Covid: o que nova ondaquero um jogo de perguntas e respostascasos na Europa significa para o Brasil:quero um jogo de perguntas e respostas

  • André Biernath - @andre_biernath
  • Da BBC News Brasilquero um jogo de perguntas e respostasLondres
Pessoasquero um jogo de perguntas e respostasaeroportoquero um jogo de perguntas e respostasAmsterdã

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Alívio das medidas preventivas — como o usoquero um jogo de perguntas e respostasmáscarasquero um jogo de perguntas e respostasaeroportos — facilitou a transmissão do vírus, avaliam pesquisadores

quero um jogo de perguntas e respostas "Ainda que não estejamos na mesma situação que passamos há um ano, está claro que a pandemiaquero um jogo de perguntas e respostascovid-19 não acabou. Infelizmente, vemos os indicadores subiremquero um jogo de perguntas e respostasnovo na Europa, o que sugere o inícioquero um jogo de perguntas e respostasuma nova ondaquero um jogo de perguntas e respostasinfecções."

Esse é o primeiro parágrafoquero um jogo de perguntas e respostasuma declaração conjunta publicadaquero um jogo de perguntas e respostas12quero um jogo de perguntas e respostasoutubro pelos líderes do Centroquero um jogo de perguntas e respostasControle e Prevençãoquero um jogo de perguntas e respostasDoenças da Europa (ECDC) e por representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) neste continente.

Agora, porém, a preocupação vemquero um jogo de perguntas e respostasdose dupla: com a chegada do outono e, mais pra frente, do inverno no Hemisfério Norte, as autoridades da região também preveem uma temporadaquero um jogo de perguntas e respostasalta transmissão do influenza, o vírus causador da gripe.

"A potencial cocirculação da covid-19 e da gripe colocará pessoas vulneráveisquero um jogo de perguntas e respostasmaior riscoquero um jogo de perguntas e respostassofrer com doenças graves e morte, com um provável aumento da pressão sobre hospitais e profissionaisquero um jogo de perguntas e respostassaúde, já esgotados por quase três anos na linhaquero um jogo de perguntas e respostasfrente da pandemia", antevê o texto.

A melhor estratégia para lidar com essas ameaças, apontam as instituições, é reforçar a vacinação, especialmente dos grupos mais vulneráveis.

Mas o que revelam os números atuais da covid-19 no continente europeu? E o que eles podem representar para o Brasil e para o resto do mundo?

Em resumo, a situação exige cuidados e reforços dos imunizantes, especialmentequero um jogo de perguntas e respostasidosos e outros grupos mais vulneráveis. Os pesquisadores temem que a onda que se inicia no outono europeu chegue ao Brasil entre dezembro e janeiro, provocando um novo aumento nos casos e nas mortes por covid. Esse fenômeno, aliás, aconteceuquero um jogo de perguntas e respostasperíodos anteriores.

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Toda semana, a OMS divulga um relatórioquero um jogo de perguntas e respostasque atualiza a situação da covid-19 no mundo.

A última edição do documento, publicadaquero um jogo de perguntas e respostas19quero um jogo de perguntas e respostasoutubro, mostra que a situação da Europa está instável: nas três semanasquero um jogo de perguntas e respostasoutubro, os númerosquero um jogo de perguntas e respostascasos e mortes subiram e, depois, caíram.

Foi registrado um aumentoquero um jogo de perguntas e respostas8% nas infecçõesquero um jogo de perguntas e respostas5/10, com duas quedas seguidasquero um jogo de perguntas e respostas12/10 (-3%) e 19/10 (-11%).

Mesmo assim, dos cinco países que detectaram mais casosquero um jogo de perguntas e respostascovid-19 nos últimos sete dias, três são europeus: Alemanha (583 mil novas infecções), França (337 mil) e Itália (288 mil). Os outros dois são China (328 mil) e Estados Unidos (251 mil).

Atualmente, as nações localizadas no centro e na região Mediterrânea do continente estão entre aquelas com a maior taxa relativaquero um jogo de perguntas e respostascasosquero um jogo de perguntas e respostascovid-19quero um jogo de perguntas e respostascomparação com o resto do mundo.

"Esse aumentoquero um jogo de perguntas e respostascasos observado não só na Europa, mas também na Ásia, acende um sinalquero um jogo de perguntas e respostasalerta e não há menor dúvida que é algo importante", constata o epidemiologista Paulo Petry, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Mapa da OMS sobre novos casosquero um jogo de perguntas e respostascovid

Crédito, Divulgação/OMS

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Mapa da OMS mostra como taxa proporcionalquero um jogo de perguntas e respostasnovos casos piorouquero um jogo de perguntas e respostaspaíses como França, Alemanha e Itália, pintadosquero um jogo de perguntas e respostascores mais fortes

A mudança nos cenários epidemiológicos motiva, inclusive, discussões sobre a voltaquero um jogo de perguntas e respostascertas medidas preventivas.

