'Discoporto': como relatos7 sports beteventos sobrenaturais levaram cidade brasileira a criar aeroporto para disco voador:7 sports bet

"Esses relatos são milenares. Há muito tempo, eles estão presentes7 sports betcontos7 sports betindígenas que vivem na região", diz o psicólogo Ataíde Ferreira, presidente da Associação Mato-grossense7 sports betPesquisas Ufológicas e Psíquicas (Ampup), à BBC News Brasil.

Há décadas, ufólogos e pesquisadores brasileiros vão a Barra do Garças para investigar os inúmeros relatos sobre óvnis na região.

As constantes narrativas7 sports betmoradores sobre óvnis e os diversos estudos feitos na cidade motivaram a criação7 sports betum local destinado a possíveis pousos dos objetos voadores: o discoporto.

O aeroporto para discos voadores foi um projeto apresentado por Valdon Varjão, já falecido, então vereador da cidade. Em setembro7 sports bet1995, os parlamentares da Câmara do Município aprovaram a iniciativa por unanimidade.

Varjão costumava explicar que o discoporto era uma forma7 sports betfomentar o turismo do município - além7 sports betfacilitar contatos com extraterrestres.

Os relatos sobre óvnis

Depois da experiência7 sports bet1996, Lauro comenta ter avistado outros objetos voadores não identificados no céu7 sports betBarra do Garças. "São muitas histórias que presenciei por aqui. Antes, eu não acreditava, era cético, até que comecei a ver essas luzes com frequência."

Ele comenta que uma das vezes mais recente7 sports betque viu um suposto disco voador foi7 sports bet77 sports betagosto do ano passado. Na data, estava com a família,7 sports betuma comemoração, quando viu um objeto sobrevoando Barra do Garças. "Nós estávamos7 sports betuma festa e vimos algo passando pelo céu com muita rapidez", diz.

O jornalista Genito Ribeiro dos Santos,7 sports bet47 anos, também relata ter avistado objetos não identificados no céu7 sports betBarra do Garças. "Eu era totalmente cético7 sports betrelação a isso, até ver pela primeira vez. Fui surpreendido quando fui fazer uma gravação na Serra do Roncador, aqui na cidade, e uma luz veio para cima do carro7 sports betque eu estava com outros profissionais. Por trás da luz, que mudava7 sports betcor a todo instante, havia algo sólido e brilhoso. Esse objeto perseguiu o nosso veículo por, mais ou menos, três minutos", conta à BBC News Brasil.

"Quando descemos a serra e retornamos à cidade, estávamos completamente espantados. As pessoas pensavam que tínhamos usado algum tipo7 sports betdroga, mas nunca consumimos essas coisas. O que vimos era algo muito real, que ficou a, mais ou menos, 100 metros7 sports betdistância do nosso carro", acrescenta.

Os relatos sobre os óvnis na cidade têm uma característica7 sports betcomum: envolvem a Serra do Roncador - que tem início7 sports betBarra do Garças e vai até o Sul do Pará. O lugar, que possui cachoeiras, trilhas e grutas com pinturas rupestres, é considerado místico por muitas pessoas.

Localizada no paralelo 15 graus Sul, linha imaginária que passa por lugares considerados místicos, a Serra do Roncador acumula histórias misteriosas. A mais conhecida é o desaparecimento do coronel inglês Percy Fawcett,7 sports bet1925. Ele estava7 sports betbusca7 sports betuma suposta cidade perdida, a qual denominou7 sports betZ, quando adentrou a serra. Foi a última vez7 sports betque foi visto.

"A Serra do Roncador está entre as regiões milenares7 sports betacontecimentos estranhos. As histórias inusitadas ajudam a povoar a imaginação das pessoas, especialmente os esotéricos, que fazem interpretações que são, comumente, baseadas no achismo", afirma Ataíde Ferreira.

Em razão dos inúmeros relatos sobre possíveis óvnis relacionados à serra, estudiosos interessados no assunto e ex-militares da aeronáutica criaram, há cerca7 sports bet18 anos, o Núcleo Araguaia7 sports betPesquisas Ufológicas do Roncador (Napur).

"Nosso principal objetivo é discutir os assuntos ufológicos da região", explica o engenheiro civil Rubens Machado, que há 15 anos preside o Napur. Segundo ele, as reuniões do núcleo, que costumavam ser semanais, não acontecem há meses,7 sports betrazão da falta7 sports bettempo dos membros do grupo.

O núcleo7 sports betpesquisas nunca chegou a uma conclusão sobre os relatos7 sports betóvnis na região. "O que temos7 sports betconcreto são apenas os relatos7 sports betpessoas que dizem ter visto naves com luzes. Há, inclusive, um amigo que diz ter visto um ser extraterrestre", comenta Machado.

