Por que mesmo casos levesbetrouwbare online casinocovid aumentam o riscobetrouwbare online casinodiabetes:betrouwbare online casino

  • André Biernath - @andre_biernath
  • Da BBC News Brasilbetrouwbare online casinoLondres
Mão segura comprimidos, com medidorbetrouwbare online casinoglicemia e máscara ao fundo

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Quem teve covid apresenta um risco 40% maiorbetrouwbare online casinoter diabetes, aponta estudo americano

betrouwbare online casino Para Eurípedes Donizeti Donzeli,betrouwbare online casino66 anos, a covid veiobetrouwbare online casinodose dupla:betrouwbare online casinofevereirobetrouwbare online casino2021, ele foi diagnosticado pela primeira vez com a doença. Dez meses depois, um novo teste confirmou que estava com coronavírusbetrouwbare online casinonovo.

"Nas duas situações, não tive sintoma nenhum. No primeiro episódio, só fiz o exame porque minha esposa estava com febre. No segundo, participeibetrouwbare online casinouma confraternizaçãobetrouwbare online casinofimbetrouwbare online casinoano e descobri que algumas pessoas presentes tinham testado positivo", relata o moradorbetrouwbare online casinoFranca, no interior paulista.

Mas as surpresas não pararam por aí: após recuperar-se do segundo quadrobetrouwbare online casinocovid, Donzeli foi orientado pelo médico a fazer alguns examesbetrouwbare online casinorotina, o popular check up. "Foi aí que descobri que minha glicose estavabetrouwbare online casino146 e fui diagnosticado com diabetes na sequência", conta.

Idealmente, a glicose (sobre a qual falaremos ao longo da reportagem) deve ficar abaixobetrouwbare online casino100 miligramas por decilitro (mg/dl)betrouwbare online casinosangue quando a pessoa estábetrouwbare online casinojejum.

"Não tinha históricobetrouwbare online casinodiabetes da família e não esperava por essa agora", continua.

E olha que a históriabetrouwbare online casinoDonzeli está longebetrouwbare online casinoser uma raridade: pesquisas realizadas nos últimos meses apontam que os médicos endocrinologistas devem acrescentar a covid-19 como um novo fatorbetrouwbare online casinorisco para o diabetes.

O último estudo a comprovar uma ligação entre a infecção pelo coronavírus e o desenvolvimento posterior dessa doença, marcada pelo descontrole das taxasbetrouwbare online casinoglicose, foi publicado recentemente no periódico especializado The Lancet Diabetes & Endocrinology.

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Nele, cientistas do Centrobetrouwbare online casinoEpidemiologia Clínica do Sistemabetrouwbare online casinoSaúdebetrouwbare online casinoSt. Louis e da Universidade Washington, nos Estados Unidos, compararam os dadosbetrouwbare online casino181 mil indivíduos que tiveram covid entre marçobetrouwbare online casino2020 e setembrobetrouwbare online casino2021 com osbetrouwbare online casino8 milhõesbetrouwbare online casinopessoas que não se infectaram com o coronavírus nesse mesmo período.

O diferencial dessa investigação é que os pesquisadores já tinham compilado as informaçõesbetrouwbare online casinosaúdebetrouwbare online casinotodos esses participantes entre 2018 e 2019, antesbetrouwbare online casinoa pandemia começar. Na prática, isso permitiu estimar quantos casosbetrouwbare online casinodiabetes eram esperados a cada nova temporada — e como a covid-19 influenciou esse cenário.

Em resumo, os resultados mostram um aumentobetrouwbare online casino40% no riscobetrouwbare online casinodiabetes entre aqueles que foram infectados pelo coronavírus. De cada 100 participantes que pegaram covid, dois tiveram a enfermidade endocrinológica logo na sequência.

O médico Ziyad Al-Aly, autor principal da pesquisa, diz que se surpreendeu ao notar que esse risco foi observado mesmo nas pessoas que não tinham outros fatoresbetrouwbare online casinorisco para o desenvolvimentobetrouwbare online casinodiabetes, como obesidade, doenças cardiovasculares ou histórico familiar.

"Outra coisa que não esperávamos é que a doença pode aparecer até mesmo nos pacientes com casos assintomáticos ou levesbetrouwbare online casinocovid-19", conta à BBC News Brasil.