Com aumentoquero um jogo de perguntas e respostascasos e atéquero um jogo de perguntas e respostashospitalizações, alguns Estados da Alemanha, por exemplo, avaliam a reintrodução da obrigatoriedade do usoquero um jogo de perguntas e respostasmáscarasquero um jogo de perguntas e respostaslugares fechados ou o reforço das campanhasquero um jogo de perguntas e respostastestagem.

Segundo a Deutsche Welle, o ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, considera que o país está "bem preparado para o outono e o inverno, graças às vacinas atualizadas e aos medicamentos".

"Mesmo assim, a direção para a qual estamos caminhando não é boa", avalia.

Para a infectologista Raquel Stucchi, professora da Universidade Estadualquero um jogo de perguntas e respostasCampinas (Unicamp), é preciso acompanhar essa onda por mais tempo para entender os efeitos que ela terá.

"A tendência, e o nosso desejo, é que ela seja menos impactante que as anteriores, até pela vacinação e a quantidadequero um jogo de perguntas e respostaspessoas que já tiveram a covid-19", aponta.

"Mas será necessário conferir isso na prática para ter certeza se essas infecções vão causar hospitalizações e, infelizmente, mortes", complementa.

Mas o que explica essa possível nova onda que começa a se formar na Europa?

Novas variantes?

O último relatório da OMS aponta que, no último mês, 98,7 mil sequências genéticas do coronavírus foram compartilhadas nas basesquero um jogo de perguntas e respostasdados públicas.

As análises mostram que a variante ômicron BA.5 continua a ser dominante e aparecequero um jogo de perguntas e respostas78,9% das amostras.

A seguir, são observadas outras linhagens da ômicron que são "primas-irmãs", como a BA.4 (6,7%) e a BA.2 (3,9%).

Uma nova variante que começa a chamar a atenção das autoridades é a XBB, que mescla mutações da BA.2.10.1 e da BA.2.75.

Ela já foi detectadaquero um jogo de perguntas e respostas26 países — e alguns trabalhos iniciais sugerem que a nova versão tem uma grande capacidadequero um jogo de perguntas e respostasescapar da imunidade, obtida por meio da vacinação ouquero um jogo de perguntas e respostasinfecções prévias.

Mas é preciso ponderar que, por ora, o númeroquero um jogo de perguntas e respostasamostras da XBB é tímido: falamos aquiquero um jogo de perguntas e respostaspouco maisquero um jogo de perguntas e respostas800 sequenciamentos genéticos dela feitos ao redor do mundo.

"Ainda que essa linhagem recombinante mostre sinaisquero um jogo de perguntas e respostasvantagemquero um jogo de perguntas e respostascomparação com as variantes descendentes da ômicron, ainda não há evidênciasquero um jogo de perguntas e respostasque ela leve a uma maior gravidade da doença", esclarece a OMS.

Com as evidências disponíveis até o momento, portanto, o aumentoquero um jogo de perguntas e respostascasos percebidos na Europa parece ser causado pela "família" ômicron.

O virologista Fernando Spilki, professor da Universidade Feevale, do Rio Grande do Sul, explica que "ainda não foi encontrada uma nova variante" que ajude a explicar o atual cenário.

"Mas isso pode ser questãoquero um jogo de perguntas e respostastempo se olharmos o que está ocorrendo, especialmentequero um jogo de perguntas e respostaspaíses como Alemanha", avalia.

Ou seja: quanto mais o coronavírus circula, mais chance temquero um jogo de perguntas e respostassofrer mutações que sejam benéficas para ele. E isso, porquero um jogo de perguntas e respostasvez, abre alas para variantes mais transmissíveis, agressivas ou com capacidadequero um jogo de perguntas e respostasdriblar o sistema imune.

A situação na Europa, por ora, parece estar relacionada ao completo relaxamento das medidas restritivas — como era natural que acontecesse com a melhora da situação pandêmica.

Mas a proximidade entre as pessoas no trabalho, nos eventos e nas ocasiões sociais — que acontecem cada vez maisquero um jogo de perguntas e respostaslugares fechados, por causa do frio — facilita a trocaquero um jogo de perguntas e respostasvírus respiratórios.

E isso desemboca num aumento da transmissão comunitária do patógeno, que pode gerar complicações e até matar, especialmente os indivíduos mais vulneráveis, como idosos e imunossuprimidos.