O discoporto

Em meio às constantes narrativas sobre objetos não identificados na cidade, Valdon Varjão propôs a criação do discoporto. Para alguns, tratava-se7 sports betuma sandice. Outros, porém, apoiaram a iniciativa. Para o então vereador, que dizia nunca ter avistado um óvni no céu7 sports betBarra do Garças, o projeto era uma estratégia para legitimar os relatos7 sports betmoradores e atrair turistas.

O discoporto foi inaugurado7 sports betabril7 sports bet1997,7 sports betuma área7 sports bet2,2 mil metros quadrados do Parque Estadual da Serra Azul, que possui cachoeiras e serras. O parque, localizado7 sports betBarra do Garças, está na mesma região da Serra do Roncador.

Para a criação do discoporto,7 sports betmeio a céu aberto, foi feita uma réplica7 sports betum disco voador, além7 sports betuma pintura7 sports betuma reprodução7 sports betum extraterrestre e um painel com um objeto voador e um ET, no qual há um espaço para as pessoas colocarem a cabeça. Segundo a Prefeitura do município, não foram utilizados recursos públicos, pois os itens que compõem o lugar foram concedidos por Varjão.

Moradores7 sports betBarra do Garças contam que o vereador cedeu duas antenas parabólicas7 sports betsua empresa, para a criação da réplica do disco voador, e outros objetos para as artes colocadas na área do aeroporto7 sports betóvnis. Outras pessoas também doaram materiais recicláveis para a construção do espaço.

Os painéis e a réplica7 sports betdisco voador foram feitos por Genito Ribeiro, que também é artista plástico. Ele afirma que se inspirou7 sports betartes que viu pela televisão7 sports betgrandes estúdios7 sports betanimação, como o da Walt Disney. "A nave foi feita a partir7 sports betsucatas. Na época, o Varjão havia dito que não tinha disponibilidade financeira para construir o discoporto. Ele dizia que mesmo sem recursos, teríamos que fazer algo. Então, juntamos o que tínhamos no momento."

"Para os primeiros painéis, utilizamos itens como chapas7 sports betcompensado e tinta acrílica. A nave foi feita com aproveitamento7 sports betmateriais como chapas7 sports betzinco, tela7 sports betgalinheiro, rodas7 sports betcarros para a base, entre outros objetos", diz Ribeiro. Segundo o jornalista, Varjão pagou os serviços artístico com recursos próprios. "Foi um valor irrisório, porque eu já fazia trabalhos para as empresas dele. O Varjão não queria usar dinheiro público na obra."

Os painéis e a réplica7 sports betdisco voador, colocados7 sports betabril7 sports bet97, eram considerados provisórios. Na época, eles foram feitos7 sports betvirtude da repercussão causada pela aprovação do projeto7 sports betcriação do discoporto na cidade.

Havia a expectativa7 sports betque fosse feita uma obra maior. No entanto, segundo a secretária7 sports betTurismo do município, Mônica Porto, a Secretaria Estadual7 sports betMeio Ambiente7 sports betMato Grosso (Sema) não permitiu a realização7 sports betuma intervenção maior,7 sports betrazão7 sports betpossíveis danos ambientais.

"Esses ícones iniciais foram colocados apenas para não frustrar os visitantes, até que fosse feita a construção na área. Mas como o parque é estadual, a Sema não autorizou, não foi possível fazer uma intervenção conforme planejado", explica Mônica. Assim, a estrutura que era para ser provisória, tornou-se fixa, com algumas pequenas alterações, como substituições7 sports betmateriais, ao longo dos anos.

"Anos depois da inauguração do discoporto, fizemos algumas reformas, aproveitando o que estava lá e incluindo uma estrutura um pouco mais resistente. Nesta época, a Prefeitura pagou cerca7 sports betR$ 5 mil para a manutenção do lugar", diz Genito Ribeiro.

Aumento no turismo

O discoporto atraiu a atenção da imprensa e fez com que Barra do Garças conquistasse fama como a cidade do aeroporto para óvnis. "Até veículos internacionais vieram aqui para mostrar a história do primeiro aeroporto para discos voadores", diz o biólogo e guia turístico da secretaria7 sports betTurismo do Município, Fernando Penteado.

As notícias sobre o fato impulsionaram o crescimento do turismo na cidade, conta Penteado. "Muitas pessoas queriam conhecer o discoporto. Algumas vieram7 sports betoutros países", comenta.

