O macarrão mais raro do mundo, que só três mulheres sabem fazer:novos cassinos online

  • Eliot Stein
  • Da BBC Travel
Paola Abraini

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Paola Abraini,novos cassinos online62 anos, prepara o 'su filindeu'novos cassinos onlineseu apartamento na Sardenha

novos cassinos online Longe do famoso mar azul-turquesa que cerca a ilha, o interior da Sardenha, na Itália, é um labirinto retorcidonovos cassinos onlineprofundos precipícios e maciços impenetráveis que escondem algumas das mais antigas tradições da Europa.

Os habitantes daqui falam o sardo, o idioma moderno mais próximo do latim. Debaixonovos cassinos onlinevéus bordados, velhinhas observam com cautela os forasteiros. Enovos cassinos onlineum modesto apartamento na vilanovos cassinos onlineNuoro, uma franzina senhoranovos cassinos online62 anos, chamada Paola Abraini, fabrica o macarrão mais raro do mundo, o su filindeu.

Apenas duas outras mulheresnovos cassinos onlinetodo o planeta ainda sabem como fabricar a massa: a sobrinhanovos cassinos onlineAbraini e a cunhada dela, que também moram nesta cidade na encosta do Monte Ortobene.

Ninguém se lembra como ou por que as mulheresnovos cassinos onlineNuoro começaram a preparar o su filindeu (que significa "os fiosnovos cassinos onlineDeus").

Mas há maisnovos cassinos online300 anos, a receita e a técnicanovos cassinos onlinepreparo só foram ensinadas pelas mulheres da família Abraini - cada uma guardando os segredos a sete chaves até mostrar a suas filhas.

Nem Jamie Oliver

Jamie Oliver

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O famoso chef Jamie Oliver desistiu da massa depoisnovos cassinos onlinehoras observando Abraini

Não que não haja outras pessoasnovos cassinos onlineolho. No ano passado, uma equipenovos cassinos onlineengenheiros da Barilla, uma das maiores fabricantesnovos cassinos onlinemassa da Itália, vistou Abraini para ver se poderiam reproduzir a técnica dela com uma máquina. Não funcionou.

Este ano, ela recebeu o presidente da ONG Slow Food International, Carlo Petrini, encantado pelos rumoresnovos cassinos onlineum macarrão secreto. E ainda abriu as portasnovos cassinos onlineseu apartamento para o festejado chef britânico Jamie Oliver, que implorou para que Abraini o ensinasse a preparar a massa.

Depoisnovos cassinos onlineduas horas tentando, sem sucesso, Oliver simplesmente desistiu. "Eu faço massa há 20 anos e nunca vi nada assim", afirmou.

A cozinheira se diverte com tudo isso e diz que o segredo pode ser visto por qualquer um: suas mãos.

Exclusivo para peregrinos

Paola Abraini

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Com medonovos cassinos onlinever tradição desaparecer, Abraini está empenhadanovos cassinos onlinedivulgar técnica e receita

Para fazer o su filindeu, ela puxa e dobra uma massanovos cassinos onlinesemolinanovos cassinos online256 tiras perfeitamente idênticas, usando as pontas dos dedos. Em seguida, estica os finíssimos fios sobre uma forma circular,novos cassinos onlineum intricado padrão com três camadas.

Tudo é tão difícil e toma tanto tempo que nos últimos 200 anos esse prato sagrado só era sido servido para os fiéis que completassem uma peregrinaçãonovos cassinos online33 quilômetros, a pé ou a cavalo,novos cassinos onlineNuoro à vilanovos cassinos onlineLula durante as festasnovos cassinos onlineSão Francisco, que ocorrem duas vezes por ano.

Quando fui convidado à casanovos cassinos onlineAbraini,novos cassinos onlineoutubro, faltavam três dias para as festas. A cozinheira tinha acabadonovos cassinos onlinefabricar su filindeu suficiente para alimentar os 1,5 mil peregrinos esperados para a comemoração.

Ela trabalhou cinco horas por dia, todos os dias, durante um mês para fazer 50 quilosnovos cassinos onlinemassa. Para as festasnovos cassinos onlinemaio - ainda maiores - ela deve preparar uma quantidade quatro vezes maior.

'Trigo, água, sal e suor'

Sopanovos cassinos onlinesu filindeu

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Macarrão é usadonovos cassinos onlinesopa servida apenas para peregrinosnovos cassinos onlinefesta religiosa

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"Uso apenas três ingredientes: semolinanovos cassinos onlinetrigo, água e sal", conta Abraini. "Mas como tudo é feito à mão, o componente mais importante é o suor."

A massa é trabalhada vigorosamente até obter uma consistêncianovos cassinos onlinemassinhanovos cassinos onlinemodelar. Ela então separa tudonovos cassinos onlinepequenas partes e forma pequenos cilindros. Chega, então, a parte mais difícil, que a cozinheira chamanovos cassinos online"entender a massa com as mãos".

"É algo que uma pessoa leva anos para perceber, um equilíbrio perfeito entre cada ingrediente. Mas quando você consegue, algo mágico acontece", diz.

Depoisnovos cassinos onlineesticada e dobradanovos cassinos onlineoito sequências, a massa obtém a espessura equivalente a metadenovos cassinos onlineum fionovos cassinos onlinemacarrão "cabelonovos cassinos onlineanjo".

Após serem dispostos comonovos cassinos onlineuma base circular,novos cassinos onlinetrês camadas, os fios são levados para secar ao sol. Depoisnovos cassinos onlinehoras, a massa seca mais parece uma tramanovos cassinos onlinerenda fininha.

O macarrão então é embalado e levado para a festa, onde será fervidonovos cassinos onlineum caldonovos cassinos onlinecarnenovos cassinos onlineovelha e servido como uma sopa, com queijo pecorino ralado, para os peregrinos.

Tradição ameaçada

Su filindeu

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Cozinheira passou a fornecer massa a restaurantes e já faz versões com tintanovos cassinos onlinelula

Mas depoisnovos cassinos onlinemaisnovos cassinos online300 anos dentro da mesma linhagem matriarcal da família, os fiosnovos cassinos onlineDeus devem precisarnovos cassinos onlineum milagre se quiserem sobreviver para as próximas gerações.

Apenas uma das duas filhasnovos cassinos onlineAbraini conhece a técnica, mas não tem a mesma paixão e a mesma paciência da mãe.

Nenhuma das moças tem filhas. As outras duas mulheres que ainda ajudam a cozinheira têm maisnovos cassinos online50 anos e ainda não conseguiram convencer suas próprias filhas a aderir à tradição.

"O su filindeu é uma das comidas com maior risconovos cassinos onlineextinção, muito porque é tão difícilnovos cassinos onlinefazer", explica Raffaella Ponzio, coordenadora da iniciativa Arca do Sabor, da Slow Food International, que pretende classificar e preservar as tradições culinárias ameaçadasnovos cassinos onlinetodo o mundo.

Por causa disso, Abraini quebrou a tradição familiar e tentou ensinar outras jovensnovos cassinos onlineNuoro a preparar a massa. "Mas não deu muito certo", conta. "Quando elas viam como fazer, diziam 'dá muito trabalho' e não voltavam mais."

Mas a cozinheira se recusa a deixar a massa desaparecer, e adotou a missãonovos cassinos onlineespalhar o su filindeu pelo mundo.

Recentemente, ela foi filmada no preparo pela equipe da revistanovos cassinos onlinegastronomia Gambero Rosso, uma das maiores da Itália. E agora começou a fazer o macarrão para três restaurantes da Sardenha - permitindo que não peregrinos experimentem o prato pela primeira vez.