O ministro da Saúde da Alemanha, Karl Lauterbach

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Karl Lauterbach, ministro da Saúde alemão, entende que o país está preparado com vacinas e remédios

O contra-ataque

Spilki aponta que, mesmo com esse aumentoquero um jogo de perguntas e respostascasos no início do outono no Hemisfério Norte, "atualmente não há espaço para debate sobre grandes medidasquero um jogo de perguntas e respostasrestrição".

Na avaliação das autoridades locais, com vacinas e remédios amplamente disponíveis no continente, parece impraticável e até desnecessário resgatar as medidas drásticas do passado, como o lockdown.

"A preocupação deveria estarquero um jogo de perguntas e respostascompletar o calendárioquero um jogo de perguntas e respostasvacinação daqueles que estão com doses atrasadas", sugere o virologista.

O ECDC calcula que 72,6% dos europeus completaram o esquema inicialquero um jogo de perguntas e respostasimunização. Apenas 53,9% deles tomaram a terceira vacina, considerada fundamental para proteger contra as formas mais graves da infecção provocada pela variante ômicron.

Com a vacinação como a principal política públicaquero um jogo de perguntas e respostassaúde, muitos países europeus já começaram a aplicar a quarta dose — ou a segunda dosequero um jogo de perguntas e respostasreforço —quero um jogo de perguntas e respostasparte da população.

O imunizante que está sendo oferecido nas últimas semanas traz uma novidade importante: a formulação do produto foi atualizada para proteger melhor contra as variantes mais recentes, como a ômicron BA.1.

O mesmo processo inclusive, acontece todos os anos com as vacinas contra o influenza.

Idosa recebe quarta dose da vacina contra a covid

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A vacina atualizada contra as versões mais atualizadas do coronavírus já começaram a ser aplicadasquero um jogo de perguntas e respostasalguns grupos da Europa

"Nossa mensagem é simples: a vacinação salva vidas. Ela diminui as chancesquero um jogo de perguntas e respostasser infectado e o riscoquero um jogo de perguntas e respostassofrer com as consequências mais severas da covid e da gripe sazonal", escrevem os representantes da OMS e da ECDC.

"Não há tempo a perder. Nós encorajamos todo mundo que for elegível, especialmente os mais vulneráveis, a tomar as doses assim que possível", complementam.

Cada país da região adota critérios próprios para definir o público-alvo da atual campanhaquero um jogo de perguntas e respostasvacinação contra a covid.

No Reino Unido, por exemplo, a segunda dosequero um jogo de perguntas e respostasreforço já está disponível para todos com maisquero um jogo de perguntas e respostas50 anos, gestantes, indivíduos imunossuprimidos, cuidadoresquero um jogo de perguntas e respostasidosos e profissionais da saúde e da assistência social.

Stucchi, que também integra a Sociedade Brasileiraquero um jogo de perguntas e respostasInfectologia (SBI), destaca a necessidadequero um jogo de perguntas e respostaseducar as pessoas, para que elas entendam quando estão numa situaçãoquero um jogo de perguntas e respostasrisco ou se elas fazem parte daqueles gruposquero um jogo de perguntas e respostasque a covid-19 pode ser mais grave.

"Com isso, o indivíduo pode avaliar a situação, usar máscarasquero um jogo de perguntas e respostaslocais fechados, tomar as dosesquero um jogo de perguntas e respostasvacina e se isolar se estiver com algum sintomaquero um jogo de perguntas e respostasinfecção respiratória", propõe.

E o Brasil?

Por ora, a situação no país parece rumar para uma diminuição dos indicadores mais importantes relacionados à crise sanitária.

Desde julho, a média móvelquero um jogo de perguntas e respostascasosquero um jogo de perguntas e respostascovid estáquero um jogo de perguntas e respostasredução e passouquero um jogo de perguntas e respostas59,8 milquero um jogo de perguntas e respostas15/7 para 4,9 milquero um jogo de perguntas e respostas23/10 — uma queda proporcionalquero um jogo de perguntas e respostasdoze vezes.

Algo similar acontece com as mortes. O último pico foi registradoquero um jogo de perguntas e respostasfevereiro, com uma média móvelquero um jogo de perguntas e respostas951 óbitosquero um jogo de perguntas e respostas11/2. O número despencou para 60quero um jogo de perguntas e respostas23/10.

Os dados vêm do monitoramento feito pelo Conselho Nacionalquero um jogo de perguntas e respostasSecretários da Saúde, o Conass.