Vale destacar que, no estudobetrouwbare online casinoquestão, o riscobetrouwbare online casinoter diabetes foi maior nos quadros mais gravesbetrouwbare online casinoinfecção, mas essa relação também foi observadabetrouwbare online casinoindivíduos que pegaram o coronavírus e não desenvolveram incômodos tão sérios

Coronavírus

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Infecção pelo coronavírus causa uma inflamação que seria gatilho para diabetes, especulam médicos

A médica Hermelinda Pedrosa, ex-presidente do Departamentobetrouwbare online casinoDiabetes da Sociedade Brasileirabetrouwbare online casinoEndocrinologia e Metabologia, que não participou do estudo americano, avalia que os resultados obtidos são mesmo suficientes para encarar a covid-19 como fatorbetrouwbare online casinorisco adicional para o diabetes.

"Esses dados vêmbetrouwbare online casinoum trabalho muito bem feito, com uma metodologia robusta e uma comparação que levoubetrouwbare online casinoconta o histórico pré-pandemia e o diagnósticobetrouwbare online casinocovid", elogia.

"As pessoas que tiveram covid devem ficar atentas e eventualmente até passar por uma avaliação médica, especialmente se já apresentam obesidade, hipertensão, colesterol alto, doenças cardiovasculares ou tem histórico familiarbetrouwbare online casinodiabetes", orienta a endocrinologista, que também coordena um dos polosbetrouwbare online casinopesquisa do Hospital Regionalbetrouwbare online casinoTaguatinga, no Distrito Federal.

Muitas suspeitas, poucas definições

Antesbetrouwbare online casinomais nada, é preciso deixar bem claro que esses estudos que relacionam covid e diabetes são observacionais e não permitem estabelecer uma relaçãobetrouwbare online casinocausa e efeito.

Traduzindo: o que essas pesquisas fazem é conferir o que aconteceu com um determinado grupobetrouwbare online casinopessoas após um evento ou uma intervenção.

No caso específico desta pesquisa americana, o objetivo foi verificar se existia e qual era o riscobetrouwbare online casinodiabetes após a covid.

Mesmo confirmando que há algo que liga os dois fenômenos, esse modelo não é capazbetrouwbare online casinoexplicar os mecanismos por trás dessa relação. Portanto, tudo que você vai ler nos próximos parágrafos deve ser encarado com uma possibilidade, que ainda carecebetrouwbare online casinomais evidências científicas.

"Existe uma sériebetrouwbare online casinohipóteses para explicar esse maior risco, incluindo a persistência do coronavírus no organismo, que pode provocar uma inflamação crônica por trás da diminuição da sensibilidade à insulina", sugere Al-Aly.

A insulina, citada pelo médico, é o hormônio produzido pelo pâncreas que tem uma função primordial para o funcionamento do nosso corpo: permitir que a glicose (um tipobetrouwbare online casinoaçúcar, obtido através da alimentação) entrebetrouwbare online casinocada célula do organismo, onde ela será utilizada como fontebetrouwbare online casinoenergia.

Se há algum problema no funcionamento do pâncreas, ou se a insulina deixabetrouwbare online casinofuncionar como o esperado, a tal da glicose fica "encalhada" no sangue. Esse desequilíbrio nas quantidadesbetrouwbare online casinoaçúcar na circulação sanguínea causa uma sériebetrouwbare online casinoproblemasbetrouwbare online casinosaúde. Falamos aquibetrouwbare online casinoum quadro clássicobetrouwbare online casinodiabetes.

O endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Universidadebetrouwbare online casinoSão Paulobetrouwbare online casinoRibeirão Preto, chama a atenção para outras possíveis explicações do provável vínculo entre covid e diabetes.

"Além da própria inflamação da covid levar a um aumento da resistência à insulina, o tratamento dos casos graves da infecção envolve o usobetrouwbare online casinocorticoides, medicamentos anti-inflamatórios que aumentam o riscobetrouwbare online casinodiabetes", lembra.

"Existe também uma possibilidadebetrouwbare online casinoo coronavírus agredir diretamente o pâncreas, mas isso ainda não passabetrouwbare online casinouma especulação."

"Por mais que o mecanismo exato ainda não seja conhecido, sabemos muito bem que o Sars-CoV-2, o causador da covid, está longebetrouwbare online casinoser um vírus que afeta apenas o sistema respiratório", completa o especialista.

Pâncreas

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O pâncreas (destacadobetrouwbare online casinolaranja) é uma glândula responsável pela fabricação do hormônio insulina

A endocrinologista Denise Franco, que integra a diretoria da Sociedade Brasileirabetrouwbare online casinoDiabetes, avalia que a infecção pelo coronavírus funcionaria como uma espéciebetrouwbare online casino"gota d'água", o último elemento que faltava para a resistência à insulina dar as caras.

