aprovadapreço das loterias da caixasegunda votação na segunda-feira (26/6) na Câmara Municipalpreço das loterias da caixaSão Paulo, não resolve as deficiências do projeto original.
Segundo eles, a mudança pode, na verdade, acentuar o conflito nos bairros, ao ampliar a área onde a verticalização é permitida.
Pelas novas regras aprovadas, o chamado eixopreço das loterias da caixaverticalização — onde não há limitepreço das loterias da caixaaltura para os prédios — será expandindo dos atuais 600 m a partirpreço das loterias da caixaestaçõespreço das loterias da caixametrô e trem e 300 mpreço das loterias da caixacorredorespreço das loterias da caixaônibus para 700 m e 400 m, respectivamente.
Além disso, os prédios poderão ter área construída maior,preço das loterias da caixarelação ao terreno, desde que destinem partepreço das loterias da caixasuas unidades à habitação social e incluam lojas na fachada dos prédios e salas comerciais.
A nova versão do plano também tem regras que incentivam apartamentos maiores — numa tentativapreço das loterias da caixaconter o avanço dos microapartamentos — e com maispreço das loterias da caixauma vagapreço das loterias da caixagaragem.
"A ampliação da áreapreço das loterias da caixaverticalização descaracteriza a ideiapreço das loterias da caixater o adensamento próximo ao transporte coletivo e a proteção aos miolospreço das loterias da caixabairros", diz Bonduki.
"Da maneira como foi proposto o substitutivo, ele agrava [o conflito nos bairros], porque a verticalização será mais permissiva", concorda Uemura.
O vereador Rodrigo Goulart (PSD), relator da revisão do PDE, discorda da avaliação dos urbanistas.
"A proposta apresentada por mim tem justamente o objetivo contrário aopreço das loterias da caixaagravar o conflito nos bairros", disse Goulart por e-mail à BBC News Brasil.
"O PDEpreço das loterias da caixa2014 não conseguiu atingir o seu objetivo inicial, que era levar pessoaspreço das loterias da caixatodas as rendas, principalmente as mais carentes, para morar perto dos eixos. Com os incentivos que estamos dando agora para HIS (Habitaçãopreço das loterias da caixaInteresse Social) queremos justamente corrigir essa distorção", acrescentou o vereador.
"Lamento que tais especialistas tenham essa visão distorcida da realidade", completou.
O texto deve ainda passar pela aprovação do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A permissão para verticalizar será então debatida quadra a quadra na revisão da leipreço das loterias da caixazoneamento, que também será analisada pela Câmara.
Individual vs. Coletivo
Para Nabil Bonduki, o conflito entre moradorespreço das loterias da caixacasinhas e incorporadoras e construtoras é uma parte natural do processopreço das loterias da caixatransformação das cidades.
"Uma propriedade com baixíssima densidade do ladopreço das loterias da caixauma estaçãopreço das loterias da caixametrô não está cumprindo a função social da propriedade", diz Bonduki. "Perder esse local pode ser algo ruim para a pessoa, mas esse é um interesse individual. Estamos falando aqui do interesse coletivo", defende.
Já Margareth Uemura, do Instituto Pólis, avalia que há uma disparidadepreço das loterias da caixaforças na disputa entre famílias e empresas e que caberia ao Estado proteger a parte mais fraca.
"O pequeno proprietário da casa fica medindo forças com incorporadora e construtora, numa relação totalmente desleal. Então o Estado deveria proteger esse cidadão — não só através da diretriz do Plano Diretor, mas tambémpreço das loterias da caixatodas as regraspreço das loterias da caixauso e ocupação, porque o que vem acontecendo é que os prédios confinam as casas, como estão confinando também várias vilas."
Reportagem do jornal Folhapreço das loterias da caixaS.Paulo publicadapreço das loterias da caixajunho mostrou que metade das doaçõespreço das loterias da caixacampanhapreço das loterias da caixavereadorespreço das loterias da caixaSão Paulo veiopreço das loterias da caixapessoas ligadas ao setor imobiliário.
Os políticos dizem, no entanto, que os recursos não interferem empreço das loterias da caixaatuação na Câmara ou no debate sobre as mudanças no Plano Diretor.
Para a famíliapreço das loterias da caixaTherezinha, há maispreço das loterias da caixacem anos no sobrado da Vila Mariana, agora cercado por prédios, os moradores antigospreço das loterias da caixabairros devem terpreço das loterias da caixaescolhapreço das loterias da caixapermanecer respeitada.
"Tenho direitopreço das loterias da caixadecidir onde quero morar", diz Maria Angélica. "Ninguém quer mexer nesse vespeiro que é o fatopreço das loterias da caixaas construtoras mandarem nesse país."