Para Petry, esse platô brasileiro também deve ser visto com precaução. "Não estamos numa situação confortável. Por trás desses números, temos a vida das pessoas e o impacto às famílias", avalia.

O momentoquero um jogo de perguntas e respostasmaior calmaria, porém, deveria ser visto como uma oportunidade para fazer o planejamento dos próximos meses, com o objetivoquero um jogo de perguntas e respostasmanter os números nessa tendência descendente, apontam os especialistas.

"Nosso receio é que se repita o panoramaquero um jogo de perguntas e respostasoutros anos,quero um jogo de perguntas e respostasque a ondaquero um jogo de perguntas e respostascasos no outono europeu se refletiu numa elevaçãoquero um jogo de perguntas e respostasinfecções e mortes por covidquero um jogo de perguntas e respostasdezembro e janeiro no Brasil", analisa Spilki.

"Para evitar isso, precisamos observar os efeitos das vacinas atualizadas nos países que já adotaram essa estratégia e pensar na campanhaquero um jogo de perguntas e respostasreforço por aqui para o inícioquero um jogo de perguntas e respostas2023", propõe o virologista.

Stucchi pondera que nem sempre os fenômenos são importados do exterior e têm o mesmo efeito no país. "A variante delta foi ruim na Europa e tínhamos medo do que ela faria quando chegasse. Mas o impacto aqui foi bem menor", compara.

Até o momento, porém, não há nenhuma sinalizaçãoquero um jogo de perguntas e respostasque o tema da atualização das vacinas está sendo discutido no país.

Uma reportagem publicada pela BBC News Brasilquero um jogo de perguntas e respostas22quero um jogo de perguntas e respostassetembro apontou que o Ministério da Saúde não realizou reuniões públicas com especialistas sobre a estratégia vacinal para o ano que vem — e nenhuma notícia foi divulgada sobre o assunto desde então.

Profissional da saúde segura vacina com mulher idosa ao fundo

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Brasil ainda não divulgou os planos sobre a campanhaquero um jogo de perguntas e respostasvacinação contra a covid-19 para os próximos meses

Os pesquisadores também chamam a atenção para a faltaquero um jogo de perguntas e respostasmedicamentos específicos para tratar a covid — alguns deles já liberados para uso no país.

No inícioquero um jogo de perguntas e respostasoutubro, a SBI lançou uma nota técnicaquero um jogo de perguntas e respostasque expressa "preocupaçãoquero um jogo de perguntas e respostasrelação aos processosquero um jogo de perguntas e respostasincorporação, indicação e distribuiçãoquero um jogo de perguntas e respostasmedicações já aprovadas pela Anvisa para o tratamento e prevenção da covid-19, mas que até o momento não estão disponíveis para uso no setor público".

O documento afirma que, "apesar do númeroquero um jogo de perguntas e respostashospitalizações e óbitos por covid-19 ter sido reduzido com o avanço da vacinação, somentequero um jogo de perguntas e respostassetembro 7.321 brasileiros" morreramquero um jogo de perguntas e respostascovid, "sendo que muitos deles poderiam se beneficiarquero um jogo de perguntas e respostasmedicações terapêuticas ou estratégias preventivas contra a infecção".

A instituição aponta que fármacos como o nirmatrelvir/ritonavir, o baracitinibe, o molnupiravir e o rendesivir já receberam a avaliação positiva da agência regulatória brasileira, mas não foram distribuídos na rede pública e não há clarezaquero um jogo de perguntas e respostasquando eles podem ser prescritos na prática.

A BBC News Brasil entrouquero um jogo de perguntas e respostascontato com o Ministério da Saúde para solicitar um posicionamento a respeito dos pontos apresentados sobre a vacinação e os medicamentos. Não foram enviadas respostas até a publicação da reportagem.

Por fim, Spilki destaca a necessidadequero um jogo de perguntas e respostas"monitorar melhor os casos".

"Precisamos trabalhar com busca ativa e fazer um rastreamento para termos o alerta precocequero um jogo de perguntas e respostasuma nova onda", diz.

"O diagnóstico e o monitoramento da covid continuam num patamar muito baixo no país", lamenta.

Stucchi concorda e afirma que o Brasil "é um péssimo aluno".

"A gente não aprende com os erros do passado. Ainda precisamosquero um jogo de perguntas e respostasum sistemaquero um jogo de perguntas e respostasvigilância que consiga detectar com antecedência a circulaçãoquero um jogo de perguntas e respostasvírus respiratórios para planejarmos as açõesquero um jogo de perguntas e respostassaúde", conclui.

- Este texto foi publicadoquero um jogo de perguntas e respostashttp://www.mi-rob.com/internacional-63330741

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