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Conjur - A fixação dos procuradores da finada “lava jato” com o ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, foi desde tentativasjogo de cartas black jackimpulsionar, às escuras, seu impeachment — ou o afastamentojogo de cartas black jackprocessos — até o monitoramentojogo de cartas black jackfalasjogo de cartas black jackpalestras.

É o que mostram diálogos aos quais a revista eletrônica Consultor Jurídico teve acesso. A compulsão durou todo o períodojogo de cartas black jackque há mensagens hackeadas e envolve o usojogo de cartas black jackassociações para soltar notas defendendo a “lava jato” contra falasjogo de cartas black jackGilmar; a elaboraçãojogo de cartas black jackcomunicados assinados pela assessoria do Ministério Público Federal; e a passagemjogo de cartas black jacklista para processar o ministro por declarações dadas no Plenário do Supremo.

Uma falajogo de cartas black jackuma procuradora identificada apenas como “Monique” exemplifica a obsessão: “Já está cada vez mais claro que a batalha da Lava Jato passa pela batalha contra GM”, disse elajogo de cartas black jack26jogo de cartas black jackmaiojogo de cartas black jack2017 — os diálogos são reproduzidos nesta reportagem emjogo de cartas black jackgrafia original.

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‘Precisamos acompanhar e responder tudo’

Na descrição dos procuradores, Gilmar era onipresente, onisciente e onipotente: para eles, tudo o que aconteciajogo de cartas black jackBrasília e fosse visto como ameaça à “lava jato” tinha o dedo do ministro. Até o silênciojogo de cartas black jackGilmar era monitorado, às vezes com apreensão.

“Estou muito desconfiado desse silêncio. Acho que isso indica uma articulação”, dissejogo de cartas black jack23jogo de cartas black jackmaiojogo de cartas black jack2017 um procurador identificado como “Danilo” no chat “Winter is Coming”. “Com certeza está aprontando na surdina”, disse “Janice”. “Não há dúvida que está aprontando. Algo no STF”, responde “Luiza”.

Naquele dia, a Polícia Federal prendeu os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz. As acusações contra os políticos envolviam delaçõesjogo de cartas black jackdiretores da Odebrecht.

Um ano antes,jogo de cartas black jackagostojogo de cartas black jack2016, os procuradores já estavam descontentes com declarações do ministro. Em uma conversa no chat “Parceiros/MPF — 10 medidas”, uma promotora identificada como “Luciana” disse que era preciso “acompanhar” as falas do ministro e responder tudo.

“Gilmar resolveu ser, escancaradamente, o porta-voz da estratégia que acabou com as mãos limpas, aniquilando a imagem do MP perante a sociedade. Respostas precisam ser dadas. A sociedade entende que quem cala consente”, afirmou ela.

“A veja me pediu uma entrevista sobre as 10 medidas. A Ascom deu ok. Vocês acham que devo falar algojogo de cartas black jackrelação ao ministro Gilmar”, pergunta “Thamea” aos colegas no mesmo dia. As respostas dizem que não, e que é melhor usar a reaçãojogo de cartas black jackassociações e notas ou manifestações das “entidades da sociedade civil” que apoiam a “lava jato”.

“O que vocês sugerem fazer? Nota da ANPR (Associação Nacionaljogo de cartas black jackProcuradores da República)? Abaixo assinadojogo de cartas black jacktodos?”, questiona “Thamea”. Ela mesmo responde a indagação momentos depois. “ANPR tem que se manifestar então. Manifestações da sociedade civil acho que também conseguiremos.”

O modus operandijogo de cartas black jacksoltar notas via ANPR para se defender sem se expor era prática comum. Em um diálogojogo de cartas black jackabriljogo de cartas black jack2018, o procurador Diogo Castor sugeriu uma manifestação da associação emjogo de cartas black jackprópria defesa. Na ocasião, Gilmar criticou o potencial conflitojogo de cartas black jackinteresses na atuaçãojogo de cartas black jackDiogo.

“Prezados, sobre a fala do Gilmar Mendesjogo de cartas black jackrelação a mim, duas opções: 1) emitir nota da ANPR. 2) ignorar. O que acham melhor? Gilmar sempre bate e ninguém faz nada. Por isso ele continua”, diz Diogo. Em seguida, ele afirma que redigiu uma nota para a ANPR.

“Tem que responder. A ausênciajogo de cartas black jackresposta pode ser mal interpretada, como se ele, Gilmar, possa ter alguma razão”, disse outro procurador. Januário Paludo concorda: “Acho que vale nota nossa e da ANPRjogo de cartas black jackrelação ao que nos toca”.

Os procuradores fofocavam entre si até antesjogo de cartas black jacko ministro alguma qualquer coisa. “Gente, preparem-se, porque eu o vi entrandojogo de cartas black jackum evento no Royal Tulip, sobre perícia”, disse um procurador. “Imagina se ele não vai vociferar…”, respondeu a procuradora “Janice”.

Bretas, o ‘evangélico ponta firme’

As decisões do ministro irritavam os procuradores ainda mais do que as declarações. Em 17jogo de cartas black jackagostojogo de cartas black jack2017, Gilmar derrubou uma decisão do juiz Marcelo Bretas — da 7ª Vara Federal Criminal do Riojogo de cartas black jackJaneiro, atualmente afastado do cargo — contra os empresários Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira, donosjogo de cartas black jackempresasjogo de cartas black jackônibus no Rio. Deltan Dallagnol, coordenador da “lava jato”, reagiu prontamente.

