'Não precisamos do amor românticocomo apostar em escanteios no pixbetnossas vidas', diz especialistacomo apostar em escanteios no pixbetrelacionamentos:como apostar em escanteios no pixbet

  • Julia Braun
  • Da BBC News Brasilcomo apostar em escanteios no pixbetSão Paulo
Casalcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetidososcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetmãos dadas

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Imagem construídacomo apostar em escanteios no pixbettorno do romance pode variar muitocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetacordo com a cultura

como apostar em escanteios no pixbet Nas sociedades ocidentais, o amor costuma ser apresentado por meio do clichêcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetduas metades que se encontram para se sentirem completas. A história é reproduzida com frequência na literatura, cinema e televisão, mas pode ser bastante danosa quando enfatizada na realidade.

É o que acredita a antropóloga Anna Machin, que dedicou quase 20 anoscomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetsua carreira ao estudo das diferentes formascomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamar.

Segundo a pesquisadora da Universidadecomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetOxford, no Reino Unido, a supervalorização do amor romântico - aquele entre dois parceiros ou manifestado por meio da atração emocional por outra pessoa - pode nos fazer esquecer o quão importante são os demais tiposcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor.

"Não precisamos do amor românticocomo apostar em escanteios no pixbetnossas vidas. Há muitas outras formascomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor capazescomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetsuprir nossas necessidades", diz a estudiosa.

"Em muitos países, o amor romântico é visto como a mais importante fontecomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor, e esse discurso é repetido com frequência no cinema e nas redes sociais. Mas essa não é a verdade e, infelizmente, muitas pessoas gastam tempo e energia demais procurando um parceiro romântico e acabam negligenciando outros tiposcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetrelacionamento".

Machin lançoucomo apostar em escanteios no pixbetfevereiro deste ano o livro 'Why We Love: The New Science Behind Our Closest Relationships' (Porque amamos: a nova ciência por trás dos relacionamentos mais próximos,como apostar em escanteios no pixbettradução literal), no qual discute as muitas razões que levam o ser-humano a amar. A afeição entre parceiros é apenas uma delas, mas há também o amor entre amigos, pais e filhos e até o amor ao sagrado.

Segundo ela, a importância excessiva que damos ao amor romântico também pode criar uma ideia falsacomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetque todos precisamcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetum parceiro românico oucomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetum relacionamentocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetcontoscomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetfadas, trazendo decepções.

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"O amor romântico pode trazer momentos maravilhosa, é verdade. Mas há períodos difíceis também e há pessoas que simplesmente não encontrarão alguém para viver essa experiência ou que sequer querem passar por isso", diz.

"Faríamos um grande favor às crianças e jovens se passássemos a ser mais realistas sobre o que é o amor românticocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetverdade, porque precisamos recalibrar o espaço ocupado por elecomo apostar em escanteios no pixbetnossas vidas".

Em seu livro, Machin define o amor romântico como uma construção social. Segundo ela, até meados do século 18, os seres humanos cultivavam apenas o que os cientistas chamamcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor reprodutivo.

"Só passamos a chamá-locomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor romântico quando, por volta do século 18, poetas decidiram romantizá-lo e as ideiascomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor romântico que conhecemos hoje começaram a ser formadas na literatura", diz a especialista.

A imagem construídacomo apostar em escanteios no pixbettorno do romance, aliás, também varia muitocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetacordo com a cultura. "Há 50 anos na China o conceitocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetencontrar uma alma gêmea era completamente desconhecido. Hojecomo apostar em escanteios no pixbetdia, os mais jovens falam e conhecem mais o amor romântico, porque foram expostos à filmes e outros materiais produzidos no mundo ocidental", diz a antropóloga.

"O amor romântico é uma construção cultural. Não é baseado na ciência, mas apenas uma história que inventamos sobre como o amor reprodutivo deveria ser."

Novos tempos

Pesquisas demográficas mostram que o amor romântico já está,como apostar em escanteios no pixbetcerta medida, perdendo importânciacomo apostar em escanteios no pixbetnossas vidas. Segundo o Escritóriocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetEstatísticas Nacionais do Reino Unido, o númerocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetpessoas morando sozinhas deve crescercomo apostar em escanteios no pixbetmaiscomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbet10 milhões no país até 2039. Além disso, apenas cercacomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetumcomo apostar em escanteios no pixbetcada seis britânicos ainda acreditam atualmente na ideiacomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetque há "uma pessoa certa".

"Há um crescente reconhecimentocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetque, na verdade, o amor romântico não deve ser o objetivo finalcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetnossas vidas", diz Machin. Segundo a antropóloga, essa mudança é impulsionada principalmente pelas mulheres, que se sentem mais livres para viver suas vidas sem um parceiro ao seu lado.

Mulher navegacomo apostar em escanteios no pixbetaplicativocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetrelacionamento com celular

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Muitas pessoas têm se aberto para formatoscomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetrelacionamentos mais modernos

"Mudanças políticas, sociais ecomo apostar em escanteios no pixbetnosso próprio entendimento sobre o que é o amor ou o que constitui uma família estão aos poucos alterando a forma como vemos e priorizamos o amor romântico."

Ao mesmo tempo, muitas pessoas também têm se aberto para outros formatoscomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetrelacionamentos românticos. "O poliamor e outros tiposcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetrelacionamentos não-monogâmicos têm ganhado mais espaço. Da mesma forma, os arromânticos, aqueles que não experimentam nenhum tipocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor romântico, tem se sentido mais confortáveis para contar suas histórias", afirma a especialista.

Por que amamos?

Em seu livro, Anna Machin dedica dez capítulos para desvendar as muitas respostas para o questionamento que já foi levantado tantas vezescomo apostar em escanteios no pixbetnossa sociedade.