Entre aqueles que iam ao município mato-grossense, alguns tinham o objetivo7 sports betpresenciar um fenômeno ufológico. No entanto, conforme Penteado, nunca houve registro7 sports betóvni sobrevoando o discoporto. "Até porque é uma área que sempre ficou fechada à noite, que é o período7 sports betque normalmente são vistos os objetos não identificados", explica.

Para o segmento do turismo7 sports betBarra do Garças, a época7 sports betinauguração do discoporto foi um dos melhores períodos. Mesmo com estrutura precária e com atrativos considerados simples, o aeroporto7 sports betóvnis atraía turistas e fazia com que eles também conhecessem outros pontos da cidade, como cachoeiras, trilhas aquáticas e rios.

O incentivo ao turismo ufológico na cidade é tamanho que7 sports betnovembro7 sports bet2015 foi sancionada uma Lei municipal que criou o Dia do ET. A data é comemorada7 sports bettodo segundo domingo7 sports betjulho. Conforme a Secretaria7 sports betTurismo da cidade, não há nenhum tipo7 sports betcomemoração no dia, pois, segundo a pasta, é apenas uma forma7 sports betreverenciar uma das características mais conhecidas da região.

Parque fechado

Mesmo sendo uma das principais atrações da cidade, o discoporto não recebe visitantes desde agosto7 sports bet2014. Na época, um incêndio, supostamente iniciado7 sports betum sítio da região, queimou cerca7 sports bet80% da cobertura vegetal do Parque Estadual Serra Azul.

A queimada na área7 sports betpreservação fez com que o local fosse fechado, após ação recomendatória do Ministério Público Estadual (MPE)7 sports betMato Grosso.

De acordo com o MPE, não havia condições7 sports betgarantir a conservação do parque para o uso público. A entidade apontou que o lugar somente poderia ser reaberto7 sports betcaso7 sports bethaver readequações para garantir a proteção da biodiversidade da região.

O fechamento do parque, que7 sports betalta temporada costumava receber 400 visitantes por dia, prejudicou o turismo local. "Isso teve grande impacto na cidade, pois o parque sempre foi um grande atrativo. Mas ainda temos alta ocupação7 sports bethotéis7 sports betgrandes eventos da cidade", comenta Monica Porto.

O Serra Azul está recebendo obras7 sports betreadequação. Atualmente, a única parte aberta ao público é um mirante no qual é possível avistar toda a cidade. As demais áreas podem ser acessadas somente por grupos7 sports betestudantes autorizados a realizar pesquisas no local.

Um Termo7 sports betAjustamento7 sports betConduta (TAC) firmado entre o MPE7 sports betMato Grosso e a Secretaria7 sports betMeio Ambiente do Estado (Sema) prevê a destinação7 sports betR$ 1,25 milhão ao Serra Azul, ao longo7 sports betquatro anos, para readequação e gestão do espaço.

Grande parte dos recursos para as obras foram obtidos por meio7 sports betautuação aplicada à JBS Friboi7 sports betBarra do Garças, que teve7 sports betpagar R$ 1 milhão,7 sports betrazão7 sports betdanos ambientais causados na cidade. Já os R$ 250 mil são valores pagos por uma empresa7 sports betloteamento, por meio7 sports betmedidas indenizatórias e compensatórias definidas no licenciamento ambiental7 sports betum condomínio que será construído7 sports betBarra do Garças.

Segundo a analista7 sports betMeio Ambiente da Sema e gerente regional do parque, Christiane Schnepfleitner, o Serra Azul deve ser reaberto7 sports betjaneiro. "Estamos nos planejando para que todas as áreas, inclusive o discoporto, sejam reabertas para o público no próximo mês", pontua.

Desde que o parque foi fechado, o discoporto não recebeu mais nenhum tipo7 sports betmanutenção. Em razão disso, os itens que o compõem se deterioraram.

Antes7 sports betvoltar a receber visitas, a expectativa é7 sports betque o aeroporto para óvnis passe por revitalização. "A ideia é melhorar aquilo que já existe", pontua Christiane. Segundo ela, a princípio devem ser feitos procedimentos para melhorar a atual situação dos itens do discoporto. Depois, a gerência do Parque da Serra Azul e a prefeitura7 sports betBarra do Garças planejam realizar obras para ampliá-lo. Para isso, deverão solicitar autorização à Sema.

Para muitos moradores Barra do Garças, a reabertura do discoporto terá extrema importância para a cidade. "Mesmo sendo um lugar simples, as pessoas tinham curiosidade7 sports betconhecer, nem que fosse apenas para tirar uma foto e dizer que visitou o primeiro aeroporto7 sports betdiscos voadores do mundo", comenta Genito Ribeiro.

7 sports bet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube 7 sports bet ? Inscreva-se no nosso canal!