“Caros, a decisão do Gilmar é absurda. Acho que vale a pena o MUDE repercutir e se posicionar. E mais, a decisão do GM é contra o Bretas, evangélico ponta firme (pelo que se fala)”, diz Dallagnol.

A insatisfação durou alguns dias. Em 19jogo de cartas black jackagosto, os procuradores começaram a planejar modosjogo de cartas black jackafastar Gilmar do caso. Uma das maneiras propostas foi pressionar a ministra Cármen Lúcia para que Gilmar fosse declarado impedido.

“Pessoal, a única solução para o Gilmar será a turma aceitar seu impedimento”, disse “Luiza”. O procurador José Robalinho mostra pessimismo: “infelizmente não vai rolar”. Uma pessoa identificada como “Eduardo” diz que a pressão “tem que serjogo de cartas black jackcimajogo de cartas black jackCármen Lúcia”.

Outro colega sugere a ediçãojogo de cartas black jacknotas apócrifas. “Essa postura do ministro não merece uma resposta da ANPR, ou já nos acostumamos aos decretos e devaneios do Gilmar?. Acho que é uma boa horajogo de cartas black jacka ANPR dar uma cutucada no STF, para ajudar a isolar Gilmar”, diz “Hélio”.

Para “cutucar” Gilmar, valia se aliar a qualquer um. Em 25jogo de cartas black jackagosto, os procuradores comemoraram declarações do então deputado Onyx Lorenzoni contra o ministro.

Onyx, que anos depois admitiria ter feito caixa dois, foi tratado como “paladino”. “Virei fã. Nosso paladino. Toma Gilmar”, disse uma pessoa não identificada na conversa.

‘Precisamosjogo de cartas black jackum estopim’

Os procuradores não ficaram só na tentativajogo de cartas black jackafastar Gilmarjogo de cartas black jackcasos da “lava jato”. Em 12jogo de cartas black jackabriljogo de cartas black jack2018, Dallagnol disse que eles deveriam atuar por um pedidojogo de cartas black jackimpeachment no Senado. Segundo o chefe da autoapelidada força-tarefa, no entanto, a solicitação deveria ficarjogo de cartas black jacksuspenso até que houvesse algum “estopim”.

“Esse Gilmar já passou da linhajogo de cartas black jacklimite há muito tempo. Éjogo de cartas black jackse pensar se não vamos além e representamosjogo de cartas black jackalgum momento ao Senado pelo impeachment. Precisamos, contudo,jogo de cartas black jackum estopim.”

Em 16jogo de cartas black jacksetembro do mesmo ano, o assunto ressurgiu. Na ocasião, os procuradores estavam incomodados com uma decisãojogo de cartas black jackGilmar mandando soltar Beto Richa, ex-governador do Paraná. A soltura ocorreu dois dias antes do diálogo.

“Dá pra deixar algo pronto. E talvez fazer antes”, disse Dallagnol. “A chancejogo de cartas black jackimpeachment do Gilmar é abaixojogo de cartas black jackzero. A questão é se fazemos a operação ou não. Se fizermos, seremos criticados e o GM vai descer a lenhajogo de cartas black jacknós. Se não fizermos, seremos tachadosjogo de cartas black jackomissos”. Na ocasião, eles conversavam sobre uma operação contra o irmãojogo de cartas black jackRicha, que acabaria por ocorrer no final do mês, depois da decisãojogo de cartas black jackGilmar que soltou o ex-governador.

Lista para processar Gilmar

Em 15jogo de cartas black jackmarçojogo de cartas black jack2019, os procuradores cogitaram processar Gilmar e chegaram a começar uma listajogo de cartas black jackinteressados no processo. Na ocasião, eles estavam irritados com falas do ministro sobre a “lava jato”.

“Na sessãojogo de cartas black jackontem o ministro Gilmar Mendes ultrapassou todos os limites nas críticas, ofendeujogo de cartas black jackmaneira contundente e por diversas vezes, ao proferir seu voto, os colegas da Lava Jato, o Ministério Público e as tratativas que resultaram na previsão da criação da fundação”, diz Roberson Pozzobon.

Gilmar havia criticado a tentativajogo de cartas black jackcriar um fundo privadojogo de cartas black jack“combate à corrupção” com dinheiro da Petrobras. A própria Procuradoria-Geral da República,jogo de cartas black jackum pedido enviado ao Supremo, conseguiu barrar a criação do fundo.

“Pessoal, precisamos decidir se vamos pra cima do Gilmar com ação cível e criminal”, diz Dallagnol, que puxa o coro pelo processo. Ele sugerejogo de cartas black jacknovo uma tentativajogo de cartas black jackimpeachment. O motivo? “Adjetivações” contra a “lava jato”.

“Se queremos o impeachment do GM, é algo que a meu ver contribui nessa direção. Será um repositóriojogo de cartas black jacktodas as adjetivações que já usou contra nós”, fala Dallagnol.

Em seguida, “Welter” puxa a lista dos que já toparam processar o ministro: “QUEM VAI PROCESSAR O GILMAR MENDES: 1) Januário; 2) Deltan). Vamos resolver essa questão do processo”.