"Não há uma única resposta para essa pergunta e tudo depende contexto que analisamos", afirma a antropóloga. "O que é mais incrível no amor humano é que ele pode ser dirigido a muitas pessoas e seres diferentes: podemos amar nossos amigos, nossa família, nossos filhos e nossos amantes. Mas também podemos amar um Deus, nossos animaiscomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetestimação e até celebridades que não conhecemos".

Segundo a pesquisadora,como apostar em escanteios no pixbetseu nível mais básico, o propósito do amor é a sobrevivência e a garantia da evolução. O ser-humano precisa passar seus genes adiante, ao mesmo tempocomo apostar em escanteios no pixbetque as mães precisamcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetuma redecomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetapoio para criar seus filhos.

"Mas além disso, o amor também é um vício, sustentado por um conjuntocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetneuroquímicos como a ocitocina, a dopamina, a serotonina e a beta endorfina que nos fazem desejar estar com a pessoa que amamos", diz Machin.

Há ainda componentes sociais e pessoais que definem as razões por que amamos. Nem todos experimentamos o amor da mesma maneira ou desejamos alcançá-lo pelos menos motivos, e o local onde nascemos, a forma como fomos criados e até nossa genética podem influenciar nossas escolhas.

"Popularmente dizemos que o amor é uma emoção, mas na realidade é algo muito mais complexo do que isso", diz a pesquisadoracomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetOxford, que usou análises genéticas,como apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetimagens cerebrais e neuroquímicos, alémcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetextensas entrevistas, para elaborarcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbettese.

Honestidade, ternura ou sofrimento?

Homem brincando com cachorro

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O ser humano pode dirigir seu amor para parceiros, familiares, amigos, animais e até entes religiosos

O contexto socialcomo apostar em escanteios no pixbetque fomos criados e vivemos depoiscomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetadultos tem grande influência sobre a forma que sentimos e demonstramos o amor, segundo Anna Machin.

A antropóloga explicacomo apostar em escanteios no pixbetseu livro que nossa relação com o amor pode mudarcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetacordo com as relações que observamos à nossa volta e tomamos como exemplo para nós mesmos. A cultura também pode ter um grande impacto aqui.

"O local onde nascemos também afeta a forma como definimos o amor e até as palavras que costumamos associar com ele", diz.

A especialista cita como exemplo um estudo publicadocomo apostar em escanteios no pixbet2016 na revista acadêmica Psychology in Russia com pessoas nativas da África Central, do Brasil e da Rússia. Enquanto os brasileiros entrevistados usaram com frequência a palavra honestidade para descrever o amor e associaram o sentimento com moral e família, os termos mais mencionados pelos russos foram sofrimento, confiança e auto sacrifício.

Já os centro-africanos usaram a palavra "ternura" para falarcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor - para eles, o sentimento está intimamente ligado com o lado espiritual.

"Há estudos que também nos mostram que a linguagem corporal exibida quando estamos apaixonados ou demonstramos amor é algo muito específico da cultural", afirma Machin.

Mas infelizmente, é impossível saber exatamente como as outras pessoas experimentam o amor. "Você nunca saberá como eu sinto amor, assim como eu nunca saberei como você se sente quando está amando", diz a especialista.

Por isso mesmo, as formas mais usadas pelos pesquisadores para estudar o tema são os exames cerebrais ecomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetsubstâncias químicas, além das entrevistas e da observação da linguagem corporal.

"Analisamos alguns pontos objetivos para termos uma vaga ideiacomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetcomo é a experiência do outro com o amor. A atividade cerebral das pessoas, por exemplo, pode ser diferentecomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetacordo com a intensidade dos sentimentos, assim como a neuroquímica no corpo", explica Machin.

Qual a influência da genética?

Mulheres se beijando

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A genética também pode influenciar na forma como sentimos e demonstramos o amor

Apesar da comunidade científica já ter se debruçado sobre o tema, a influência da genética na forma como sentimos e demonstramos o amor pode ser novidade para muitos.

Segundo Anna Machin, os genes estudadoscomo apostar em escanteios no pixbetsuas pesquisas estão associados às substâncias neuroquímicas que sustentam o amor.

"São os chamados genes receptores - os neuroquímicos no cérebro se prendem a esses receptores e causam sensações ou despertam comportamentos", explica a antropóloga. "A quantidade, a localização e a capacidade dos receptorescomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetse conectarem com as substâncias químicas influenciam na forma como o ser-humano sente o amor".

"Digamos que uma pessoa tenha um número muito altocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetreceptorescomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetocitocina no cérebro - ela vai experimentar uma sensaçãocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor muito mais forte do que alguém que tem um número menor".

A especialista explicacomo apostar em escanteios no pixbetseu livro que os genes podem também tornar algumas pessoas mais empáticas, afetuosas fisicamente ou até mais apegadas aos seus entes amados.

Anna Machin é enfática ao dizer que só podemos amar ou manter relacionamentos amorososcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetqualquer tipo quando há uma relação entre dois seres.

"Não podemos amar objetos, apenas outras pessoas, animais ou entidades religiosas. Algumas pessoas podem apresentar distúrbios psicológicoscomo apostar em escanteios no pixbetque dizem amar um objeto, mas nesses casos não há liberação neuroquímica ou qualquer tipocomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetevidência cerebralcomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetque elas estão apaixonadas", diz a antropóloga.

Da mesma forma, o amor próprio não se enquadra na definição usada pela ciênciacomo apostarcomo apostar em escanteios no pixbetescanteios no pixbetamor. "O amor é uma relação recíproca ou diádica e não se pode ter algo assim consigo mesmo".

Línea

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