"É como se o paciente já reunisse uma sériebetrouwbare online casinofatoresbetrouwbare online casinorisco para diabetes, como sobrepeso, obesidade e sedentarismo, entre outros, e o quadro inflamatório da covid funcionasse como gatilho final para o desenvolvimento da doença", interpreta.

Então, o que fazer?

Enquanto a ciência avança e tenta compreender os detalhes dessa relação inusitada, os médicos já possuem algumas recomendações para aquelas pessoas que tiveram covid e estão preocupadas com o balanço da glicose.

O primeiro, claro, é buscar uma avaliação médica e conferir se há necessidadebetrouwbare online casinorealizar exames para diagnosticar (ou descartar) o diabetes.

"Em suma, é possível medir a glicemiabetrouwbare online casinojejum, a hemoglobina glicada ou fazer o teste oralbetrouwbare online casinotolerância à glicose", lista Couri.

"Falamosbetrouwbare online casinoexames simples ebetrouwbare online casinofácil acesso", complementa o médico.

Ainda não existe uma orientação clara se todo mundo que teve covid precisa realmente passar por um check up do tipo, mas os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil opinam que ao menos quem já apresenta outros fatoresbetrouwbare online casinorisco deveriam fazer esses testes. Isso inclui pacientes com históricobetrouwbare online casinodiabetes na família, idosos, indivíduos obesos ou com sobrepeso, hipertensos e portadoresbetrouwbare online casinooutras doenças cardiovasculares.

"Pessoas com pré-diabetes, quando a glicemia fica entre 100 e 125 mg/dl, também devem ficar atentas", acrescenta Pedrosa.

Vale lembrar aqui que o diabetes é uma doença silenciosa,betrouwbare online casinoque os sintomas típicos (sede excessiva, muita vontadebetrouwbare online casinofazer xixi, perdabetrouwbare online casinopeso…) são muito sutis ou só dão as caras numa fase mais avançada.

Se o diagnóstico for confirmado, o tratamento do diabetes segue o que os endocrinologistas costumam prescrever para os casosbetrouwbare online casinoque não há relação com covid.

"Cabe a cada profissional identificar se é diabetes do tipo 1 ou 2 e indicar as terapias para controlar o quadro", informa Couri.

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune,betrouwbare online casinoque células do próprio corpo atacam o pâncreas, que sofre para fabricar a insulina.

Já o tipo 2 começa com a resistência à insulina: o hormônio está lá, mas não consegue mais botar a glicose para dentro das células. Conforme o quadro progride, pode haver também uma exaustão do próprio pâncreas.

Mulher é atendida por profissional da saúde

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O monitoramento e o tratamento do diabetes pós-covid segue o mesmobetrouwbare online casinoquem tem a doença, mas não foi infectado pelo coronavírus

Para fechar, há um último mistério que ronda a relação entre covid e diabetes. Será que, nesses casos mais recentes, o descontrole das taxasbetrouwbare online casinoglicemia é transitório e se resolverá naturalmente passado algum tempo? Ou os pacientes conviverão com esse problema pelo resto da vida?

"A resposta mais honesta que podemos dar agora é que simplesmente não sabemos", responde Couri.

"Prefiro aguardar os estudosbetrouwbare online casinolongo prazo para entender se esse quadrobetrouwbare online casinodiabetes é uma sequela transitória ou se foi antecipada pela covid e veio para ficar", completa.

Al-Aly destaca que a pesquisa dele apresenta algumas limitações, como o fatobetrouwbare online casinoincluir apenas veteranosbetrouwbare online casinoguerra dos EUA e fazer um acompanhamento limitadobetrouwbare online casinodoze meses. "Ainda não temos uma compreensão completa do que pode acontecer passado um ano [após a recuperação da covid]", pondera.

"Também precisamos entender qual o efeito que a vacinação contra a covid pode ter nessas manifestaçõesbetrouwbare online casinolongo prazo do pós-covid", diz.

"É justamente isso que estamos fazendo agora: conferir o impacto dos imunizantes nesse cenário, acompanhar os pacientes por dois anos ou mais e entender o tipobetrouwbare online casinodiabetes que está acometendo esses indivíduos e as melhores maneirasbetrouwbare online casinotratá-los", conclui o médico.

De acordo com a Federação Internacionalbetrouwbare online casinoDiabetes, aproximadamente 537 milhõesbetrouwbare online casinoadultos têm a doença no mundo, número que deve aumentar para 643 milhõesbetrouwbare online casino2030 e saltar para 783 milhõesbetrouwbare online casino2045.

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